Caroço na orelha em cachorros - Causas e tratamentos

Sem dúvida, o otohematoma ou hematoma auricular é uma das lesões mais comuns que afetam as orelhas dos cachorros. Consiste no acúmulo de sangue entre a cartilagem auricular e a pele, geralmente na parte interna da orelha (embora também possa ocorrer na parte externa).

Normalmente, ocorre como resultado de traumatismos nas orelhas, que causam a ruptura dos vasos sanguíneos que irrigam o pavilhão auricular, levando à formação de um hematoma. Esses traumas são geralmente causados ao coçar as orelhas ou balançar constantemente a cabeça devido à coceira crônica. Portanto, é uma lesão especialmente prevalente em cães com otite ou dermatite que causam coceira intensa. No entanto, também foram descritos casos de otohematomas em cães que não sofrem desses problemas, nos quais a causa parece ser de origem imunológica.

Independentemente da causa, o hematoma formado separa a pele da cartilagem auricular, criando um inchaço ou um caroço na orelha do cachorro característico. Se não for tratado, o hematoma se junta e forma um coágulo e, posteriormente, um seroma. Nestes casos, é comum que o tecido de granulação formado se fixe à cartilagem auricular e "enrugue" ou "dobre" o pavilhão auricular, resultando em uma deformação do mesmo.

Tratamento

O tratamento do otohematoma em cães pode variar dependendo de sua extensão e grau de evolução. Hematomas pequenos e recentes podem ser resolvidos com um tratamento veterinário baseado em:

• Aspiração em sistema fechado: o hematoma é perfurado com uma agulha ou cateter e seu conteúdo é completamente drenado;
• Curativo: após a drenagem do sangue, é importante aplicar um curativo que mantenha o contato entre a cartilagem auricular e a pele para promover a cicatrização.

Em otohematomas maiores ou mais unidos, é necessário recorrer a uma técnica cirúrgica que, embora mais agressiva, também é definitiva. Sob anestesia geral, é feita uma incisão na orelha para drenar o sangue e remover as aderências que se formaram. Em seguida, suturas com pontos transfixantes são aplicadas para manter a pele e a cartilagem auricular aderidas. No pós-operatório, curativos devem ser aplicados e trocados a cada 48 horas.

Por fim, é importante ressaltar que, além de tratar o otohematoma, é fundamental implementar um tratamento específico para a causa desencadeadora (geralmente otite ou dermatite). Caso contrário, é quase certo que esse será um quadro recorrente.

Tumores são outro diagnóstico diferencial a levar em consideração ao detectar um caroço na orelha de um cachorro. A maioria das neoplasias encontradas nessa região do corpo costuma ser benigna, sendo algumas das mais comuns:

• Lipomas: são tumores benignos, móveis, geralmente localizados na base da orelha. Embora inicialmente sejam pequenos, podem atingir tamanhos consideráveis;
• Histiocitomas: são tumores benignos de origem epitelial. Costumam ser pequenas neoplasias de formato arredondado e com bordas lisas. A cor é geralmente avermelhada, mas a superfície pode se ulcerar em caso de traumatismo, apresentando sangramento e crostas;
• Papilomas: são neoplasias benignas com aparência de couve-flor, irregulares e bastante frágeis. Geralmente possuem uma cor pálida, mas causam úlceras e sangram facilmente.

Com menor frequência, podem ocorrer tumores malignos, como adenocarcinomas ou mastocitomas.

Tratamento

Independentemente da origem e severidade, esses tumores devem ser removidos cirurgicamente para evitar complicações futuras. Antes da cirurgia, é necessário realizar uma biópsia para obter um diagnóstico histopatológico e determinar o tipo de cirurgia (conservadora ou radical) e a necessidade de tratamentos complementares (como quimioterapia, entre outros).

Um abscesso é uma cavidade onde se acumula pus. Trata-se de uma reação inflamatória aguda que ocorre em resposta a uma infecção bacteriana. Nas orelhas, os abscessos são geralmente causados por mordidas, uma vez que os pavilhões auriculares são estruturas muito expostas e costumam ser as primeiras afetadas em brigas entre cães. No entanto, a infecção também pode ocorrer por outras causas que permitam a inoculação de bactérias no tecido subcutâneo (picadas, arranhões, feridas, etc.).

Tratamento

Geralmente, o tratamento de abscessos é baseado em:

• Drenagem do abscesso: abre-se o abcesso para drenar o conteúdo purulento e remover sua cápsula;
• Terapia antibiótica e anti-inflamatória: um antibiótico de amplo espectro pode ser usado para tratar o abcesso, ou se pode fazer um cultivo e antibiograma a partir da cápsula do abscesso para determinar um tratamento antibiótico específico.

Para mais detalhes, não deixe de conferir este outro artigo sobre abscessos em cães.

Ao longo deste artigo, mencionamos as causas mais comuns que podem levar ao surgimento de lesões nodulares nas orelhas dos cães. Contudo, existem outros processos que, embora menos comuns, também devem ser considerados no diagnóstico diferencial:

• Piogranuloma de tipo corpo estranho: é um processo inflamatório subagudo causado pela entrada de um corpo estranho. Em cães, o corpo estranho por excelência que causa esse tipo de lesão são as espigas. Embora sejam geralmente introduzidas no canal auditivo e causem otite, elas também podem entrar na pele do pavilhão auricular e causar um piogranuloma. O tratamento requer a desinfecção da área e a abertura do granuloma para remover o corpo estranho. Em caso de infecção, é necessário administrar um tratamento antibiótico.
• Granuloma leproide canino: é um processo inflamatório crônico causado por bactérias do gênero Mycobacterium spp. Caracteriza-se pelo surgimento de nódulos simples ou múltiplos na cabeça e nas orelhas. O tratamento cirúrgico das lesões é curativo, como mostrado na imagem;
• Cisto sebáceo: é uma lesão não-inflamatória e não-tumoral que consiste na formação de uma estrutura nodular de sebo. A remoção cirúrgica é curativa.

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Imagem: facebook.com

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