Pode dar laxante para cachorro?

Laxantes são medicamentos que estimulam os movimentos intestinais, facilitando a eliminação das fezes e melhorando a prisão de ventre. A dificuldade persistente para evacuar é provocada principalmente pelo consumo insuficiente de fibras, mas outros fatores também podem estar envolvidos. Existem diferentes tipos de laxantes, que detalharemos melhor a seguir.

Vale destacar que o uso de laxantes em cachorros e outros animais deve ser feito sob orientação veterinária, pois o tipo e a dosagem adequados variam com a condição de saúde do animal. O uso indevido ou excessivo de laxantes pode causar efeitos colaterais e complicações, portanto, é importante seguir as recomendações do veterinário para garantir a segurança e o bem-estar do animal de estimação.

Muitos tutores se perguntam se podem dar laxante para o cachorro e, como já dissemos, o uso de laxantes em cachorros deverá ser orientado por um médico veterinário, pois esses medicamentes podem causar reações adversas no cachorro ou piorar o quadro do animal em casos de obstrução intestinal.

Os laxantes podem ser divididos em 4 tipos:

1. Osmóticos: são os laxantes que estimulam a absorção de água no intestino, amolecendo as fezes e facilitando sua eliminação. Podem levar até 3 dias para produzirem efeito. Exemplo: Lactulose.
2. Estimulantes: atuam de forma local, ou seja, diretamente no intestino, estimulando o seu movimento natural, o que promove o acúmulo de água dentro do órgão, hidratando as fezes e facilitando sua saída. Seu efeito tem início dentro de 6 a 12 horas. Exemplo: Bisacodil.
3. Amaciadores: também chamados de emolientes, permitem que a água penetre nas fezes, amolecendo-as e facilitando a evacuação. Alguns podem conter óleo mineral, que lubrifica o bolo fecal. O efeito desses laxantes incia-se dentro de 6 a 12 horas. Exemplo: Lactulona.
4. Formadores de massa: os laxantes formadores de massa aumentam o volume e o peso das fezes, estimulando a passagem pelo intestino e facilitando a evacuação. Esse é um dos tipos mais comuns de laxante, levando cerca de 2 a 3 dias para começar a fazer efeito. Exemplos: semente de psyllium, goma de acácia, metilcelulose, agar-agar.

Entre as principais contraindicações ao uso de laxantes em cachorros, estão:

• Obstrução intestinal: o uso de laxantes para cães é contraindicado em casos de suspeita ou confirmação de obstrução intestinal, pois eles podem piorar a condição do pet.
• Certas doenças: algumas condições médicas, como doenças inflamatórias intestinais, tumores ou distúrbios hemorrágicos, podem exigir precauções especiais ou contraindicar o uso de laxantes para cachorros, por isso sua necessidade deve ser avaliada por um profissional.

Entre os efeitos adversos que podemos citar a partir do uso de laxantes em cães, temos:

• Diarreia: o uso inadequado ou excessivo de laxantes pode levar a diarreia, o que pode resultar em desidratação e desequilíbrio eletrolítico.
• Desidratação: alguns laxantes podem aumentar a perda de água nas fezes, provocando desidratação se o cão não estiver ingerindo líquidos suficientes.
• Desequilíbrio eletrolítico: a diarreia causada pelo uso de laxantes pode levar a um desequilíbrio nos níveis de eletrólitos, como sódio, potássio e cálcio, afetando negativamente a saúde do cão.

O primeiro sintoma de um cachorro com prisão de ventre é a diminuição na frequência de defecação do cachorro. Cães que evacuam uma a duas vezes por dia passam a defecar em dias alternados, ou a ficar até mais tempo sem eliminar as fezes. Geralmente as fezes estão mais ressecadas e endurecidas, sendo um sinal de que o trânsito intestinal está mais lento que o normal, fazendo com que as fezes fiquem retidas mais tempo que o necessário. Pode haver sangue nas fezes.

O cachorro também pode apresentar outros sinais de constipação como:

• Tenesmo (ficar agachado, na posição de defecar, por muito tempo)
• Falta de apetite
• Alteração de comportamento, ficando mais quieto que o normal
• Dores abdominais
• Vômitos.

Quando filhotes, os mamíferos possuem a capacidade de digerir a lactose, um carboidrato que dá o gosto adocicado ao leite, por meio de uma enzima chamada lactase. Assim, a lactose é transformada em galactose e glicose, pela ação da lactase. Com o avanço da idade, o filhote vai passando pelo desmame, iniciando sua alimentação com outros alimentos, diferentes do leite materno.

Quanto menos leite o cachorro ingere, menos lactase ele produz, perdendo, com o tempo, a sua capacidade de digerir o leite. Isso pode causar má digestão, pois sem a lactase, a lactose chegará inteira no intestino grosso, causando efeitos como diarreia, náuseas, vômitos, produção de gases, inchaço abdominal, dentre outros desconfortos.

Devido a isso, o leite é largamente utilizado em casos de constipação e é considerado uma opção caseira que atua como laxante no cachorro. No entanto, deve ser administrado em pouca quantidade, para que a prisão de ventre não se transforme em diarreia no cachorro.

O Lacto-Purga, ou bisacodil, é indicado para o tratamento de prisão de ventre, no preparo de pacientes para exames diagnósticos, como radiografias, ressonância magnética, tomografia e ultrassonografia, e antes ou após procedimentos cirúrgicos. O medicamento é um laxante de ação local, agindo diretamente na parede do intestino, estimulando o movimento intestinal e promovendo o acúmulo de água dentro do intestino, o que facilita a eliminação das fezes.

Cachorros podem tomar Lacto-Purga, desde que prescrito pelo médico veterinário, que saberá indicar a melhor dose para cada necessidade. Não tente medicar seu cachorro por conta própria, pode ser perigoso para a saúde dele!

Você já viu que podemos dar laxante para cachorros de maneira controlada e apenas se for realmente necessário, até porque o melhor remédio caseiro para constipação em cachorro é a melhora do seu manejo alimentar. E para ajudá-lo nessa tarefa, listaremos alguns alimentos que ajudam a regular o funcionamento do intestino do seu amigo peludo:

• Aumentar a ingestão de líquidos: a desidratação ou a baixa ingestão de líquidos pode resultar em constipação. Um cachorro saudável deverá ingerir 60ml de água para cada quilo do seu peso corporal. A prática de exercícios físicos estimula a ingestão de água, pois ele sentirá mais sede após uma caminhada ou uma brincadeira ao ar livre.
• Use alimentos úmidos, como latinhas e sachês. Esses alimentos possuem uma grande quantidade de água, o que ajuda na hidratação do pet. A dieta seca pode ser alterada para a dieta pastosa e úmida por alguns dias, até que o intestino do cachorro volte a funcionar normalmente.
• Introduza fibras na alimentação do cachorro: alimentos ricos em fibra como aveia, chia e linhaça são ricos em fibras, e quando associados a uma maior ingestão de água, auxiliam no bom funcionamento do intestino.
• Ofereça frutas e legumes para o cachorro: abóbora, cenoura, manga, melancia, mamão e outros alimentos ricos em fibras ajudam a regular o intestino, podendo ser misturados na dieta ou oferecidos como petiscos para os cães.
• Use azeite na alimentação do cãozinho, podendo ser adicionado à dieta caseira ou misturado à ração. Mas cuidado! Não abuse da quantidade, pois o uso em excesso de azeite pode causar problemas ao pet.

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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