Problemas da pele

Fungos na pele do cachorro, como tratar?

 
Carla Moreira
Por Carla Moreira, Médica veterinária. 23 agosto 2023
Fungos na pele do cachorro, como tratar?
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Assim como as bactérias, os fungos estão presentes em toda parte. Mas nem todos causam doenças, apenas algumas espécies. Nos cachorros, os fungos podem estar presentes em sua pele, sem causar qualquer dano ao animal, ajudando na estabilidade da microbiota cutânea. No entanto, em outros casos, os fungos podem colonizar a pele e causar vários problemas ao amigo peludo.

Algumas espécies aproveitam-se de momentos de baixa imunidade do animal para se proliferar, causando queda de pelos, descamação e, às vezes, coceira. A transmissão acontece por contato direto com um cão infectado, por objetos contaminados e canis que abrigaram animais com a doença. A desinfecção do ambiente é de extrema importância para o combate à doença.

O tratamento das micoses cutâneas dos cães envolve medicação tópica e sistêmica, a depender da gravidade do caso. Filhotes e animais idosos são mais sensíveis às infecções fúngicas, devido ao seu sistema imunológico mais fraco. Além disso, as medicações antifúngicas devem ser utilizadas com cautela nesses animais. Para saber mais sobre o assunto, não deixe de ler este artigo até o final, onde explicaremos vários detalhes sobre fungos na pele do cachorro.

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Índice

  1. Como surgem os fungos na pele do cachorro?
  2. Sintomas de fungos na pele do cachorro
  3. Tratamento para fungos na pele do cachorro
  4. É melhor usar pomada ou comprimidos para fungos em cachorros?
  5. Remédios caseiros para fungos em cachorros
  6. Como prevenir fungos na pele dos cachorros?

Como surgem os fungos na pele do cachorro?

Após o nascimento, o cãozinho começa a entrar em contato com uma série de microrganismos, que podem estar no ambiente ou na própria mãe. A microbiota da pele do cachorro começa a se formar a partir do contato dele com a sua genitora, que ficará muito próxima a ele, amamentando e cuidando de suas necessidades iniciais. Dessa forma, a pele vai formando uma comunidade de bactérias, fungos e outros microrganismos que vivem em harmonia, caso o sistema imunológico do filhote esteja se desenvolvendo de forma eficaz. Alguns desses micróbios podem se tornar patogênicos caso colonizem a pele sem uma ação efetiva do sistema de defesa.

O contato prévio com o microrganismo constitui fator determinante para o estabelecimento de doenças infecciosas, condição limitante à vida dos animais de estimação. Fatores estressantes, como restrição ao exercício, brigas com rivais, desnutrição e longos períodos de isolamento podem colaborar de forma relevante para a deterioração dos mecanismos naturais de resistência, aumentando ainda mais a susceptibilidade desses animais.

De maneira geral, os fungos podem colonizar os tecidos de seres humanos e animais. A colonização e as enfermidades produzidas por fungos dermatófitos são bem conhecidas. Segundo estudos, os principais gêneros de fungos associados com a colonização do pelame e cavidades naturais de cães e gatos são:

  • Aspergillus spp.
  • Cladosporium spp.
  • Candida spp.
  • Cryptococcus spp.
  • Fusarium spp.
  • Geotrichum spp.
  • Malassezia spp.
  • Microsporum spp.
  • Penicillium spp.
  • Rhodotorula spp.
  • Scopulariopsis spp.
  • Trichophyton spp.
  • Trichosporon spp.

Resumindo, existem duas formas de colonização de fungos na pele dos cachorros: fungos que habitam normalmente a pele e que começam a se proliferar e causam doenças devido a uma falha do sistema imunológico, e contato com espécies que não fazem parte da microbiota normal.

Sintomas de fungos na pele do cachorro

Os sintomas podem variar de acordo com a espécie de fungo que coloniza a pele do cachorro. Pode haver, portanto:

  • Perda de pelo
  • Pápulas
  • Crostas
  • Eritema
  • Obstrução folicular
  • Hiperpigmentação
  • Mudanças no crescimento/aparência das unhas
  • A lesão cutânea pode ser localizada, multifocal ou generalizada.
  • Pode haver prurido mínimo a discreto, e ocasionalmente, intenso.
  • Ocorre a formação de crostas secas e descamação.
  • Caso ocorra prurido, o animal pode se machucar com as unhas, surgindo infecção bacteriana secundária, com presença de pus.

Tratamento para fungos na pele do cachorro

Existe uma infinidade de remédios antifúngicos disponíveis para animais de companhia. São sabonetes, xampus, pomadas, comprimidos e soluções orais. Mas como saber o que usar? Essa será uma decisão que deverá ser orientada pelo veterinário, após a realização de um exame físico minucioso e exames complementares, como raspados de pele e cultura microbiológica.

O uso indiscriminado de antifúngicos pode causar problemas no fígado, intoxicações e outros danos graves, principalmente em filhotes. Além disso, existem remédios que são mais eficazes para um determinado tipo de fungo, sendo necessário saber qual o microrganismo é o responsável pela micose na pele do cão. Por esses motivos, nunca tente tratar seu cachorro sem a ajuda de um profissional habilitado, pois pode ser perigoso para a saúde dele.

É melhor usar pomada ou comprimidos para fungos em cachorros?

A decisão sobre qual tratamento será mais eficaz no controle das micoses nos cães, pomada ou comprimidos, dependerá do número de lesões na pele e do agente causador. Poucas lesões (2 ou 3) podem ser tratadas com pomadas antifúngicas, enquanto um número maior de lesões exigirá o tratamento sistêmico, ou seja, com comprimidos. Outros casos podem exigir o uso dos dois tipos de tratamento ao mesmo tempo, para potencializar a cura.

Alguns lugares do corpo do cachorro ficam mais expostos às lambidas, sendo difíceis de serem tratados com pomadas. O uso do colar elizabetano pode ser uma opção nesses casos, para evitar que o animal fique ingerindo o medicamento o tempo todo.

Remédios caseiros para fungos em cachorros

Os remédios caseiros podem aliviar os sintomas das micoses em cães, mas não serão capazes de curar definitivamente as lesões. O uso do vinagre e chás durante o banho pode reduzir o desconforto causado nos cães pelo ressecamento da pele, resultante da ação dos fungos patogênicos.

Uma receita simples de remédio caseiro para fungos em cachorros é esta:

  1. Faça uma mistura de 100 ml de vinagre, 100 ml de chá de camomila e 300 ml de água filtrada.
  2. Após o banho com o xampu, despeje de forma lenta no cachorro essa solução, deixando agir por cerca de 5 a 10 minutos.
  3. Enxágue e seque o cachorro delicadamente com uma toalha limpa.

Mas atenção! Nunca substitua o tratamento prescrito pelo médico veterinário pelo tratamento caseiro! Ambos serão úteis no processo de cura do seu amigo peludo.

Como prevenir fungos na pele dos cachorros?

A pele do cachorro sempre terá fungos, sendo possível prevenir que eles se multipliquem, causando doenças, ou que o cachorro tenha contato com fungos patogênicos. A melhor forma de prevenir a infecção da pele do cachorro por esses microrganismos patogênicos é evitando o contado com animais sabidamente doentes e locais contaminados. Além disso, rotinas de higiene auxiliam bastante na prevenção.

Ainda, manter o animal saudável, com boa alimentação, exercícios físicos e calendário vacinal em dia é uma outra maneira de evitar doenças. Um cachorro bem cuidado possui seu sistema de defesa corporal competente para combater a maioria das infeções, podendo, em alguns casos, ter contato com fungos patogênicos e não desenvolver doenças de pele.

Agora que você já sabe as causas e tratamentos para os fungos na pele do cachorro, não perca nosso artigo no qual falamos sobre os fungos nas almofadas das patas do cachorro.

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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Bibliografia
  • Bentubo, H.D.L, Gambale, W., Fischman, O. Leveduras isoladas do pelame de cães sadios que vivem em regime domiciliar. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.62, n.4, p.1018-1021, 2010. Disponível em https://www.scielo.br/j/abmvz/a/YYhk6XXf8LwqkvSPXCCFjYj/?format=pdf&lang=pt. Acesso em 23/08/2023.
  • Macedo, C.M., Silva, W.C., Camargo Jr., R.N.C. Dermatofitose em cães e gatos: aspectos clínicos, diagnóstico e tratamento. Veterinária e Zootecnia, 2021. Disponível em file:///C:/Users/carlamoreira/Downloads/588-Texto%20do%20artigo-2765-3389-10-20220214.pdf. Acesso em 23/08/2023.
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