Pode dar meloxican para gatos?
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O controle da dor e da inflamação sempre foi um desafio para o homem. A dor é uma experiência multidimensional complexa que envolve componentes sensoriais e emocionais, exclusivamente individual em humanos e animais, o que torna difícil sua avaliação. Em pacientes incapazes de se comunicar verbalmente, incluindo os animais, utilizam-se modificações comportamentais para orientar na gestão da dor. Décadas de pesquisa sobre o manejo da dor indicam que ela é mais bem administrada quanto mais cedo e agressivo for o tratamento[1].
Os gatos manifestam a dor de forma diferente dos cães, o que torna a situação mais desafiadora ainda. Felinos são animais que não se rendem com facilidade, escondem-se quando se sentem mal ou com dor, o que dificulta a identificação de alterações de comportamento pelo tutor. O uso de medicamentos anti-inflamatórios não esteroidais tem sido muito comum em cães e gatos, mas os bichanos possuem um metabolismo peculiar, não sendo passíveis do uso dos mesmo remédios que os cães.
A falta de segurança em alguns anti-inflamatórios e suas reações adversas limitam sua utilização na espécie felina. O meloxicam, por exemplo, era utilizado apenas em cães antigamente. Mas pode dar meloxican para gatos? A resposta é sim, pois seu uso foi liberado para os felinos, após vários estudos de sua eficácia e toxicidade. Você já ouviu falar no meloxicam? Então aproveite este artigo para conhecer melhor esse medicamento, assim como seus usos e dose para os bichanos. Boa leitura!
O que é meloxicam?
O meloxicam é um anti-inflamatório não esteroidal pertencente à classe do ácido enólico, um dos derivados do Oxicam. Esse medicamento é capaz de inibir a atividade da enzima ciclo-oxigenase, da fosfolipase A2 e a síntese de prostaglandinas, substâncias causadoras de dor e outras reações corporais.
Diversos estudos realizados em cães e gatos mostraram que o meloxicam é seguro e eficaz para uso nessas espécies, sendo bem tolerado pelos animais. É indicado como anti-inflamatório e analgésico para gatos, sendo que a duração do tratamento deverá ser estipulada de acordo com a gravidade do quadro.
Neste outro artigo falamos sobre diferentes tipos de anti-inflamatórios para gatos.
Pode dar meloxicam para gatos?
Sim, pode dar meloxicam para gatos. Esse medicamento já foi amplamente testado nessa espécie e se mostrou eficaz e seguro, inclusive para uso prolongado. No entanto, a dose e o tempo de uso deverão ser indicados pelo médico veterinário, para que não ocorram intoxicações e reações adversas graves.
Para que serve o meloxicam em gatos?
O meloxicam possui atividade analgésica e antipirética, além da ação anti-inflamatória. Esse medicamento é indicado para dores leves a moderadas, podendo ser utilizado em gatos durante um período prolongado, com o devido ajuste da dose. Possui boa ação para dores pós-operatórias, associado ou não a outros medicamentos.
Em gatos, recomenda-se o uso por, no máximo, 4 dias. Doses menores podem ser necessárias para o uso prolongado, dependendo do quadro clínico do animal e do nível de dor.
Qual a dosagem do meloxicam para gatos?
O meloxicam deverá ser prescrito pelo médico veterinário, que avaliará a dose necessária e o tempo de uso. Geralmente, o fármaco é prescrito na dose de 0,1mg/kg, no máximo por 4 dias de uso em gatos.
Doses menores podem ser utilizadas por períodos mais longos, mas sempre sob supervisão de um profissional habilitado, devido ao risco de intoxicação.
Quais os efeitos colaterais do meloxicam nos gatos?
Os efeitos adversos mais comuns são os gastrintestinais. O meloxicam, quando em dose baixa, pode ser utilizado em gatos durante um período prolongado, porém há relatos de reações adversas como vômito, salivação e diarreia.
Os efeitos adversos mais comumente relatados após o uso do meloxicam nos gatos, são:
- Náuseas
- Perda de apetite
- Apatia
- Diarreia
- Sangue nas fezes
- Ulceração gástrica
- Elevação de enzimas hepáticas e falência renal também já foram descritos.
O uso não é indicado para pacientes com problemas hepáticos e renais, devendo ser utilizado com cautela em animais idosos.
Meloxicam dá sono no gato?
O meloxicam pode deixar o gato mais sonolento sim. Pode ser que, com a melhora da dor, resultante do efeito analgésico do medicamento, o animal sinta-se mais relaxado e durma. Além disso, o medicamento possui um efeito hipotensivo, podendo causar sono e apatia no gato. É necessário ficar atento a outros sinais e mudanças de comportamento, para ter certeza de que o animal não está sofrendo de intoxicação pelo medicamento.
Quais os melhores anti-inflamatórios para gatos?
Os gatos são animais com o metabolismo peculiar, podendo se intoxicar facilmente com medicamentos. Anti-inflamatórios utilizados em cães nem sempre podem ser administrados em gatos. E da mesma forma, fármacos de uso humano devem ser fornecidos com orientação veterinária aos animais. Ainda, para a escolha do anti-inflamatório a ser usado, é importante que se leve em consideração o mecanismo de ação dos fármacos e para qual tipo de processo inflamatório cada classe é mais indicada.
Alguns anti-inflamatórios já foram testados em gatos e mostraram-se seguros nessa espécie, conforme listamos abaixo:
- Cetoprofeno: possui a vantagem de ser administrado uma única vez por dia, com ação de longa duração. Possui ação analgésica e anti-inflamatória. Deve ser evitado caso o bichano possua problemas renais. Nome comercial: Ketoflex, Ketofen, Kenovet, Ketojet.
- Carprofeno: aprovado nos EUA para uso veterinário em cães e equinos, é utilizado em cães para obtenção de efeitos analgésicos (inclusive pré-cirurgicamente) e no tratamento de osteoartrite (nestes casos tem demonstrado baixa incidência de efeitos colaterais para articulação). Apresenta-se como um dos anti-inflamatórios não esteroidais mais seguros, e, em dose única, parece ser também bastante efetivo para utilização em gatos. Nome comercial: Carproflan, Carprodyl, Carprofeno Ibasa, Carprofeno Ligvet, Rimadyl.
Agora que você já sabe que pode dar meloxican para gatos, deixamos aqui alguns artigos nos quais falamos sobre outros medicamentos que geram curiosidade em tutores de felinos:
Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.
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- Padilha, V.S. Cetorolaco, meloxicam ou dipirona administrados antes ou após ovariossalpingohisterectomia em gatas. Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, 2015. Disponível em https://www.udesc.br/arquivos/cav/id_cpmenu/1291/tese_pronta_vanessa_15671833914917_1291.pdf. Acesso em 23/08/2023.
- Flamavet, Meloxicam. Bula da Agener União Saúde Animal. Disponível em https://products-info-public.s3-sa-east-1.amazonaws.com/bulas/agener-biovet/BulaFlamavet02-SomenteGatos.pdf. Acesso em 23/08/2023.
- Riboldi, E., Lima, D.A., Dallegrave, E. Sensibilidade espécie-específica aos anti-inflamatórios não esteroidais: humanos x animais de companhia. Arq. Bras. Vet. Zootec., v. 64, n.1, p. 39-44, 2012. Disponível em https://www.scielo.br/j/abmvz/a/ysbs3yBFpPWrYBgtv3hNn3F/?format=pdf&lang=pt. Acesso em 23/08/2023.
- Berbert, L.R.H. Efeitos colaterais de antiinflamatórios não esteróides em cães e gatos. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, 2004. Disponível em https://www.pubvet.com.br/uploads/25f07b547d8cbcfe8f6165499851675b.pdf. Acesso em 23/08/2023.