Cachorro só come se dou na boca - Causas e o que fazer
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Ao longo de sua vida, um cachorro pode apresentar algumas condutas pouco comuns relacionadas à alimentação. Uma delas é a recusa em comer sua ração e alimentos direto de dua tigela, forçando os tutores a lhes darem a comida diretamente em suas bocas. Se o seu amigo peludo tende a fazer isso, com certeza você já se perguntou "por que meu cachorro só come se eu lhe der na boca?" ou "o que faço para que meu cachorro pare de comer na minha mão e comece a comer da tigela?".
Neste artigo do PeritoAnimal, vamos falar sobre as principais causas que fazem os cães quererem comer apenas quando alimentados na mão por seus tutores. Mas em primeiro lugar, queremos transmitir-lhe alguma calma, pois, na grande maioria dos casos, este comportamento está mais relacionado com a educação e o estilo de vida do que com qualquer problema de saúde. Da mesma forma, e como veremos a seguir, é preciso estar atento quando esse comportamento vem acompanhado de outros sintomas que, por sua vez, podem indicar um problema de saúde. Mas vamos passo a passo e começar pelas causas mais comuns. Vamos la!
Hábito adquirido
A principal causa que explica por que seu cão só come se você der na boca está na educação que você deu e tem a ver com algo que chamamos de “treinamento involuntário” ou “aprendizagem involuntária”. O que acontece é que as pessoas, ao permitirem ou mesmo reforçarem inconscientemente alguns comportamentos em seus cães, principalmente quando ainda são filhotes, acabam incentivando a assimilação de determinados hábitos. E alguns deles podem parecer inofensivos ou até fofos quando falamos de filhote, mas não são muito adequados ou funcionais para um cão adulto.
Muitas pessoas alimentam seus filhotes após adotá-los, seja para criar confiança neles, ajudá-los a se adaptarem ao novo lar, ou mesmo para facilitar a transição alimentar para a ração ou para um novo tipo de dieta. Independentemente do motivo, se esta situação começar a se repetir diariamente ou sempre que o filhote precisar se alimentar, o mais provável é que se torne um hábito adquirido. O próprio tutor está ensinando ao cachorrinho ou cachorro recém-adotado que a forma correta de comer é esperar que o alimento seja fornecido em sua boca, em vez de ir até a tigela para se servir na hora de se alimentar.
O que fazer?
Os bons hábitos alimentares devem ser incentivados desde o momento em que o cão chega em casa, e preferencialmente durante os primeiros meses de vida, quando a sua personalidade está em plena formação e o seu caráter é mais flexível e, portanto, mais propício à assimilação de comportamentos. guiará seu comportamento na idade adulta. Sendo assim, recomendamos as seguintes atitudes:
- Defina um horário de refeições. É fundamental que você forneça ao seu peludo uma nutrição completa e compatível com as necessidades nutricionais de cada fase de sua vida. Isso anda de mãos dadas com o estabelecimento de uma boa rotina alimentar, com horários bem definidos para as mamadas diárias, para que o cão entenda e aprenda a respeitar os horários do dia em que receberá sua alimentação. Este ponto é importante para evitar que o cão assimile um sentimento de ansiedade ou incerteza relacionado à alimentação, por não saber quando ou se terá oportunidade de se alimentar, e também para prevenir alguns comportamentos indesejados, como um cachorro que pede comida sempre que vê uma pessoa comendo. Para ajudá-lo nesta tarefa, aqui lhe dizemos “Qual a quantidade diária de comida para cães”.
- Ensine-o a usar o comedouro. Será fundamental que você saiba apresentar corretamente ao seu amigo peludo cada recurso que fará parte da sua rotina e ambiente, transmitindo de forma clara e objetiva qual é a sua finalidade. Na prática, isso significa que você deve ensinar ao seu cão que o comedouro é o recurso adequado para a alimentação, ao qual ele deve se dirigir na hora de receber suas doses diárias de ração, evitando oferecer comida em outros utensílios e usando as próprias mãos. Uma opção interessante é acostumar seu amigo peludo a um comedouro lento para cães, pois eles ajudam a evitar uma ingestão muito acelerada de alimentos, que pode causar distúrbios gastrointestinais, como excesso de gases e vômitos.
- Considere oferecer outra dieta. Por último, mas não menos importante, se o motivo pelo qual você começou a alimentar seu cão com as mãos foi a recusa em consumir a ração por conta própria, considere oferecer outro tipo de dieta. Na verdade, a comida caseira tende a ser muito mais atrativa e apetitosa para os cães em geral, mas principalmente para os mais velhos, pois os seus dentes ficam mais fracos, tornando particularmente difícil mastigar os grânulos ou pellets da comida. Claro, tenha em mente que é altamente recomendável consultar um veterinário antes de fazer qualquer alteração na dieta do seu cão para garantir que este novo tipo de dieta seja compatível com suas necessidades. Lembre-se também que a transição para esta nova dieta deve ser sempre gradual para estimular a adaptação do seu amigo peludo e prevenir problemas digestivos.
Chamar atenção
Os cães são ótimos em fazer muitas coisas e uma delas é, sem dúvida, chamar a nossa atenção. Você verá que seu cão, quando precisar de algo ou quiser que você passe algum tempo com ele, fará tudo ao seu alcance e não desistirá até atingir seu objetivo. Muitas vezes, isso envolve realizar comportamentos incomuns e, logicamente, marcantes para distraí-lo do que quer que esteja fazendo, para que você se concentre nele.
Latir sem parar, pular, correr pela casa como um louco, derrubar a tigela de comida ou simplesmente se recusar a comer se não estiver com ele, a lista continua... Todas essas ações podem estar relacionadas ao único propósito de cchamar a nossa atenção!
O que fazer?
A primeira coisa que você deve se perguntar é se está dedicando tempo suficiente para manter o vínculo com seu cão. Nesse sentido, as caminhadas diárias são fundamentais não só para compartilhar momentos de qualidade, mas também para proporcionar uma boa rotina de exercícios físicos ao seu amigo peludo. Também não se pode esquecer dos cuidados básicos que todos os cães necessitam para preservar uma boa saúde e um comportamento estável, que envolve medicina preventiva adequada, boa estimulação física e mental, etc.
Da mesma forma, é importante que você reserve alguns minutos todos os dias para brincar com seu cachorro, apresentá-lo aos jogos de inteligência e dar-lhe as carícias que ele merece. Aqui partilhamos algumas ideias: “Como demonstrar amor para um cachorro?”.
Estresse ou tédio
Quando um cão vive num ambiente empobrecido - e ainda mais se passa várias horas sozinho em casa - é muito provável que se sinta entediado porque não encontra meios ou formas de gastar energia, expressar-se e desenvolver a sua capacidade cognitiva e sensorial. habilidades. É mais provável que um cão entediado recorra a comportamentos incomuns e às vezes perigosos para se divertir e aliviar aquela sensação incômoda de não ter nada para fazer.
O principal problema é que as mesmas causas que inicialmente geram o tédio, mais cedo ou mais tarde, fazem com que o cão acumule muita tensão e, consequentemente, manifeste sintomas de estresse. Neste momento, o que pode ter começado com pequenos delitos, como virar a tigela de comida do cão ou exigir que receba comida na boca para chamar a atenção, tende a aumentar progressivamente, dependendo do nível de estresse a que o cão está submetido. problemas comportamentais mais complexos que muitas vezes se manifestam através de destrutividade ou mesmo agressividade.
O que fazer?
O nível de energia de um cão varia dependendo de alguns fatores como a sua raça e herança genética, a sua personalidade, a sua idade e também o seu estado de saúde. No entanto, todos os cães devem ter a oportunidade de fazer exercício diariamente, expressar sua natureza (ou seja, como cães) e desenvolver as suas capacidades cognitivas e sensoriais. Caso contrário, é muito provável que apresentem sintomas de estresse ou tédio.
Se o seu cão só come se você o alimentar na boca por esses motivos, é fundamental que ele tenha acesso durante toda a vida a uma boa rotina de atividades físicas e a um ambiente enriquecido com brinquedos, jogos e uma variedade de estímulos que o mantenham motivado e entretido, mesmo quando sozinho. Porém, existem outras coisas que podem estressar os cães, como mudanças repentinas na rotina, ruídos altos e a chegada de um estranho em casa, e é importante que você tente atenuar o desconforto causado por esses distúrbios para ajudá-los a se adaptarem. em seu próprio tempo e restaure o equilíbrio ao seu ambiente.
Por fim, se já percebe que o seu cão apresenta sinais de que está estressado, no PeritoAnimal aconselhamos, primeiro, que vá ao veterinário para verificar o seu estado de saúde e descartar causas patológicas. Imediatamente, e sempre tendo a certeza de que seu amigo peludo está saudável, você pode começar a colocar em prática estas diretrizes básicas de manejo do estresse em cães:
Falta de apetite
Se o seu cão só come se você lhe der a boca e também demonstra pouco interesse por qualquer tipo de comida ou guloseima que você tente oferecer, a causa pode estar relacionada à redução do apetite. Infelizmente, existem vários distúrbios físicos e mentais que podem fazer com que um cão não coma, entre os quais encontramos desde problemas digestivos específicos e temporários, como indigestão em cães, até doenças graves, como parvovírus ou cinomose canina, a presença de parasitas no trato intestinal e até depressão.
Por outro lado, devemos também ter em conta que os cães idosos tendem a apresentar uma certa redução do apetite, o que está associado a um metabolismo mais lento, que é, precisamente, um dos sinais de velhice nos cães e que também faz com que necessitem de mais descanso e de atividades adaptadas às suas limitações físicas.
O que fazer?
Se o seu cão come apenas na sua mão, a primeira coisa a fazer é levá-lo ao veterinário para descartar qualquer doença ou distúrbio subjacente e garantir que o tratamento adequado seja iniciado, sempre que necessário. Você também pode aproveitar a consulta com o especialista para avaliar se está oferecendo o tipo de dieta mais favorável ao estado de saúde e preferências do seu amigo peludo.
No caso particular dos cães idosos, também é interessante avaliar, sempre com um veterinário, a necessidade de introdução de vitaminas ou outros suplementos para cães idosos para complementar a sua dieta e prevenir ou auxiliar no tratamento de doenças degenerativas. Além disso, no PeritoAnimal contamos com um um guia completo sobre Cuidados de um cachorro idoso com tudo que o seu melhor amigo irá necessitar nesta última fase da sua vida.
Mal uso do reforço positivo
O reforço positivo é uma ferramenta muito poderosa na educação de cães, que vai além do adestramento, pois podemos utilizá-lo não só para ensinar-lhes os comandos básicos da obediência canina, mas também todo e qualquer comportamento que consideramos adequado para uma boa convivência em lar. Porém, aplicada de forma errada, esta ferramenta pode ser contraproducente, pois o cão pode assimilar o fato de receber uma recompensa com o de realizar qualquer tipo de ação (e não especificamente aquela que estamos tentando ensinar).
Vejamos um exemplo prático para entender melhor esse tipo de problema. Digamos que você esteja tentando ensinar seu cão a urinar em um local específico (por exemplo, em um tapete higiênico) e não em qualquer lugar. Assim, você começa a recompensá-lo sempre que chega em casa e percebe que tem xixi no tapete e não no chão ou nos móveis. Embora sua ideia seja boa, porque você está tentando recompensar seu cão por ter feito algo certo em vez de algo errado, o problema aqui está no timing, ou seja, quando você oferece essa recompensa. Um dos segredos para o bom uso do reforço positivo é oferecer a recompensa imediatamente após realizar a ação que deseja reforçar. Portanto, você só deve oferecer a recompensa ao seu cão por urinar no lugar certo quando isso acabar de acontecer e não em qualquer momento. Porque quando a recompensa chega minutos ou horas depois da ação, o cão não consegue assimilar as duas coisas, ou seja, não consegue entender que você o está recompensando especificamente por realizar determinada ação. Consequentemente, você corre o risco de ele assimilar que existem múltiplas coisas que ele pode fazer para receber uma recompensa, inclusive exigir que, ao chegar em casa ou em determinados horários, você lhe dê bolinhas de comida ou guloseimas na boca (se você geralmente usam esses tipos de recompensa).
O que fazer?
É essencial saber ser oportuno na aplicação do reforço positivo no adestramento de cães. Isto significa apenas oferecer a recompensa ao seu cão logo após realizar a ação ou comportamento que deseja reforçar para, desta forma, estimular a sua assimilação como parte da sua rotina. Mas também é importante que você saiba que a frequência com que você oferece a recompensa ao seu cão deve variar dependendo do progresso do seu próprio aprendizado. Se no início, quando você está apenas começando a ensinar ao seu cão um determinado comando ou comportamento, você deve dar-lhe a recompensa imediatamente e desde que ele execute essa ação corretamente, à medida que esse comando ou comportamento for assimilado e se tornar fácil para ele, será o momento de reduzir a frequência e entregar a recompensa somente após um determinado número de repetições, que também deverá aumentar progressivamente até se tornar uma eventual recompensa. E se você tiver alguma dúvida, aqui contamos tudo o que você precisa saber sobre o reforço positivo em cães e como aplicá-lo corretamente no dia a dia: “Guia para reforço positivo”.
Por outro lado, é muito interessante que você varie as recompensas para evitar que seu cão assimile que sempre receberá algum alimento pelo seu bom comportamento. Você pode oferecer carinho, passeios, um brinquedo, um jogo, etc.
Você já descobriu por que seu cachorro só come se você o alimentar na boca? Conte para nós nos comentários!
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