Cachorros e suas características
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O cachorro doméstico é provavelmente o animal de estimação mais popular do mundo. Estima-se que existam entre 70 e 500 milhões de indivíduos no planeta, portanto, há muitas pessoas que querem saber mais sobre esses animais, começando pelas características que mais se destacam.
Não importa se você está fazendo um trabalho escolar sobre cachorros ou se simplesmente quer saber tudo sobre eles. Neste artigo do PeritoAnimal te ajudamos a descrever os cachorros e suas características mais importantes, como sua taxonomia, morfologia, comunicação ou as raças de cachorros que existem.
- A taxonomia dos cachorros
- A origem dos cachorros
- Características físicas
- Comportamento dos cachorros
- A alimentação dos cachorros
- Sentidos dos cachorros
- Raças de cachorros
- Reprodução dos cachorros
- Curiosidades sobre cachorros
- Expectativa de vida dos cachorros
1. A taxonomia dos cachorros
Para realmente compreender as características do cachorro (ou qualquer outro animal) é essencial saber qual é sua taxonomia, ou seja, sua classificação no sistema de nomenclatura binomial. Assim, a taxonomia do cachorro é representada da seguinte forma:
- Domínio: Eukarya
- Reino: Animalia
- Subreinus: Eumetazoa
- Subfilo: Vertebrata
- Classe: Mammalia
- Subclasse: Theria
- Infraclasse: Placentalia
- Ordem: Carnivore
- Sub-ordem: Caniformia
- Família: Canidae
- Subfamília: Caninae
- Gênero: Canis
- Espécie: Canis lupus
- Subespécie: Canis lupus familiaris
2. A origem dos cachorros
Não é fácil determinar a origem dos cachorros, no entanto, estima-se que os primeiros exemplares apareceram pela primeira vez há 15.000 anos no continente asiático, hoje China, coincidindo com o desenvolvimento da agricultura. Estes primeiros cães - considerados necrófagos oportunistas (que comem animais mortos), eram menos temerosos e mais sociáveis, o que facilitou sua domesticação - aproximaram-se das populações humanas em busca de carniça, principalmente alimentos ricos em amido de origem vegetal. Assim, graças à simbiose - interação entre duas espécies - apareceram os primeiros cachorros[1].
Nome científico do cachorro
O nome científico do cachorro é Canis lupus familiaris, muito semelhante ao nome científico do lobo, Canis lupus, e suas subespécies, como Canis lupus lupus, Canis lupus arabs ou Canis lupus signatus.
Isso quer dizer que o cachorro é descendente do lobo? Apesar de se parecerem com eles, um estudo da seqüência de DNA da família Canidae indica que o cachorro e o lobo pertencem à mesma espécie, mas que são, no entanto, subespécies diferentes. Considera-se, portanto, que lobos e cães poderiam ter um ancestral comum, embora não existam estudos conclusivos para confirmar isso[2].
3. Características físicas
O cachorro é um mamífero quadrúpede (ou seja, anda sobre quatro patas) que se destaca por ter uma cauda e uma cobertura de pelos por todo o seu corpo. Entretanto, hoje em dia, graças às diversas raças caninas existentes, encontramos cães de todos os tamanhos, formas e cores. Por exemplo, em termos de dimensões, o menor cão, o Chihuahua, mede entre 15 e 25 cm de altura até a cernelha (ponto mais alto do ombro de um cachorro), enquanto a maior raça de cachorro do mundo, o Dogue Alemão, tem uma altura mínima de 80 cm até a cernelha.
A morfologia também é muito variável entre as características de um cachorro. Assim, encontramos cães com um focinho muito longo e outros com um focinho plano, os chamados cães braquicefálicos. Outro aspecto muito significativo da espécie é a cauda, que pode ser longa ou curta, na verdade, há até mesmo raças que nascem sem ela. A cauda é composta por um número variável de vértebras, e pode ter mais ou menos pêlos. As orelhas, dotadas de 18 músculos, são muito flexíveis e expressivas. Também não podemos deixar de falar da pelagem, que pode ser de todos os tipos de cores e padrões, bem como macia, áspera ou até dupla.
É um animal vivíparo e, se nos perguntamos sobre o habitat do cão, devemos saber que hoje em dia é muito complicado explicar onde vivem os cães, já que a maioria deles vive em cidades e vilas rurais, de mãos dadas com o homem - ou, neste caso, de patas dadas. No entanto, estudos recentes descobriram uma nova espécie de canídeo selvagem (Canis lupus hallstromi) que é considerada o elo perdido entre os primeiros canídeos e os cães domésticos nas terras altas da Nova Guiné [3].
4. Comportamento dos cachorros
A sociobiologia revela que os cachorros são animais gregários, o que significa que eles vivem em comunidades compostas de vários indivíduos. Mas também, hoje em dia, graças à domesticação e socialização do cachorro, contamos com a companhia de um animal que é especialmente sociável com membros de sua própria espécie e de outras espécies, como gatos, pessoas ou coelhos.
O temperamento dos cães pode ser muito variável e, ao contrário do que muitas pessoas acreditam, a raça não determina o temperamento de um cão[4]. Além da socialização, a maneira de se comportar de um cachorro é influenciada pela genética e pelo aprendizado proporcionado pelo dono.
Entretanto, se formos mais a fundo nos hábitos dos cachorros, podemos ver que eles têm uma linguagem física muito completa, conhecida como "sinais de calma", assim como a capacidade de vocalizar. Esta é uma das características dos cães que mais frequentemente interessam aos cuidadores!
5. A alimentação dos cachorros
O que os cachorros comem? Muitas pessoas ainda se perguntam se o cão é onívoro ou carnívoro, entretanto, algumas das características morfológicas da espécie, como as garras, dentes afiados ou enzimas específicas, são características dos carnívoros facultativos.
Entretanto, como antecipamos no início do artigo, o cachorro também é um necrófago oportunista, o que tem permitido sua domesticação. De acordo com várias teorias, foi precisamente este procedimento que permitiu ao cão digerir o amido e, consequentemente, os materiais de origem vegetal[1].
6. Sentidos dos cachorros
O cão tem dois sentidos particularmente bem desenvolvidos: olfato e audição. Começaremos com o mais importante, o olfato, que é fundamental para a caça, o comportamento social e sexual. Ao contrário dos humanos, que têm apenas 5 milhões de receptores olfativos, os cães têm entre 200 e 300 milhões de receptores olfativos. Outro aspecto chave é o senso de audição, que é muito mais agudo do que o dos seres humanos.
7. Raças de cachorros
Continuando com as características dos cães, devemos saber que atualmente existem mais de 300 raças de cachoros, reconhecidas por algumas ou outras organizações cinológicas, tais como a FCI (Fédération Cynologique Internationale) ou o The Kennel Club, duas das mais importantes. Há também outras raças reconhecidas por federações secundárias, governos e autonomias.
Aqui no PeritoAnimal você encontra, inclusive, um artigo sobre as raças de cachorro - antes e depois ou, ainda, um específico sobre raças de cachorros brasileiros.
8. Reprodução dos cachorros
Você já se perguntou como os cachorros se reproduzem? Enquanto os machos são sexualmente ativos durante todo o ano, as cadelas possuem uma média de dois períodos férteis por ano, o que é conhecido como cio, momento em que podem engravidar. Se a cópula for bem sucedida no cio, a fase fértil, a cadela terá uma gestação que durará entre 60 e 90 dias.
Durante a gestação, a cadela procurará um ninho (ou nós o ofereceremos a ela) onde realizará o parto e, logo, o nascimento dos filhotes. A cadela vai alimentá-los e cuidará deles durante os próximos dois meses ou mais, até o desmame dos filhotes, quando eles finalmente poderão cuidar de si mesmos.
9. Curiosidades sobre cachorros
Há uma infinidade de curiosidades sobre os cachorros que chamam muita atenção de todos nós. Você sabia que Laika, a astronauta canina, foi o primeiro ser vivo a viajar para o espaço? E que os cães têm impressões digitais no nariz? Ou que Hachiko é considerado o cão mais fiel do mundo?
Assista ao vídeo abaixo 10 curiosidades sobre cachorros que você não pode perder!
10. Expectativa de vida dos cachorros
Para terminar com as características dos cachorros, queremos ressaltar que a longevidade dos cães é muito variável e se deve, em parte, aos cuidados oferecidos ao cão por seu tutor. Assim, um cachorro que possui uma boa qualidade de vida, que inclui uma boa alimentação, exercício físico diário e cuidados preventivos de saúde, viverá mais tempo.
No entanto, cachorros menores normalmente vivem mais tempo do que os cães grandes devido ao processo metabólico deles. Em geral, a expectativa de vida de um cão varia dos 7 aos 20 anos. E se te interessar, neste outro artigo do PeritoAnimal você aprende como calcular a idade humana de um cão.
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- Axelsson, E., Ratnakumar, A., Arendt, M. L., Maqbool, K., Webster, M. T., Perloski, M., ... & Lindblad-Toh, K. (2013). The genomic signature of dog domestication reveals adaptation to a starch-rich diet. Nature, 495(7441), 360.
- Freedman, A. H., Gronau, I., Schweizer, R. M., Ortega-Del Vecchyo, D., Han, E., Silva, P. M., ... & Beale, H. (2014). Genome sequencing highlights the dynamic early history of dogs. PLoS genetics, 10(1), e1004016.
- Alec Forssmann. (14 de maio de 2018, 17:32). Redescubierta una especie de perro salvaje de Nueva Guinea a 4.000 metros de altura. 4 de junio de 2019, de National Geographic Espanha. Disponívem em: <https://www.nationalgeographic.com.es/naturaleza/actualidad/redescubierta-una-especie-perro-salvaje-nueva-guinea-4000-metros-altura_11332/1>. Acesso em 8 de outubro de 2020.
- Barbara Schoening; Evaluation and prediction of agonistic behaviour in the domestic dog, University of Bristol 2006
- Svartberg, K. (2006). Breed-typical behaviour in dogs—historical remnants or recent constructs?. Applied Animal Behaviour Science, 96(3-4), 293-313.