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Higroma em cães - Causas, sintomas e tratamento

 
Carla Moreira
Por Carla Moreira, Médica veterinária. 9 outubro 2022
Higroma em cães - Causas, sintomas e tratamento
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Caso você seja um admirador de cães, certamente já percebeu que cachorros de raças grandes e gigantes podem apresentar lesões nos cotovelos, nos jarretes e até mesmo no quadril, podendo variar de um simples calo de apoio até um higroma. Os cães maiores, geralmente, dormem sem qualquer acolchoamento, em canis com pisos rústicos ou na terra. A pressão constante nos pontos de apoio, como nas articulações dos cotovelos (quando os animais se deitam para descansar), por exemplo, pode gerar uma inflamação na região, causando bastante incômodo no animal.

Essa inflamação nos cotovelos, e menos comum na área do jarrete, é chamada de higroma e geralmente é indolor, chamando a atenção dos tutores pelo aumento de volume na região. A lesão inicial pode ser tratada com compressas de gelo, ataduras e repouso, porém, a maioria evolui e precisa de tratamento cirúrgico. Os cães mais jovens são mais acometidos porque ainda não possuem calos de apoio, que, de certa forma, protegem as articulações de traumas mais leves e recorrentes.

Neste artigo do PeritoAnimal, falamos sobre as causas do higroma em cães, suas causas, sintomas e possíveis tratamentos. Boa leitura!

Índice
  1. O que é o higroma em cães?
  2. Como saber se o cachorro tem higroma?
  3. Existe pomada para higroma em cães?
  4. Tratamento do higroma em cães
  5. A cirurgia é a melhor opção para tratar o higroma canino?

O que é o higroma em cães?

O higroma, também conhecido como bursite ou tendosinovite, é caracterizado por um aumento de volume observado com maior frequência no cotovelo, mas pode ocorrer também nos jarretes e nas articulações do quadril. Na região cotovelar há uma articulação entre os ossos úmero, rádio e ulna, que são recobertos por uma estrutura denominada cápsula articular, onde se localiza o líquido sinovial. O aumento de volume é decorrente de um processo inflamatório que leva a uma maior formação do líquido sinovial, causado por traumatismo crônico.

Na maioria das vezes, o higroma ocorre em raças grandes e em cães jovens (entre 6 e 18 meses de idade)[1]. Raças como são bernardo, dálmata, mastiff, rottweiler, dogue alemão, fila brasileiro e outros cães grandes e gigantes estão mais susceptíveis ao desenvolvimento da patologia.

O higroma cotovelar, também chamado de seroma cotovelar ou bursite olecraniana, é uma cavidade preenchida por fluido, circundada por tecido conjuntivo fibroso denso, que surge na face lateral do olécrano (parte da ulna, um dos três ossos que compõem a articulação do cotovelo). Geralmente é causado por traumatismo crônico, quase sempre ocorre bilateralmente como um inchaço indolor. A lesão tecidual resulta em isquemia (falta de oxigenação) dos tecidos moles situados sobre o osso, necrose celular, e na formação de parede de tecido conjuntivo que circunda o espaço repleto de líquido.

A maioria dos higromas cotovelares ocorre em cães jovens (6 a 18 meses de idade) de raças grandes, antes de se formar um calo protetor sobre a proeminência óssea; no entanto, eles podem ocorrer em animais idosos com doença neuromuscular. Alguns cães com pele fina e gordura subcutânea esparsa ficam predispostos a higromas[2].

Neste outro artigo listamos as raças de cachorro com mais problemas de saúde.

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Imagem: ortocanis.com

Como saber se o cachorro tem higroma?

Os higromas cotovelares em cães variam em tamanho, ficando maiores e mais espessos com traumatismos repetidos. No início, são geralmente estéreis, mas bactérias podem ser introduzidas durante uma aspiração realizada para se analisar o líquido. Higromas infectados ficam doloridos; os indolores e pequenos se tornarão problemas estéticos persistentes se não forem tratados. Podem ocorrer higromas em outras proeminências ósseas (ou seja, tuberosidade calcânea, trocanter maior, tuberosidade coxal, tuberosidade isquiática, protuberância occipital externa e processos espinhosos dorsais vertebrais torácicos)[2].

Esses tipos de higromas em cães variam em tamanho, podendo ficar maiores à medida que o animal sofre traumatismos repetidos. Apresentam-se como um aumento de volume (inchaço) indolor na região do cotovelo. Você pode descobrir se o seu amigo peludo tem higroma apenas observando o corpo dele, principalmente na região dos cotovelos, fazendo uma comparação entre os dois lados e observando se há algum aumento de volume desproporcional.

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Existe pomada para higroma em cães?

Existe um gel para higroma em cães para aplicação tópica, à base de dimetilsulfóxido, conhecido comercialmente como DM-GEL. Em lesões recentes, pode ser tentado o tratamento conservador, com a aplicação tópica de dimetilsulfóxido gel (DMSO gel) e bandagem ao redor da lesão, lembrando que a melhor opção de terapia deverá ser conversada com o médico veterinário.

Além disso, o uso de anti-inflamatórios pode ser benéfico no alívio da dor e da inflamação da articulação afetada. Deve-se manter o animal em repouso durante a recuperação e em locais macios e acolchoados.

Tratamento do higroma em cães

O tratamento irá depender do tipo de higroma no cachorro, do seu grau de progressão e do fato de existirem ou não complicações, como é o caso da infecção articular. Quando nos referimos a um higroma sem complicações e recente, podemos recorrer a uma atadura e aos anti-inflamatórios. A realização de drenagem pode levar bactérias para dentro da articulação, complicando o quadro.

Na região do cotovelo, os higromas podem apresentar variados tamanhos, e, conforme a cronicidade, maior será o tamanho e espessura da pele que o recobre. A maioria dos casos de higroma em cães será resolvida de forma definitiva somente por meio de procedimentos cirúrgicos, para retirada de todo o saco composto de tecido conjuntivo fibroso e tecido de granulação que envolve a articulação do cotovelo.

Após a retirada cirúrgica do higroma, é essencial que o animal faça repouso e deite-se em local macio, para evitar novos traumas na região. São indicados também os protetores articulares, que podem ser facilmente encontrados em sites de artigos ortopédicos para animais. Eles podem ser utilizados nos momentos de maior atividade do cão.

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A cirurgia é a melhor opção para tratar o higroma canino?

Sim, o tratamento cirúrgico será a melhor opção caso a lesão seja mais antiga, com poucas chances de resposta à terapia tópica e às bandagens. O procedimento mais apropriado deverá ser indicado pelo médico veterinário, que fará uma análise do tamanho do higroma, de sua evolução e das possibilidades de reconstrução da região a ser operada, devido à grande retirada de tecidos.

Agora que você conhece mais sobre as causas, sintomas e tratamentos do higroma em cães, talvez você possa se interessar pelo vídeo a seguir em que falamos sobre os motivos que levam um cachorro a ficar cambaleando:

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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Referências
  1. Amaral, A.B et al. Higroma cotovelar canino. VII Semana Acadêmica da Medicina Veterinária UCDB, 2022. Disponível em https://eventos.congresse.me/savet/resumos/8251.pdf. Acesso em 07/10/2022.
  2. Siqueira Filho, R.S. et al. Higroma cotovelar em canino: Relato de caso. Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão. Disponível em http://www.eventosufrpe.com.br/jepex2009/cd/resumos/r0909-3.pdf. Acesso em 07/10/2022.
Bibliografia
  • Henrique, V.F. et al. Bursite cotovelar aguda em filhotes: relato de caso. Arq. Ciênc. Vet. Zool. UNIPAR, Umuarama, v.17, n.3, p.185-187, 2014. Disponível em https://revistas.unipar.br/index.php/veterinaria/article/viewFile/4943/2882. Acesso em 07/10/2022.
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