Um gato pode morrer de anestesia?

Em teoria, sim, um gato pode morrer por anestesia. No entanto, é preciso destacar que qualquer animal pode acabar morrendo como consequência de um procedimento anestésico, mas isso não deve alarmá-lo, pois o fato de essa possibilidade existir não significa, de forma alguma, que vá acontecer com o seu felino.

O nível de risco anestésico em um paciente varia de acordo com uma série de fatores que tornam o animal mais ou menos suscetível a complicações:

• Fatores relacionados ao próprio animal: incluindo seu peso, idade e a presença ou ausência de outras condições médicas. Isso significa que um gato idoso, com obesidade ou que tenha, por exemplo, problemas cardíacos ou hepáticos, tem um maior risco de falecer como consequência do efeito de um fármaco anestésico. Diante desses casos, o veterinário realizará uma série de testes pré-anestésicos e monitorará constantemente o felino para garantir sua segurança, revertendo a anestesia caso suspeite de algum perigo.
• Fator humano: que inclui a habilidade e experiência do próprio cirurgião e as decisões que ele toma em relação ao uso de fármacos, doses, etc. Nesse sentido, não há com o que se preocupar, pois, embora todos possamos cometer erros, os veterinários são profissionais altamente qualificados e bem treinados que sabem o que estão fazendo. Da mesma forma, se você está preocupado em saber quem vai operar seu felino, recomendamos que você se informe sobre a cirurgia a ser realizada, busque centros de referência e solicite uma consulta prévia para conhecer a equipe veterinária, eles ficarão felizes em atendê-lo!

Os principais riscos associados à anestesia em gatos são de natureza respiratória e cardiovascular. Devemos ter em mente que, no momento de induzir uma anestesia, o sistema respiratório e cardíaco do animal é deprimido e os reflexos são perdidos.

Por esse motivo, é essencial realizar uma monitorização das constantes do felino antes, durante e após a cirurgia.

• Complicações respiratórias: decorrentes da anestesia, são as mais comuns e para controlar a ventilação adequada do animal, geralmente é inserido um tubo endotraqueal. No caso dos gatos, a intubação deve ser feita com muito cuidado, pois esses animais têm o reflexo laríngeo muito desenvolvido e suas vias aéreas são pequenas e muito sensíveis. Além disso, o tutor do gato deve garantir que o animal tenha jejuado nas horas anteriores à cirurgia, pois muitos fármacos anestésicos induzem ao vômito, o que pode ser muito perigoso, especialmente se o felino estiver intubado. Você pode obter mais detalhes em "Gatos podem tomar água antes de operar?".
• Complicações cardíacas: são um pouco menos comuns em gatos e incluem o aparecimento de arritmias (taquicardia ou bradicardia), bem como hipo e hipertensão.

Por último, devemos mencionar a hipotermia, pois é outra das complicações anestésicas mais comuns em felinos. Muitos anestésicos afetam a capacidade de termorregulação do animal e isso, somado à administração de fluidos e ao contato com superfícies frias (como a mesa cirúrgica), faz com que o gato possa perder calor com relativa facilidade. Para evitar esses problemas, os veterinários costumam usar cobertores térmicos ou soros aquecidos.

Uma vez superada a cirurgia, o animal ainda não está completamente fora de perigo, pois deve passar com sucesso pelo processo pós-operatório. A recuperação anestésica é definida como o tempo que decorre desde o momento em que se interrompe a administração de anestesia ao animal.

Este período é crítico, especialmente nas duas ou três primeiras horas, durante as quais é importante que o gato permaneça sob supervisão veterinária, especialmente se tiver sido submetido a uma operação complicada, longa ou muito traumática.

Quando o animal começa a acordar, é muito comum que ele se sinta desorientado e tonto como consequência do efeito da anestesia. Nas horas seguintes à cirurgia, o gato pode apresentar sinais de cansaço e apatia e pode parecer um pouco inquieto ou abatido, especialmente ao tentar andar e não conseguir com facilidade. Além disso, se o gato foi intubado durante a operação, é possível que ele apresente uma leve tosse seca ou desconforto na garganta durante alguns dias.

Felizmente, uma vez que o animal acorda completamente e está fora de perigo, ele geralmente se recupera muito rapidamente da anestesia e volta à vida normal em poucas horas.

Como você pode ver, um gato pode morrer por anestesia devido aos riscos envolvidos. Portanto, é crucial confiarmos nas mãos mais habilidosas do veterinário e pesquisar cuidadosamente quem irá operar nosso felino. Você pode se interessar em dar uma olhada no seguinte artigo sobre "Quanto tempo o gato demora para acordar da anestesia?".

Se, infelizmente, se o seu gato passou por uma cirurgia e não sobreviveu, a primeira coisa que você deve fazer é falar com o veterinário que realizou o procedimento. Embora sua equipe possa explicar o que aconteceu, é sempre melhor que seja o próprio cirurgião responsável pela operação e, se aplicável, o anestesista, quem te explique o que aconteceu. Como mencionamos, toda cirurgia, mesmo a mais simples, tem seus riscos e, mesmo que a operação tenha sido bem-sucedida, as horas seguintes também são muito delicadas.

Após receber o depoimento do veterinário, você sempre pode optar por buscar uma segunda opinião ou submeter seu animal a uma necropsia se não estiver satisfeito com a explicação dos fatos ou se suspeitar que possa ter ocorrido algum erro médico. Nesse caso, um patologista examinará o gato e redigirá um relatório que será enviado a você, especificando seus achados e as causas mais prováveis ​​do falecimento do animal.

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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