Cão deglutindo muito - Causas
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Às vezes, podemos notar que nosso cão está deglutindo muitas vezes seguidas. Este gesto pode vir acompanhado de salivação, ruídos e movimentos do abdômen que podem ser consequência de náuseas, e é possível que ele acabe vomitando.
Os cães têm facilidade para vomitar, por isso, essa situação nem sempre indica uma doença. Então, o que pode ser quando o cachorro fica mastigando? Quando estamos diante de um cão deglutindo muito, isso pode ser devido a alguns distúrbios que requerem atenção veterinária. Falaremos sobre eles neste artigo do PeritoAnimal. Anote!
1. Rinite e sinusite
A rinite é uma infecção nasal que pode se espalhar para os seios paranasais, caso em que é chamada de sinusite. Os sinais clínicos que essas duas condições causam são espirros, secreção nasal espessa com mau cheiro e náuseas devido ao gotejamento pós-nasal que ocorre. Ou seja, a secreção que passa do nariz para a boca é o que leva o cão a deglutir constantemente.
Existem várias causas que podem desencadear rinite e sinusite, como vírus, bactérias, fungos ou, especialmente em espécimes mais velhos, tumores ou infecções nos dentes. Portanto, um quadro como o descrito requer assistência veterinária, pois é necessário prescrever um tratamento.
2. Corpos estranhos
Pelo nome de corpos estranhos, nos referimos a objetos como fragmentos de ossos, lascas, ganchos, bolas, brinquedos, pontas, cordas, etc. Quando ficam alojados na boca, na garganta ou no esôfago, podemos notar o cão deglutindo muito e lambendo os lábios. Ele também parece sufocar, hipersaliva, não fecha a boca, a esfrega com as patas ou contra objetos, se mostra muito inquieto ou com dificuldade para engolir.
É importante ir ao veterinário, pois quanto mais tempo um corpo estranho permanecer alojado no corpo, maior é o risco de complicações e infecções. Além disso, em alguns casos, o cachorro pode sufocar. Você só deve tentar extrair um corpo estranho sozinho se for capaz de visualizá-lo completamente e se tiver um bom acesso. Caso contrário, há risco de agravar a situação. Em todo caso, nunca puxe objetos pontiagudos para evitar rasgos e ferimentos.
3. Faringite
Trata-se da inflamação da garganta, sendo comum que acometa tanto a faringe quanto as amígdalas. Muitas vezes se manifesta associada a infecções orais ou respiratórias. Nesses casos, notaremos que o cachorro fica engolindo a saliva constantemente, tem tosse e febre, perde o apetite, e a garganta fica avermelhada e com secreção.
Todo esse quadro é motivo de consulta veterinária, já que é o profissional quem deve determinar a causa da inflamação e, a partir dela, pautar o tratamento mais adequado. Por isso é tão importante prestar atenção se temos um cachorro deglutindo muito.
4. Esofagite
A esofagite refere-se à inflamação do esôfago, que pode ser ocorrer por diversas causas. Notaremos que o cão fica deglutindo constantemente, sente dor, hipersaliva e chega a regurgitar. Quando essa condição se torna crônica, o cachorro perde o apetite e, consequentemente, acaba perdendo peso. Em todo caso, é um problema do qual o veterinário deve tratar para estabelecer a causa e posterior tratamento.
5. Vômitos
Como apontamos no início do artigo, podemos notar que nosso cão fica deglutindo muito e inquieto antes de vomitar. São as náuseas ou ânsias de vômito seguidas de contrações visíveis na região abdominal e, finalmente, um relaxamento na parte inferior do esôfago. É isso que permite que o conteúdo do estômago seja expelido pela boca na forma de vômito, embora nem todos os episódios de náusea terminem e assim, e possam parar com apenas a ânsia de vômito.
Os cães podem vomitar com facilidade, por isso não é estranho que o façam por diversas razões, sem que isso seja motivo de preocupação. Por exemplo, quando comem lixo, grama, muita comida, ficam estressados, tontos ou muito nervosos.
Contudo, é claro que também existem várias doenças que se manifestam com vômitos entre seus sinais clínicos, como o temido parvovírus ou algumas doenças crônicas, como a insuficiência renal. A torção-dilatação do estômago também causa náuseas sem presença de vômitos, além de grande agitação e distensão abdominal.
Portanto, é aconselhável observar o cachorro que vomita caso ele apresente ou já tenha apresentado outros sintomas, e decidir se a intervenção veterinária é necessária. Este aspecto é especialmente importante no caso de filhotes, cães idosos ou debilitados, ou aqueles já diagnosticados com alguma patologia.
6. Síndrome braquicefálica
As raças braquicefálicas são aquelas que se caracterizam por terem crânio largo e um focinho curto. Um exemplo são os buldogues e pugs. O problema é que essa anatomia particular está relacionada a um certo grau de obstrução das vias respiratórias, motivo pelo qual muitas vezes ouvimos esses cães roncando ou bufando, principalmente quando faz mais calor ou quando praticam exercícios.
Falamos em síndrome braquicefálica quando ocorrem, ao mesmo tempo, várias deformidades como o estreitamento das narinas, alongamento do palato mole ou a chamada eversão dos ventrículos faríngeos. Nestes casos, podemos notar que estamos diante de um cão deglutindo muito no momento em que o palato alongado obstrui parcialmente as vias aéreas. Além de ânsia de vômito, é comum ouvir bufadas, roncos ou estridor. O veterinário pode resolver o problema com uma intervenção cirúrgica.
7. Tosse dos canis
A tosse dos canis é uma doença canina bastante conhecida, principalmente por sua facilidade de transmissão em comunidades. É causada por vários patógenos que podem se apresentar isoladamente ou em combinação. Sem dúvida, o sinal clínico mais típico desta patologia é a tosse seca, mas como não é raro que seja acompanhada de ânsia de vômito, é possível constatar que o cão está deglutindo muito e, portanto, fica mastigando ou engolindo saliva sem parar.
A tosse dos canis é geralmente leve, mas há casos que são complicados pela pneumonia, que também causa febre, anorexia, coriza, espirros ou dificuldades respiratórias. Cães filhotes podem adoecer com maior gravidade. Por isso é importante ir sempre ao veterinário.
8. Bronquite crônica
Na bronquite crônica, o cachorro apresentará tosse persistente durante meses. A causa não é clara, mas sabe-se que ocorre uma inflamação dos brônquios. A tosse aparecerá em acessos, por exemplo, quando o animal fica muito nervoso ou faz exercícios. Ao tossir também podemos notar que o cachorro fica constantemente engolindo saliva, pois a tosse pode causar náuseas e expectorações, e não vômitos. É, novamente, uma doença que o veterinário deve tratar para evitar complicações e lesões irreversíveis.
Agora que você já conhece oito possíveis motivos que nos levam a termos um cão deglutingo muito, caso seja necessário medir a temperatura do seu cachorro, te explicaremos de maneira visual como fazê-lo no vídeo a seguir.
Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.
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Carlson y Giffin. 2002. Manual práctico de veterinaria canina. Madrid. Editorial el Drac.