Cachorro inquieto: causas e o que fazer
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No dia-a-dia, é comum que nossos peludos demonstrem muita energia para brincar, passear e realizar outras atividades, mas que também aproveitem seus momentos de descanso e relaxamento. No entanto, alguns tutores ficam preocupados quando reconhecem sinais de ansiedade ou hiperatividade em seus companheiros. Nesse contexto, surgem perguntas comuns, tais como: por que meu cachorro está muito agitado e não para de se mexer?” ou “o que posso fazer para acalmar meu cachorro?
Se você convive com um cachorro inquieto, te convidamos a continuar lendo este artigo do PeritoAnimal, no qual vamos explicar as principais causas desses problemas e fornecer algumas dicas para garantir que seu melhor amigo tenha um comportamento mais estável.
Por que meu cachorro está inquieto e não para de se mexer?
Infelizmente, não podemos te dar uma resposta específica para essa pergunta, uma vez que o comportamento dos cachorros pode ser influenciado por diversos fatores ambientais e inerentes ao seu próprio organismo. Se você vive com um cachorro inquieto e que não para de se mexer, será necessário prestar atenção ao seu comportamento, ao seu estilo de vida e ao seu ambiente para tentar identificar a causa deste problema.
Para te ajudar nesse processo, vamos resumir a seguir os motivos mais comuns pelos quais os cachorros ficam inquietos e tendem a se mover pela casa. Além disso, lembre-se de que procurar ajuda profissional de um veterinário é sempre a melhor alternativa quando seu melhor amigo apresenta algum sintoma de dor ou doença. A seguir apresentamos as possível causa para termos um cachorro inquieto:
1. Dor
A dor pode fazer com que os cachorros tenham comportamentos incomuns ou até mesmo alterar significativamente sua personalidade. Alguns dos sintomas mais evidentes de dor nos cachorros são a redução da energia e do interesse em realizar suas atividades diárias (brincar, passear, etc.) e a tendência a se esconder ou se afastar para não ser tocado, pois isso aumenta seu desconforto. Se perceber que o seu peludo está tendo esses comportamentos, não hesite em levá-lo imediatamente ao veterinário para que receba os cuidados necessários.
A dor em cachorros pode ocorrer como resultado de um trauma (uma queda, uma pancada ou um acidente), mas também é um sintoma comum de doenças crônicas ou degenerativas, como as displasias de quadril e cotovelo. Além disso, o envelhecimento torna os nossos melhores amigos mais vulneráveis à dor, que costuma estar associada a doenças comuns em cães mais velhos, como a osteoartrite e a artrose.
Na última fase de suas vidas, nossos amigos peludos também perdem suas habilidades sensoriais e se tornam mais suscetíveis a condições neurodegenerativas, como a síndrome da disfunção cognitiva, mais conhecida como Alzheimer ou demência senil em cachorros, cujos principais sintomas se manifestam por meio de mudanças no comportamento habitual do peludo. Nestes casos, os cães podem apresentar comportamentos estranhos, ficar mais inquietos ou nervosos, ou mesmo reagir de forma exagerada ou negativa aos estímulos do seu ambiente.
Se você convive com um cachorro idoso, não se esqueça de visitar nosso guia completo de cuidados para cachorros idosos, onde você encontrará as melhores dicas para aliviar dores, fortalecer seu sistema imunológico e prevenir problemas de comportamento.
Por tudo isso, a dor geralmente é a causa mais comum para termos um cachorro inquieto, muito nervoso e chorando, seja um adulto ou idoso.
2. Transtornos neurológicos
Além de doenças que causam dor, existem alguns distúrbios neurológicos que podem causar alterações no comportamento do seu peludo e, assim, encontrar o cachorro inquieto. Por exemplo, a síndrome vestibular canina tem um impacto direto na capacidade de orientação espacial e equilíbrio dos cães, fazendo com que pareçam desorientados, tenham tonturas ou vertigens e realizem certos comportamentos incomuns, como andar em círculos ou andar com a cabeça inclinada.
Também existem alguns problemas congênitos, como as malformações e a hidrocefalia em cachorros, que podem fazer seu cachorro ficar inquieto e não parar de se mover pela caça.
Novamente, em todos esses casos, a melhor coisa que você pode fazer é procurar atendimento veterinário o mais rápido possível para avaliar possíveis distúrbios neurológicos e iniciar o tratamento mais benéfico com base em suas necessidades.
3. Parasitas
Se você perceber que o seu cachorro está inquieto e se coça muito ou chora, também deverá considerar a possibilidade de ele ter parasitas internos ou externos (pulgas, carraças ou ácaros). Estes últimos costumam ser mais fáceis de identificar, pois suas picadas costumam deixar rastros na pele do animal ou causar vermelhidão e outros sinais de inflamação dérmica.
Precisamente essas picadas é que costumam causar coceira ou desconforto no cachorro, fazendo com que ele tenha vontade de se coçar constantemente e fique mais agitado que o normal. Para confirmar ou descartar a presença de parasitas externos em seu cachorro, aconselhamos que você examine todo o corpo, sem esquecer aquelas regiões mais "escondidas", como a parte interna das orelhas e a parte inferior das pernas e a região entre os dedos dos pés.
Por outro lado, os parasitas intestinais podem avançar silenciosamente pelo corpo do cachorro deixando-o inquieto e causar sintomas perceptíveis somente em estágios mais avançados. Nesse caso, você deve prestar atenção aos seguintes sintomas:
- Alterações nas evacuações, como diarreias, mudanças de cor ou presença de corpos estranhos, sangue ou pontos brancos entre as fezes.
- Vômitos.
- Perda de apetite.
- Perda de peso (pode ocorrer mesmo quando o cachorro come uma boa quantidade de alimentos).
- Inflamação abdominal, que pode ser acompanhada de dor (seu cachorro ficará com a barriga inchada e apresentará sintomas de dor ao ser tocado na região abdominal).
- Palidez das mucosas associada à anemia (costuma aparecer em infestações mais avançadas).
Especialmente os filhotes que ainda não foram vermifugados, muitas vezes sofrem de infestações de parasitas intestinais. Além do inchaço abdominal, é totalmente comum observar que o filhote fica muito inquieto devido ao desconforto. Portanto, é fundamental ir ao veterinário.
Quer se trate de parasitas internos ou externos, a melhor estratégia é sempre a prevenção. Para evitar que a saúde e o bem-estar do seu peludo sejam comprometidos, faça a desparasitação com os produtos mais adequados para a sua idade e características e com a frequência adequada.
4. Estresse e/ou ansiedade
Se você percebe o seu cachorro inquieto e agitado ou ofegante e você descartou a possibilidade de qualquer doença, distúrbio neurológico ou infestação de parasitas, deve analisar sua rotina e estilo de vida. Não é por acaso que esses comportamentos que denotam hiperatividade ou nervosismo aparecem com muita frequência em cães sedentários ou que moram em apartamentos pequenos e não possuem um ambiente enriquecido.
O sedentarismo e a falta de estimulação física e metal são algumas das causas mais comuns de estresse e de ansiedade em cachorros. Um cachorro estressado ou ansioso tende a realizar uma série de comportamentos indesejáveis ou perigosos para aliviar a tensão que se acumula em seu corpo pela falta de uma rotina adequada de exercícios, jogos e atividades que lhe permitam gastar energia e se expressar de uma forma positiva.
Nessa situação, os responsáveis costumam se alarmar ao ver que seus cachorros têm o comportamento alterado, podendo ficar muito nervosos, dando voltas pela casa milhares de vezes ou até mesmo se tornando destrutivos, quebrando móveis e outros objetos domésticos. Se observar que o seu cachorro está inquieto e ofegante ou se lambendo, é mais provável que esteja estressado por algum dos motivos mencionados, desde que, insistimos, qualquer possibilidade de problema de saúde já tenha sido descartada.
Mas os efeitos negativos do estresse em cachorros podem ser ainda mais graves, especialmente quando a exposição a estressores se torna contínua ou permanente. Aí, estaríamos diante de um caso de estresse crônico que geralmente afeta seriamente a saúde física e mental do cachorro, o que pode levar a problemas de comportamento muito complexos, como agressividade, ou mesmo o aparecimento de esteriotipias. Estas últimas consistem em movimentos ou ações realizadas repetidamente e sem uma finalidade específica, como andar em círculos (em seu próprio eixo), morder o rabo, latir sem parar ou se lamber excessivamente.
Não deixe de conferir o vídeo a seguir em que falamos sobre 10 coisas que deixam os cachorros estressados:
O que fazer diante de um cachorro inquieto?
A primeira coisa que você deve fazer se notar estar diante de um cachorro inquieto e que não para de se mexer é identificar a causa. Se esse comportamento for consequência de um problema de saúde ou de parasitas, você deverá seguir as instruções do veterinário. Agora, se for estresse ou ansiedade, seja em um filhote, um cachorro adulto ou um idoso, preste atenção aos seguintes fatores:
- Socialização: é um processo essencial na educação de todos os cachorros, que lhes permite aprender a conviver de forma positiva com os outros indivíduos e os estímulos do seu ambiente. Se você quer ter um melhor amigo obediente, calmo e confiante, você deve começar a socializá-lo enquanto ainda é um filhote. Da mesma forma, se você não teve essa oportunidade e/ou adotou um peludo adulto, neste artigo encontrará alguns conselhos para socializá-lo corretamente.
- Atividade física diária: Em geral, é recomendado que um cachorro faça pelo menos 2 ou 3 passeios de 20 a 40 minutos por dia. Da mesma forma, alguns peludos são naturalmente mais energéticos e podem exigir um nível mais alto de atividade física. Nesse caso, uma boa ideia é considerar a prática de esportes caninos, como agility.
- Enriquecimento ambiental: mesmo que seu cão faça passeios diários, também é importante que ele seja capaz de se divertir e exercitar seu corpo e sua inteligência dentro de casa, especialmente quando está sozinho. Se o seu cachorro vive em um ambiente enriquecido com jogos, brinquedos e outros estímulos sensoriais, ele provavelmente terá um comportamento mais estável e será muito menos suscetível ao estresse e outros problemas de comportamento. Dê uma olhada em nossas dicas de enriquecimento ambiental para cachorros!
- Adestramento: é o exercício mais completo que você pode apresentar ao seu melhor amigo! Ao adestrar seu cachorro você permite que ele gaste energia e trabalhe sua inteligência, além de promover um comportamento equilibrado e seguro para o próprio cachorro e para os demais indivíduos com quem convive, seja de forma permanente ou eventual. Aqui no PeritoAnimal, vamos te contar tudo o que você precisa saber para adestrar um cachorro corretamente.
- Buscar ajuda profissional: se você colocou em prática essas diretrizes básicas e ainda está diante de um cachorro inquieto, não hesite em procurar a ajuda de um treinador canino. Por outro lado, se você identificar sinais de agressividade ou estereotipias em seu melhor amigo, o ideal é consultar um veterinário especialista em etologia canina.
Por que meu cachorro está inquieto e não dorme?
Como nós, os cachorros podem sofrer de insônia e distúrbios do sono. Em todas as espécies, o sono cumpre funções vitais, permitindo que todo o corpo, incluindo o cérebro, se recupere do desgaste e do estresse de cada dia. Mas não se trata apenas de dormir um certo número de horas, mas também de conseguir um sono reparador, ou seja, a qualidade do sono é tão importante quanto o número de horas dormidas. Portanto, uma das causas que pode justificar esse comportamento, além das já mencionadas nas seções anteriores, é a falta de descanso. Da mesma forma, que um cachorro recém-adotado esteja inquieto e não durma é totalmente normal devido à mudança. O mesmo pode acontecer após uma mudança de casa.
Falta de descanso
O sono de má qualidade tem um impacto significativo na saúde física e mental, podendo causar alterações de humor, fadiga, fraqueza e nervosismo ou irritabilidade, além de dificultar o controle do peso saudável e enfraquecer o sistema imunológico, aumentando o risco de desenvolver vários problemas de saúde, como diabetes, infecções, doenças cardiovasculares, depressão e ansiedade. Novamente, isso vale tanto para nós, humanos, quanto para nossos peludos e outros animais.
Por isso, se seu cachorro não dorme adequadamente, você notará rapidamente as repercussões em seu comportamento e saúde. Nesse contexto, sintomas de estresse, ansiedade e problemas de comportamento, como destrutividade ou mesmo agressividade, podem aparecer ou se intensificar. Agora, a pergunta-chave é: o que você pode fazer para que seu cachorro durma melhor?
Para começar, é importante estar atento ao seu ambiente: seu cachorro possui um ambiente que favoreça um bom descanso e uma boa noite de sono? Nesse sentido, você deve avaliar os fatores internos e externos da casa, tais como:
- Seu cachorro tem elementos confortáveis para dormir? Uma cama, travesseiro, almofada, cobertor que proporcione o conforto necessário?
- Sua área de descanso é bem higienizada com os produtos adequados? Lembre-se que produtos irritantes ou com odores muito fortes podem danificar as mucosas do seu cachorro e causar alergias e dermatites, entre outras doenças.
- Faz muito frio ou muito calor na área de descanso do seu cachorro? Não o deixe dormir ao ar livre e evite que seu espaço de descanso seja exposto diretamente ao sol, vento, neve e outras adversidades climáticas.
- Há muitos estímulos no ambiente onde seu cachorro dorme? Ruídos e cheiros fortes, bem como luz excessiva, afetam a qualidade do sono do seu peludo.
Mudança
Por outro lado, se você se mudou recentemente, seu cachorro ainda pode estar se acostumando com sua nova casa e espaço de descanso. Lembre-se de que a adaptação é um processo e cada peludo leva seu próprio tempo transitá-lo com sucesso. Da mesma forma, para um cachorro recém-adotado, independentemente de ser um filhote ou um adulto, muitas mudanças são vivenciadas em um curto espaço de tempo, então seu nervosismo e problemas para adormecer podem ser devidos a isso.
Por fim, reforçamos mais uma vez a importância de verificar se o seu cachorro está saudável, livre de dores, parasitas e qualquer outra doença que possa influenciar o seu estado de saúde, comportamento e sua qualidade de sono. O ideal é fazer pelo menos uma visita preventiva ao veterinário a cada ano e fazer os exames necessários para verificar sua saúde, além de manter sempre atualizado o calendário de vacinações e desparasitações.
Por último, te convidamos a assistir ao seguinte vídeo sobre como fazer uma massagem relaxante em cachorros:
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- Beerda, B., Schilder, M. B., van Hooff, J. A., & de Vries, H. W. (1997). Manifestations of chronic and acute stress in dogs. Applied Animal Behaviour Science, 52(3-4), 307-319.
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- Kis, A., Szakadát, S., Gácsi, M., Kovács, E., Simor, P., Török, C., ... & Topál, J. (2017). The interrelated effect of sleep and learning in dogs (Canis familiaris); an EEG and behavioural study. Scientific reports, 7(1), 1-6.
- Mason, G. J. (1991). Informe crítico sobre las estereotipias. Animal Behaviour, 41, 1057-1037.