Prisão de ventre em cães de raças pequenas – Causas e tratamento

A prisão de ventre é conhecida como o distúrbio gastrointestinal que dificulta a evacuação das fezes, que costumam ser muito duras. Para determinar se um cão está ou não com prisão de ventre, devemos observar principalmente a frequência de defecação. Uma das perguntas mais frequentes relacionadas a essa condição é quanto tempo um cão pode ficar sem defecar, e a resposta depende de vários fatores, como raça, número de passeios, dieta, saúde geral e, o mais importante, sua frequência habitual de defecação.

Normalmente, a maioria dos cães faz suas necessidades uma vez ao dia. No entanto, há muita variabilidade entre os cães, pois alguns defecam várias vezes ao dia, enquanto outros o fazem a cada dois dias. O mais importante é detectar quando nosso cão defecou pela última vez e se o tempo decorrido está dentro de sua frequência habitual. Se apresentar um número de defecações abaixo do normal, que geralmente é mais de dois dias sem evacuar, juntamente com a manifestação de outros sintomas ou comportamentos incomuns, é importante procurar imediatamente um centro veterinário.

Apesar de ser considerado um problema insignificante entre os seres humanos, em algumas situações, a prisão de ventre em cães de raça pequena é considerada uma emergência médica. Se o animal continuar sem evacuar por mais tempo, as repercussões para sua saúde podem ser desastrosas, podendo levar à morte no pior dos casos.

A prisão de ventre é um processo que pode afetar qualquer animal. No entanto, é mais frequente em algumas raças com predisposição genética a doenças que podem resultar em prisão de ventre. Algumas dessas raças incluem o buldog inglês e o boston terrier. Isso ocorre devido a certos problemas no sacro que têm maior hereditariedade nessas raças.

Por outro lado, embora normalmente cães de raça pequena e grande tenham a mesma proporção de intestino, a mucosa intestinal diminui, o que pode fazer com que alguns corpos estranhos, como ossos ou brinquedos, fiquem presos mais facilmente. O metabolismo dos cães de tamanho pequeno é geralmente mais rápido do que o dos grandes, o que significa que as digestões são mais rápidas.

Além disso, as pessoas que convivem com cães de raça pequena geralmente proporcionam a eles um estilo de vida mais sedentário, devido à crença popular de que cães de tamanho reduzido não precisam de tanto exercício. Isso é um erro grave, pois todos os cães precisam sair para passear, brincar e se exercitar, o que implica poder correr e se movimentar. O sedentarismo afeta negativamente o movimento intestinal e propicia o desenvolvimento da prisão de ventre.

As principais causas da prisão de ventre em cães de raça pequena são muito diversas. Além das mencionadas anteriormente, as alterações mais comuns que podem causar esse problema incluem:

• Problemas de propulsão: devido à dor, o cão inibe o ato de defecar. Alguns dos processos que podem estar relacionados a essa dor incluem fístulas perianais, fratura pélvica e lesões nos sacos anais;
• Problemas de evacuação: estão em geral relacionados a obstruções. Por um lado, as obstruções podem ser intraluminais, ou seja, no interior do intestino. Geralmente estão relacionadas à ingestão de corpos estranhos, consumo de ossos, fecalitos, granuloma, pólipo, neoplasia, hérnia perineal, divertículos e estenoses cicatriciais. Por outro lado, as obstruções extraluminais estão relacionadas a estruturas que comprimem o intestino do lado de fora, como aumento do tamanho da próstata, fratura pélvica mal curada, lesões nos sacos anais, aumento do tamanho dos linfonodos e tumores;
• Problemas metabólicos: a desidratação e a hiper/hipocalcemia podem estar relacionadas à prisão de ventre;
• Problemas neurológicos: algumas patologias, como problemas no sacro, cauda equina, lesão nos nervos pélvicos e doença de Chagas podem favorecer o aparecimento da prisão de ventre;
• Medicamentos: certos medicamentos, como opioides, antiácidos, anticolinérgicos, antiepilépticos, bismuto, diuréticos, ferro e sucralfato estão relacionados a uma menor frequência de defecação;
• Dieta: é muito importante conhecer o tipo de dieta do animal. Se for fornecida qualquer tipo de comida caseira com uma proporção muito baixa de fibra ou se não houver água disponível, a frequência de evacuação do cão pode ser reduzida rapidamente. Neste artigo, abordamos o tema "Comida natural para cachorro - Quantidades, receitas e dicas";
• Megacólon: é a última causa e é diagnosticada por exclusão de outras possibilidades.

Antes de iniciar qualquer tratamento, é importante descobrir a causa que está provocando a prisão de ventre. Para isso, é necessário obter o histórico completo do animal, de modo que possam ser identificados fatores predisponentes à prisão de ventre, como uma dieta pobre em fibras, problemas no sacro ou o uso de determinados medicamentos. Além disso, explorar profundamente o animal é indispensável para encontrar sinais de obstrução. Por fim, o exame de palpação retal, assim como a radiografia, são fundamentais para conhecer o estado do paciente.

Uma vez determinado o problema, o tratamento baseia-se em facilitar a defecação do animal. Nesse sentido, quando se pergunta "o que pode ser dado a um cão de raça pequena com prisão de ventre", o uso de enemas e laxantes é uma opção interessante em primeira instância:

• Enemas: os enemas de água morna e shampoo de clorexidina são suficientes em muitas situações.
• Laxantes: pode-se adicionar algum laxante à base de docusato de sódio;
• Óleos: caso se trate de uma prisão de ventre recorrente ou crônica, podem ser utilizados óleo de parafina ou lactulose de forma pontual.

É claro que qualquer um desses tratamentos deve ser prescrito pelo veterinário, que também determinará se é necessário fazer uso de algum medicamento com base na causa identificada.

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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