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Doenças nos focinhos dos cachorros

 
Cristina Pascual
Por Cristina Pascual, Veterinária. Atualizado: 28 agosto 2024
Doenças nos focinhos dos cachorros
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Alergias, manchas e crostas são sintomas de problemas que podem surgir no focinho dos cachorros,a parte saliente do rosto, mais ou menos prolongada em função da raça, na qual se localizam os orifícios nasais (trufa nasal) e a boca. Como qualquer outra parte do organismo, o focinho dos cachorros pode ser afetado por doenças de diversos tipos e gravidades.

Se você quer conhecer quais são as principais doenças que afetam os focinhos dos cachorros, suas causas e tratamento, continue lendo este artigo do PeritoAnimal em que falaremos sobre estas patologias e como curá-las.

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Índice
  1. Principais doenças que afetam os focinhos dos cachorros
  2. Hiperqueratose nasal
  3. Despigmentação
  4. Úlceras nasais
  5. Tumores nasais

Principais doenças que afetam os focinhos dos cachorros

Se você observar o focinho do cachorro ressecado, com crostas, manchas ou feridas, é bom levá-lo ao veterinário. Estes são sintomas de uma grande diversidade de doenças que afetam esta região, como:

  • Hiperqueratose nasal
  • Despigmentação
  • Úlceras nasais
  • Tumores nasais

A seguir detalharemos cada uma delas e seus respectivos tratamentos.

Hiperqueratose nasal

A hiperqueratose nasal é uma das principais doenças que afetam os focinhos dos cachorros e é definida como o engrossamento do tecido córneo (camada mais externa da epiderme, formada por queratina) da trufa nasal dos cachorros. Como consequência, a pele do nariz fica mais grossa, tem um aspecto seco e áspero, apresenta crostas e, pontualmente, pode rachar e sangrar.

Cabe mencionar, que é comum que estas lesões apareçam de forma simultânea no nariz e nas almofadinhas plantares, denominando nesse caso de hiperqueratose nasodigital.

As causas que podem originar a hiperqueratose nasal canina são múltiplas, e incluem:

  • Doenças infecciosas e parasitárias: é o caso de infecções bacterianas (como a piodermite mucocutânea), virais (como a cinomose) ou parasitárias (como a leishmaniose). Também pode ocorrer em caso de dermatofitose ou micose, por fungos no focinho do cachorro, como Trichophytonmentagrophytes.
  • Doenças imunomediadas: como o pênfigo foliáceo, uma doença em que o organismo produz anticorpos frente as moléculas que mantém unidas as células da pele.
  • Causas hereditárias: são pouco prevalentes, mas se deve considerar os animais jovens e de raças predispostas. Alguns exemplos são a paraqueratose nasal hereditária do labrador retriever e a queratodermianasoplantar do Dog de Bordeaux.
  • Hiperqueratose idiopática: ou seja, de origem desconhecida. Pode ser diagnosticada em cachorros geriátricos em que foram descartadas o restante de etiologias possíveis.
  • Outras causas menos frequentes: como a dermatose sensível ao zinco e o eritema necrolítico migratório superficial.

Diante de um caso de hiperqueratose nasal, deve-se buscar a causa subjacente para estabelecer um tratamento específico, sempre que seja possível. No entanto, para facilitar a cura e aliviar o desconforto, deve-se instaurar paralelamente um tratamento sintomático em nível local. Para isso, devem ser utilizados creme emolientes, queratolíticos e produtos hidratantes formulados especificamente para este fim.

Doenças nos focinhos dos cachorros - Hiperqueratose nasal
Imagem: Diagnóstico Veterinário

Despigmentação

Habitualmente, a trufa nasal dos cachorros tem uma cor preta brilhante ou marrom, no entanto, em algumas ocasiões, ocorre uma perda de pigmentação de forma local ou generalizada. As causas desta despigmentação são múltiplas, e algumas se associam com doenças importantes no focinho do cachorro. A seguir, mencionamos as mais relevantes:

  • Albinismo: alteração genética que se manifesta pela carência de pigmentação na pele, pelos e olhos. Animais albinos têm uma trufa de uma cor rosa pálido, sem pigmentação, desde o nascimento. Te fornecemos mais informações sobre os Animais albinos: o que é e por que ocorre, na continuação.
  • Vitiligo: é uma doença adquirida que se caracteriza pela destruição dos melanócitos, e em consequência, a perda do pigmento da pele e dos pelos. Geralmente, além da trufa, são afetadas outras regiões corporais.
  • Doenças infecciosas: fundamentalmente, infecções bacterianas e fúngicas.
  • Doenças autoimunes: como o pênfigo foliáceo e lúpus eritematoso.
  • Despigmentação nasal idiopática: ou seja, de origem desconhecida. Estes cachorros, nascem com a trufa pigmentada, mas com o tempo perde a pigmentação. A despigmentação pode aumentar ou diminuir, mas neste caso somente se afeta o nariz.

Algumas destas alterações unicamente se associam a um "defeito estético", por isso não necessitam de nenhum tratamento específico. No entanto, em outros casos, a despigmentação é o reflexo de uma doença subjacente. Por isso, quando além da despigmentação apareça o focinho do cachorro inflamado, ulcerado ou com outras lesões, é importante procurar um centro veterinário para realizar um diagnóstico do processo e instaurar uma terapia específica.

Além disso, independentemente da causa, será importante proteger a área despigmentada dos raios de sol para prevenir queimaduras e o agravamento das lesões. Para isso, devem ser evitados os passeios nas horas de maior índice de radiação, e aplicar protetores solares com fórmula específica para cachorros.

Doenças nos focinhos dos cachorros - Despigmentação

Úlceras nasais

Outras das lesões que podem ocorrer no focinho dos cachorros são as úlceras nasais. Se você observa que seu cachorro tem pupas no focinho ou que está com o focinho vermelho, pode ser que se trate unicamente de uma lesão de origem traumática (como arranhões, cortes, brigas com outros animais, etc.).

No entanto, existem outras causas de maior gravidade que também podem originar este tipo de lesões no plano nasal dos cachorros:

  • Piodermite mucocutânea: uma infecção bacteriana que, geralmente, é secundária a outros processos, como alergias ou doenças endócrinas. Nestes casos, além de hiperqueratose e despigmentação da trufa, é comum encontrar eritema e úlceras no plano nasal e nas margens dos lábios.
  • Infecções micóticas profundas: como a blastomicose ou histoplasmose, que são ocasionadas por fungos no focinho do cachorro que afetam planos mais profundos da pele. A ulceração pode ser acompanhada de destruição ou deformação do plano nasal.
  • Lupus eritematoso discóide: se trata de uma doença autoimune, que afeta de forma local o plano nasal provocando despigmentação, eritema, erosões e úlceras a nível da trufa e na porção dorsal do plano nasal.
  • Síndrome uveodermatológica: trata-se de uma doença autoimune, que pode afetar o plano nasal, ocasionando crostas e ulcerações graves.
  • Atrite nasal: é uma afecção rara, que se observa com maior frequência no são bernardo, e que se caracteriza por produzir uma úlcera linear ou circular na porção central da trufa, ao longo do septo nasal. A lesão pode causar episódios de sangramento recorrentes.

Quando as feridas forem leves e tiverem uma origem traumática conhecida, podem ser tratadas de forma ambulatorial pelos tutores. Para isso, será suficiente limpar a ferida com gazes estéreis e soro fisiológico, para posteriormente aplicar um antisséptico, como betadine (diluído a 10%) ou clorexidina (diluída a 40%). Em nenhum caso devem ser aplicados produtos abrasivos como álcool ou água oxigenada.

No entanto, quando as úlceras forem graves ou tiverem uma origem desconhecida, é importante procurar um centro veterinário para poder diagnosticar a causa subjacente e instaurar um tratamento específico. Em caso de infecções, se instaurará um tratamento antibiótico (com antibacterianos ou antifúngicos) e em caso de doenças imunomediadas, se instaurará um tratamento imunossupressor.

Doenças nos focinhos dos cachorros - Úlceras nasais

Tumores nasais

Os tumores nasais são especialmente frequentes em raças como o collie, o airdale, o basset ou o pastor alemão. Estas neoplasias podem se desenvolver a partir dos diferentes tecidos que formam a cavidade nasal, de forma que podemos encontrar:

  • Adenomas e carcinomas: quando tem origem nas células epiteliais e glandulares.
  • Osteomas e osteossarcomas: quando se originam no osso.
  • Condromas e condrossarcomas: quando tem origem na cartilagem.
  • Fibroma e fibrossarcoma: quando tem origem no tecido conjuntivo.
  • Hemangioma e hemangiossarcoma: quando tem origem nos vasos sanguíneos.

O linfoma cutâneo epiteliotrópico requer menção especial, pois não é um tumor exclusivo do plano nasal, mas que com frequência afeta junções mucocutâneas da face, originando eritema, alopecia, despigmentação, erosões e úlceras.

Em geral, as neoplasias nasais podem ter um comportamento maligno, são localmente invasivas e possuem um mal prognóstico. Para seu diagnóstico é necessário realizar citologias e análises histopatológicas. Seu tratamento deve ser baseado em cirurgia (quando possível) e em quimioterapia.

Cabe mencionar, que os tumores nasais se encontram entre as neoplasias que melhor respondem à radioterapia, mas infelizmente, trata-se de um tratamento caro e encontrado em lugares muito limitados.

Em definitivo, como podemos ver, muitas das doenças que afetam os focinhos dos cachorros têm lesões comuns, daí a importância de realizar um diagnóstico preciso que permita conhecer a causa subjacente e instaurar o tratamento mais apropriado em casa caso.

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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Bibliografia
  • Darren Berger. (2018). Nasal PlanumDisease in Dogs. Clinician’sbrief, dermatology
  • Pinchbeck L.R. (2022). Common skin diseasesaffectingthe nasal planumofdogs. MedVet
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