Cachorro com doença do carrapato pode tomar banho?

A doença do carrapato, ou erliquiose canina, é uma doença infectocontagiosa causada por uma bactéria da ordem Rickettsiales e do gênero Ehrlichia spp., sendo a principal espécie que acomete os cães a Ehrlichia canis. Além dessa espécie, os cachorros também podem ser infectados pelas Ehrlichia ewingii e Ehrlichia chaffeensis. Algumas raças são mais sensíveis à doença, como o pastor alemão, husky siberiano, dobermans e pinschers, com pior prognóstico. Cães da raça pastor alemão, quando infectados, apresentam distúrbios hemorrágicos graves, devido à depressão da imunidade mediada por células nessa raça.

A bactéria é inoculada na corrente sanguínea do cão por meio da picada do carrapato, replicando-se dentro das células da medula óssea, maduras ou imaturas, multiplicando-se em órgãos como o fígado, baço e linfonodos. No momento da transmissão da erliquiose, o carrapato pode transmitir outros agentes, como Babesia, Hepatozoon e Hemobartonella canis.

Sintomas da doença do carrapato em cães

Os sintomas variam de acordo com a fase da doença. Inicialmente, pode ser assintomática ou apresentar sinais bem leves e inespecíficos, como diminuição do apetite. Com a evolução da patologia, o animal passa a apresentar:

• Emagrecimento
• Apatia
• Febre
• Fraqueza
• Mucosas pálidas
• Vômito
• Diarreia
• Sangramentos espontâneos
• Edema de membros e escroto.

Infelizmente, a doença do carrapato é contagiosa sim. A transmissão entre animais se faz pela inoculação de sangue proveniente de um cão contaminado para outro sadio, por meio do carrapato. A doença também pode ser transmitida pela transfusão sanguínea, quando o doador não for testado para a patologia.

Sim. A severidade da doença depende da idade, da condição nutricional e da suscetibilidade racial do animal, assim como da ocorrência de outras doenças concomitantes e da virulência da cepa infectante^[1]. Os filhotes ainda não possuem um sistema de defesa eficiente como um cão adulto, podendo sofrer maiores danos no caso de erliquiose.

Caso o cachorro esteja muito debilitado, não é aconselhável dar banho nele. Se a temperatura da água utilizada no banho não estiver adequada (muito fria ou muito quente), o banho pode causar um estresse no animal, que liberará cortisol, diminuindo ainda mais sua imunidade. Além disso, como o animal está fraco, outros patógenos podem se aproveitar da situação e causar outras doenças, como pneumonia e dermatites.

Uma alternativa ao banho é o uso de lenços umedecidos. Outra opção é molhar um pano em uma mistura de água morna com xampu neutro (de cachorro ou infantil). O banho com lenços ou pano pode ser realizado da seguinte forma:

1. Prepare o banho em um ambiente fechado, sem correntes de ar;
2. Coloque o cachorro sobre uma toalha, de forma que ele fique confortável e tranquilo;
3. Prepare uma mistura de água morna com um pouco de xampu neutro, ou utilize os lenços umedecidos;
4. Passe os lenços ou o pano por todo o corpo do animal, sem deixar cair nos olhos qualquer tipo de líquido;
5. Evite molhar demais o cachorro, para evitar que ele sinta frio;
6. Depois de limpo, seque todo o corpo com uma toalha ou com secador de cabelo;
7. Não utilize produtos muito perfumados, cães possuem o olfato muito potente, ficando extremamente incomodados com odores fortes;
8. Tente fazer tudo o mais rápido possível. Quanto menos estresse, melhor para o cachorrinho doente.

Lembre-se de que não só os cães doentes, mas os cães saudáveis também precisam de cuidados na hora do banho, como monitorar a temperatura da água e aguardar os dias mais quentes para se banharem. Cães com imunidade baixa não devem tomar banho até melhorarem seu estado físico, pois o banho é um estresse a mais para o corpo, que já está debilitado. O ideal é fazer uma higiene com lenços umedecidos até que o cachorro esteja bem de saúde.

Quando o tratamento é iniciado rapidamente, em uma fase não muito crítica da doença, a melhora é perceptível em uma ou duas semanas, o que não deve ser motivo para interromper o tratamento. Casos mais graves podem necessitar de tratamento e acompanhamento do médico veterinário por vários meses.

Apesar de ser uma doença com potencial para evoluir para o óbito, a doença do carrapato possui tratamento bem simples, com o uso de antibióticos, sendo a doxiciclina o de escolha. A terapia não pode ser interrompida antes da cura total, pois a bactéria pode voltar a causar a doença caso não se cumpra o prazo correto de antibioticoterapia.

Além do uso de antibióticos, merece uma atenção especial a alimentação do cachorro com a doença do carrapato, pois alguns ficam tão debilitados que não conseguem se alimentar sozinhos. Por esse motivo, a alimentação deverá ser facilitada, com alimentos mais chamativos, como patês e sachês de cães, ou dieta caseira preparada especialmente para o animalzinho doente.

Agora que você já sabe que cachorro com doença do carrapato não pode tomar banho e conheceu as alternativas para limpá-lo, recomendamos o vídeo a seguir

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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