Intoxicação em gatos - Sintomas e o que fazer

As piretrinas são um grupo de antiparasitários externos os quais incluem as permetrinas, inseticidas amplamente utilizados nas espécies caninas na forma de pipetas, sprays ou xampus sozinhos ou combinados com outros ingredientes ativos e também utilizados em casas, jardins e fazendas.

Estes compostos são altamente absorvidos topicamente e têm uma toxicidade muito baixa para os mamíferos, com exceção dos gatos, já que é um produto altamente tóxico para os bichanos.

A permetrina é tóxica devido a uma deficiência no metabolismo de drogas nas espécies felinas, pois é metabolizada no sistema microssomal do fígado do gato seguido por oxidação e conjugação com ácido glucurônico, processos que também ocorrem no fígado.

O problema é que os gatos têm deficiência na transferase glucuronidase, a qual conjuga o composto com o ácido glucurônico, portanto a desintoxicação desses compostos é retardada, aumentando os efeitos tóxicos.

A intoxicação em gatos ocorre principalmente quando o felino vive com um cachorro que foi desparasitado com este produto e, por contato com ele, acaba se intoxicando por ingestão, através da pele ou por conta de um descuido ou ignorância dos tutores, que reutilizam a pipeta do cachorro no gato. Os sintomas de intoxicação em gatos clínicos que podemos destacar, são:

• Tremores.
• Falta de coordenação motora.
• Convulsões.
• Contrações musculares.
• Dilatação da pupila.
• Miados.
• Falta de ar.
• Hipertermia ou hipotermia.
• Coceira.
• Diarreia.
• Vômitos.

Como desintoxicar um gato devido à permetrina

O tratamento de uma intoxicação por permetrina em gatos será diferente de acordo com a via de intoxicação. Portanto:

• Se a intoxicação tiver ocorrido pela ingestão oral de permetrina: é preciso utilizar eméticos como a xilazina para induzir vômitos ou realizar lavagem gástrica, bem como usar carvão ativado durante as primeiras 4 horas, que servirá como adsorvente de parte do veneno para evitar que ele passe para a corrente sanguínea em sua totalidade.
• Se a intoxicação tiver sido pela pele: o gato deve receber um banho com um sabão suave para gatos ou um xampu queratolítico para remover o produto e impedir sua absorção.

Também é importante tratar os sintomas de intoxicação em gatos com fluidoterapia, administração de oxigênio, diuréticos para facilitar a eliminação do produto, relaxantes musculares se houver tremores, anticonvulsivos se houver convulsões e, se as convulsões forem excessivas, além de o gato ficar muito nervoso, é recomendado anestesiar o gato por inalação com isoflurano.

Um gato intoxicado por raticidas é extremamente perigoso pois esses venenos contam, principalmente, com compostos anticoagulantes que atuam como antagonistas da vitamina K, como a bromadiolona, um raticida bastante comum caracterizado pela atração que provoca no apetite dos roedores. É eficaz contra ratos e ratazanas resistentes à varfarina e ao coumatetralil.

É um veneno não específico da espécie, portanto, provoca intoxicação não apenas nos gatos, mas em todos os animais. Os gatos podem ser intoxicados pela ingestão direta de isca envenenada do produto ou indiretamente, o mais comum é a intoxicação pela ingestão de ratos ou ratos que foram envenenados com veneno de rato.

Os sintomas de intoxicação em gatos derivam do efeito anticoagulante, e é por isso que podemos observar:

• Hemorragias sob a forma de vômitos.
• Sangramento gastrointestinal e pelo nariz.
• Hemorragias oculares, cerebrais e pulmonares.

Este tipo de intoxicação deixa o gato debilitado, com problemas de visão, problemas respiratórios, anemia e frequência cardíaca alterada.

Tratamento para a intoxicação em gatos por raticida

O tratamento dependerá da situação:

• Se a intoxicação tiver ocorrido há menos de 3 horas: é necessário utilizar eméticos, promovendo a lavagem gástrica e usar carvão ativado.
• Se houver dificuldade respiratória ou anemia grave: recorreremos ao uso de oxigênio.
• Se o gato sofre convulsões: utilizar diazepam e realizar a toracocentese.
• Se houver hemotórax, fludoterapia, transfusão de sangue ou plasma: complexo B, em particular vitamina B12 e repouso e internação do gato.
• Se a intoxicação no gato ocorrer por bromadiolona: oferecer vitamina K a 2,5-5 mg/kg durante 3-4 semanas por via subcutânea.

Os anti-inflamatórios não esteróides ou AINEs são muito bons para controlar a dor, inflamação e febre, mas nem todos eles podem ser usados em gatos. Dois em particular são altamente tóxicos: ibuprofeno e paracetamol. Essas drogas controlam a inflamação inibindo a liberação de prostaglandinas e leucotrienos liberados por COX ou ciclo-oxigenase e LOX ou enzimas lipoxigenase, respectivamente.

Esta inibição dos compostos envolvidos na febre, dor, proteção da mucosa gastrointestinal, função plaquetária e fluxo sanguíneo renal tem as vantagens de reduzir a febre e a inflamação, mas impede a proteção da mucosa gastrointestinal e renal e a função plaquetária adequada.

O problema com esses medicamentos em gatos é que eles são metabolizados por conjugação com ácido glucurônico hepático mediado por uma enzima na qual os gatos são deficientes, a glucuronil transferase hepática.

Por esta razão, esses remédios podem intoxicar gatos porque permanecem no corpo do bichano por um período de tempo mais longo, aumentando sua toxicidade. Quanto maior a dose, maior a toxicidade, e não é preciso muito para se tornar letal.

Dentre os sintomas da intoxicação em gatos por anti-inflamatórios, podemos destacar os seguintes:

• Náuseas.
• Vômitos.
• Diarreia.
• Dores abdominais.
• Úlceras gastrintestinais e hemorragias.
• Danos aos rins e fígado.
• Convulsões
• Falta de coordenação motora (ataxia).
• Coma

Como desintoxicar um gato que ingeriu anti-inflamatórios

Se por acidente ou por não saber dos riscos envolvidos você tiver dado seu gato paracetamol ou ibuprofeno, você deve ir ao veterinário urgentemente para que, se menos de duas horas tiverem passado, o profissional possa induzir o vômito com eméticos como xilazina ou água oxigenada e fazer a lavagem do estômago com carvão ativado para adsorver parte da droga.

A N-acetilcisteína também é comumente usada para apoiar a síntese de glutationa que facilitará a inativação da droga não conjugada e apoiará o fígado, a dose é 70 mg/kg por via oral quatro vezes ao dia. Em animais com hipoxia e problemas respiratórios, aplicar oxigenoterapia. Proteger a mucosa gastrointestinal com sucralfato e usar a terapia com fluidos com o lactato de Ringer.

Embora com menos frequência do que ocorre com os cães, os gatos também podem ingerir alimentos contaminados ou estragados que foram jogados no lixo e se intoxicarem por endotoxinas liberadas pelas bactérias contidas em tais alimentos.

Essas endotoxinas causam alterações na permeabilidade intestinal, motilidade e sinais nervosos, e também podem levar à coagulação intravascular disseminada (CIVD), síndrome do desconforto respiratório agudo e morte, dependendo da gravidade da condição.

Os sintomas de um gato intoxicado por ingestão de lixo podem incluir:

• Diarreia.
• Vômitos.
• Dores abdominais.
• Falta de ar (dispneia).
• Espasmos.
• Falta de coordenação motora.
• Hipermetria.
• Convulsões.
• Choque endotóxico e morte.

Tratamento da intoxicação de gatos por ingestão de lixo

Para tratar este tipo de intoxicação no felino, é preciso controlar os sintomas nervosos como convulsões com anticonvulsivos como o diazepam, tratar o choque endotóxico, realizar a lavagem gástrica com carvão ativado a cada 2-4 horas, tratar os sintomas digestivos e utilizar antibióticos.

Nossos pequenos felinos podem ficar tentados a ingerir ou mordiscar algumas plantas encontradas em nossas casas ou ao ar livre se eles saírem. Dependendo da planta que ingerem, podem produzir um ou outro tipo de sintomatologia, mas prevalecem sintomas como os seguintes:

• Diarreia.
• Vômitos.
• Mal-estar e dor abdominal.

As plantas tóxicas mais comuns são azaleia, hortênsia, hera, cróton, narciso, babosa e bico-de-papagaio. Podemos dividir essas plantas em diferentes grupos: podem ser amplamente divididos em:

• Plantas com látex tóxico: que produzem irritação das mucosas dos órgãos e da pele por onde passam ou entram em contato, tais como croton e poinsettias.
• Plantas com saponinas irritantes e hemolíticas de hortênsias e hera: que causam sintomas digestivos e desconforto respiratório, aumento do ritmo cardíaco, membranas mucosas azuis e até mesmo morte por parada respiratória.

Outras plantas são tóxicas porque contêm glicosídeos cardíacos como os do oleandro, que causam arritmias, aumento ou diminuição do ritmo cardíaco, tremores, distúrbios de marcha, baixo nível de açúcar no sangue, dilatação pupilar e sintomas digestivos.

Finalmente, há outras plantas com cristais de oxalato de cálcio que são insolúveis e altamente irritantes, causando sintomas como bolhas, vesículas, vermelhidão e coceira, assim como sinais digestivos e nervosos.

Tratamento da intoxicação de gatos por plantas

A primeira coisa a fazer se seu gato ingeriu uma planta tóxica é ir a uma clínica veterinária com urgência e dizer qual planta ele ingeriu. Tire uma foto para mostrar ao profissional caso não saiba o nome da planta. Uma vez lá, se tiverem passado menos de duas ou três horas, a equipe vai induzir o vômito e/ou farão lavagem gástrica para tentar eliminar o máximo possível do tóxico do corpo do felino. Eles também devem tratar os sintomas produzidos por aquela planta em particular e estabilizar o gato com fluidoterapia e oxigênio.

Agora que você sabe quais são os 5 principais tipos de intoxicação em gatos e viu formas de desintoxicar o gato, confira o vídeo a seguir no qual destacamos 10 plantas tóxicas para os felinos e seus efeitos:

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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