Linfopenia em cães - Sintomas, causas e tratamentos

Os linfócitos são células do sangue com diferentes funções, sendo divididos em três tipos: linfócitos T, produzidos na medula óssea e maturados no timo, linfócitos B, produzidos e amadurecidos na medula óssea, sendo as únicas células capazes de produzir anticorpos, e linfócitos NK (células natural killer ou exterminadoras naturais), células citotóxicas não específicas que são importantes na resposta precoce às células tumorais e infecções virais. Os linfócitos identificam moléculas estranhas contidas em diferentes agentes infecciosos, agindo e combatendo-os, defendendo imunologicamente o organismo.

A linfopenia é definida como a diminuição absoluta na contagem de linfócitos no sangue, sendo um importante sinal de alerta. Essa condição pode estar associada também à pancitopenia, que é uma redução no número total de células no sangue.

Existem três tipos de linfopenia que também acometem os cães:

1. Linfopenia T: ocorre uma redução do número de linfócitos T, mas com números normais dos outros linfócitos.
2. Linfopenia B: quando há uma redução dos linfócitos B, mas com números normais dos outros linfócitos. Sua causa é, na grande maioria das vezes, associada ao uso de remédios que suprimem o sistema imunológico.
3. Linfopenia NK: refere-se aos casos em que há pouca quantidade de linfócitos NK, mas com números normais de outros linfócitos. No entanto, é uma condição rara de acontecer.

Várias são as causas da diminuição de linfócitos no sangue:

• Infecção bacteriana ou fúngica
• Pós-operatório de cirurgia de grande porte
• Neoplasias malignas
• Terapia com glicocorticoides
• Estresse
• Quimioterapia e/ou radioterapia
• Trauma ou hemorragia recente
• Infecções virais
• Desnutrição proteico-calórica
• Doenças autoimunes.

Durante o estresse, por exemplo, ocorre o aumento do cortisol liberado pelas glândulas adrenais, em resposta às principais doenças sistêmicas, aos distúrbios metabólicos e à dor, o que resulta em uma linfopenia nos cães. Tratamentos com esteroides, como a prednisolona e a dexametasona também causam linfopenia. O pico de efeito desses medicamentos é observado quatro a seis horas após a administração, voltando aos valores prévios de leucócitos após 24 horas.

A linfopenia em cães em si não possui sintomas específicos, pois está associada a diversas causas. No entanto, a imunidade baixa facilita a infecção por vários agentes contagiosos, deixando o animal vulnerável.

Para tratar a linfopenia canina, será necessário encontrar o motivo do que a acarretou. Ou seja, deve-se diagnosticar a doença de base, causadora do distúrbio nas células do sangue. Para tanto, é necessário que o cachorro seja consultado por um veterinário, pois somente ele poderá solicitar exames e fechar o diagnóstico, determinando o melhor tratamento para o seu amigo.

Em algumas situações, torna-se desejável potencializar a resposta imune do animal, como por exemplo, o incremento da resistência às infecções e o tratamento de enfermidades imunossupressoras ou infecciosas de origem multifatorial. Para isso, utilizam-se imunomoduladores, que são substâncias que atuam no sistema imunológico, conferindo aumento da resposta orgânica contra determinados microrganismos, incluindo vírus, bactérias e protozoários. A origem dos imunomoduladores é muito variada, podendo incluir substâncias farmacológicas, produtos microbianos e plantas medicinais.

Além dos imunomoduladores, uma alimentação balanceada e de boa qualidade é um fator muito importante na manutenção e também para aumentar a imunidade do cachorro. A nutrição de cães e gatos tem se comportado de forma semelhante à nutrição humana, observada por meio da crescente incorporação de ingredientes funcionais nos alimentos.

O manejo nutricional também é uma importante ferramenta no auxílio do tratamento de diversas patologias, por meio da inclusão de alimentos nutracêuticos (suplemento alimentar que contém compostos bioativos benéficos para o organismo) na dieta dos animais. A imunomodulação através da dieta ocorre de duas formas: a primeira, busca componentes da dieta que atuem diretamente nos patógenos ou na microbiota do trato gastrointestinal, e a segunda exerce efeitos indiretos sobre os patógenos da microbiota por terem como alvo as células intestinais e/ou células imunes dos hospedeiros. As substâncias nutracêuticas são as vitaminas antioxidantes (A, C e E), flavonoides, vitamina D, ácidos graxos poli-insaturados, L-carnitina, glucosamina, condroitina, prebióticos, probióticos, minerais e fibras dietéticas.

Na alimentação dos cães e gatos, os suplementos nutracêuticos são recomendados com o objetivo de favorecer a saúde do trato digestório, da resposta imune, das condições de pele e pelagem, da composição corporal e da prevenção de danos decorrentes do envelhecimento, além de auxiliar nas funções orgânicas dos animais doentes. Cães mal alimentados e que passam por situações de estresse, como frio e fome, podem ter uma diminuição das defesas do corpo, ficando sujeitos a doenças.

Agora que você já sabe o que é a linfopenia em cães e descobriu suas causas e tratamento, recomendamos a leitura do artigo Como interpretar o exame de sangue de um cachorro.

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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