Cachorros menos inteligentes



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O galgo afegão, o basenji, o buldogue inglês, o chow-chow e o borzoi estão entre as raças de cães menos inteligentes, segundo o famoso ranking elaborado por Stanley Coren e publicado no livro A Fabulosa Inteligência dos Cães (ou The Intelligence of Dogs, em sua versão original). Embora a metodologia de Coren tenha sido criticada nas últimas décadas, sua pesquisa continua sendo um dos estudos mais extensos e detalhados sobre a avaliação da inteligência canina por raça.
No total, Coren analisou 131 raças de cães e, com base nos resultados obtidos em testes de trabalho e obediência, elaborou um ranking com 79 posições e 17 empates. Neste artigo do PeritoAnimal, contamos quais são as 10 raças de cães menos inteligentes de acordo com essa avaliação. Continue lendo e descubra!
- Galgo afegão
- Basenji
- Buldogue inglês
- Chow-chow
- Borzoi
- Cão-de-Santo-Humberto
- Pequinês
- Beagle
- Mastim
- Basset hound
Galgo afegão
Essa raça de cães nativa do Afeganistão ocupa a última posição no ranking de Stanley Coren. Junto a outras nove raças, o galgo ou lebrel afegão faz parte do grupo de cães com o menor nível de inteligência em termos de obediência e trabalho. Isso significa que essas raças precisam de 80 a 100 repetições para assimilar novos comandos. Além disso, obedecem à primeira ordem em apenas 25% das vezes, aproximadamente.
Apesar de apresentarem um temperamento amigável em casa, os lebreis afegãos são bastante independentes, desconfiados com estranhos e um tanto teimosos no treinamento. Além disso, estão entre os cães mais caros do mundo e exigem um alto nível de atividade física, além de escovação regular para manter seu longo pelo saudável. Por todas essas razões, a criação do galgo afegão não é acessível para qualquer pessoa e não é recomendada para tutores iniciantes.

Basenji
O famoso "cão que não late" ocupa a 78ª posição no ranking de Coren e o segundo lugar em nossa lista de cães menos inteligentes. O basenji ou cachorro do Congo, como também é conhecido, é originário da África Central e costumava auxiliar as antigas civilizações egípcias em atividades de cinemáticas. Na verdade, chegou a ser bastante popular no Egito Antigo devido à sua coragem e dedicação como cão de caça.
Nas últimas décadas, a popularidade do basenji como cão de companhia tem crescido consideravelmente. Em grande parte, isso se deve ao seu porte compacto, ao temperamento afetuoso e ao fato de estar entre as raças que menos latem, o que facilita sua adaptação a apartamentos e evita conflitos com vizinhos. No entanto, essa raça precisa se exercitar diariamente para gastar sua alta energia e deve ser educada desde cedo, sempre com paciência e reforço positivo, para se mostrar mais disposta a aprender.

Buldogue inglês
Na 77ª posição, encontramos esses cães ingleses de aparência inconfundível, com um corpo robusto, mas de baixa estatura. Apesar do histórico de seus antepassados, que eram utilizados em lutas contra touros (origem do nome da raça), o buldogue inglês moderno é um cão de companhia de temperamento afetuoso e atento, desenvolvendo um forte vínculo de lealdade com seus tutores. No entanto, é comum que demonstre bastante teimosia durante o adestramento e necessite de um grande número de repetições para executar um novo comando com fluidez.
O buldogue inglês também está entre as raças de cães mais caras do mundo, não apenas pelo alto custo de aquisição de um filhote "puro", mas também pelos elevados gastos com cuidados veterinários preventivos. Isso se deve ao fato de que essa raça apresenta predisposição a diversas doenças ligadas à sua genética e morfologia, especialmente em razão de sua condição braquicefálica.

Chow-chow
Esses cães chineses são famosos por sua pelagem densa e, especialmente, pela exuberante juba ao redor do pescoço. Embora sua popularidade tenha crescido rapidamente a nível internacional a partir do século XX, o chow-chow é uma raça muito antiga e emblemática da China. Sua presença está bem documentada pelo menos desde o século I a.C., quando já era utilizado na vigilância e proteção de diversas propriedades, principalmente templos e mosteiros.
Apesar de sua longa história demonstrando sua versatilidade como cão de guarda e proteção, o chow-chow também foi classificado entre os cães menos inteligentes nas avaliações de obediência e trabalho. Isso se deve, sem dúvida, ao seu temperamento forte, reservado e pouco enérgico, características que podem tornar o aprendizado mais lento e exigir maior habilidade e conhecimento por parte do tutor durante o treinamento. Além disso, é essencial socializar o chow-chow desde cedo para promover um temperamento mais equilibrado e estimular sua capacidade de interações positivas com outros animais e pessoas. Se você precisa de ajuda nessa tarefa, não deixe de conferir estas dicas sobre como socializar um filhote de cachorro corretamente.

Borzoi
Embora não desfrute do mesmo nível de popularidade que as raças anteriores, o borzoi ou galgo russo, faz parte da cultura e da história da Rússia. Pouco se sabe com exatidão sobre suas origens, mas sua existência está bem documentada pelo menos desde o século XI, quando três galgos russos acompanharam Anna Iaroslavna, filha do Grão-Duque de Kiev, em sua viagem à França para se casar com Henrique I. Na verdade, a criação do borzoi esteve historicamente ligada à monarquia czarista, razão pela qual a raça quase foi extinta após a queda do czarismo.
Esses cães russos de grande porte se destacaram pela agilidade e habilidades de caça, apresentando um alto nível de energia e um instinto caçador muito acentuado. Seu temperamento pode variar bastante dependendo da criação que recebe, mas, de modo geral, o borzoi é um cão leal aos seus tutores, embora não seja muito apegado, mantendo um grande senso de independência. Também tende a ser desconfiado com estranhos e pode reagir de maneira impulsiva se não for adequadamente socializado.
Tudo isso faz com que o borzoi, assim como o galgo afegão, seja mais difícil de treinar do que outros tipos de galgos, tornando sua posse mais recomendada para tutores experientes.

Cão-de-Santo-Humberto
Também conhecido como bloodhound, esta é uma raça muito antiga, cujas origens exatas são pouco conhecidas. Acredita-se que seja nativo da Bélgica e descendente dos antigos sabujos de São Humberto, que são ancestrais comuns de grande parte dos cães de caça e farejadores, especialmente dos cães do tipo basset. No entanto, estima-se que a aparência e a morfologia do bloodhound moderno tenham sido fortemente influenciadas por cruzamentos seletivos com o bullmastiff.
Embora tenha apresentado um desempenho abaixo da média nos testes de trabalho e obediência realizados por Stanley Coren, o bloodhound é um dos melhores cães farejadores do mundo. Isso se deve ao fato de possuir a maior quantidade de receptores olfativos em seu focinho (cerca de 300 milhões), permitindo que ele seguisse rastros a grandes distâncias, mesmo semanas depois de terem sido deixados. Por essa razão, os cães-de-São-Humberto desempenham um papel admirável na busca por pessoas desaparecidas, atuando frequentemente ao lado das forças policiais e de segurança.

Pequinês
Mais uma vez, encontramos uma raça de cães muito antiga e de origem asiática que, devido ao seu temperamento independente e teimoso, tende a apresentar um baixo desempenho em testes de obediência e trabalho. Apesar do seu pequeno porte, o cachorro pequinês se destaca por seu caráter corajoso e protetor, não hesitando em defender sua família sempre que percebe uma ameaça. Esse forte instinto de proteção e lealdade faz com que esses cães sejam particularmente desconfiados e reservados com estranhos. Além disso, podem ter certa dificuldade para interagir com outros cães e desenvolver um comportamento possessivo na fase adulta, tornando essencial uma socialização precoce e bem conduzida.
Quanto à inteligência, o pequinês carrega há muitos anos uma reputação injusta de ser um cão bastante teimoso ou até "pouco inteligente". Embora não seja uma raça de fácil adestramento, o pequinês pode aprender a se comportar adequadamente dentro e fora de casa, desde que sua educação comece nos primeiros meses de vida e seja baseada em métodos seguros e eficazes, excluindo completamente qualquer tipo de punição física ou emocional.
Nós do PeritoAnimal, recomendamos o uso correto do reforço positivo para recompensar o cão pelos seus acertos, facilitando a assimilação de novos comandos e aumentando sua motivação para o treinamento. Para aprender como aplicá-lo passo a passo, confira: "O reforço positivo em cães".

Beagle
Para surpresa e desconcerto de seus fãs ao redor do mundo, o beagle também está entre os cães menos inteligentes. Junto ao mastim, essa raça canina de grandes orelhas caídas ocupa a 72ª posição no ranking de inteligência canina elaborado por Coren. Seu desempenho limitado nos testes de obediência e trabalho pode estar relacionado ao seu caráter muito inquieto e impulsivo, o que reduz sua capacidade de concentração e pode retardar seu aprendizado, tornando necessário um grande número de repetições para que uma nova ordem seja assimilada por completo.
Nesse sentido, é importante ter em mente que os cães beagle têm um temperamento particular, fortemente influenciado pela herança genética de seus ancestrais sabujos e pelos anos de treinamento como cães de caça. No entanto, hoje sabemos que o comportamento de um cão, a nível individual, varia mais em função da criação e do ambiente do que por fatores genéticos. Assim, se pretende se tornar tutor de um cão beagle, comece a trabalhar na sua educação e socialização desde a chegada ao lar e jamais negligencie a prática diária de exercícios.

Mastim
Como dissemos, o mastim inglês o mastiff compartilha a 72ª posição com o beagle, sendo esse o único empate no grupo dos cães menos inteligentes em termos de trabalho e obediência. De origens britânicas, estima-se que essa raça canina tenha se desenvolvido durante o século VI a.C. e que seus ancestrais chegaram à Europa pelas mãos dos fenícios. Uma vez em solo britânico, foram amplamente empregados em arenas de combate devido à sua força e resistência física, mas posteriormente se destacaram como cães de guarda e proteção.
O caráter do mastim moderno se distancia bastante de seus antepassados, pois foram realizados cruzamentos seletivos para torná-los mais confiáveis e menos agressivos. Hoje, o mastim inglês é um cão extremamente leal aos seus tutores e um grande companheiro para as crianças, a quem protegerá com grande valentia. No entanto, seu comportamento muda radicalmente com os estranhos, e o instinto protetor pode fazer com que ajam de maneira imprevisível quando sentem que algo ou alguém coloca em risco sua integridade ou o bem-estar de seus familiares

Basset hound
Finalizando nossa lista dos cães menos inteligentes, temos a raça mais reconhecida de cães sabujos que se originaram na França e cujas origens ainda geram controvérsias entre os especialistas. Alguns apontam que descendem do bloodhound, enquanto outros afirmam que o basset hound se desenvolveu a partir de cruzamentos seletivos entre sabujos franceses anões, o que explicaria suas patas curtas.
Além de sua morfologia inconfundível, esses cães foram e continuam sendo muito valorizados por suas habilidades excepcionais de rastreamento. De fato, a raça foi desenvolvida originalmente para a caça, mas rapidamente ganhou popularidade como cão de companhia devido ao seu aspecto único e temperamento afável e paciente. No entanto, o basset hound não se caracteriza por mostrar grande predisposição ao treinamento e, quando exposto sistematicamente a métodos contraproducentes como repreensões e castigos, pode se tornar desobediente, destrutivo e até agressivo.
Antes de nos despedirmos, convidamos você a conhecer o ranking completo elaborado por Coren e seus parâmetros de avaliação da inteligência canina por raças no seguinte artigo: "Cachorros mais inteligentes do mundo segundo Stanley Coren". Além disso, incentivamos você a considerar outros aspectos ao adotar um cão. O importante é que ele se encaixe no seu estilo de vida, independentemente do que uma lista possa indicar sobre seu nível de inteligência. Para nós, todos têm qualidades e todos são igualmente válidos e merecedores de nosso amor.

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