Outros problemas de saúde

Mastocitoma canino: sintomas, prognóstico e tratamento

Maria Besteiros
Por Maria Besteiros, Auxiliar técnica veterinária. 28 fevereiro 2019
Mastocitoma canino: sintomas, prognóstico e tratamento
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O mastocitoma em cães, do qual falaremos neste artigo do PeritoAnimal, é um tipo de tumor de pele muito frequente, que pode ser benigno ou maligno. Embora afete os cachorros mais velhos de qualquer raça, os cachorros braquicefálicos, como o boxer ou o bulldog, apresentam uma maior incidência. Tanto o prognóstico quanto o tratamento vão depender do tamanho do tumor, do aparecimento ou não de metástase, a localização, etc. A cirurgia faz parte do tratamento habitual, e não se descarta o uso de fármacos, radio ou quimioterapia.

Neste artigo do PeritoAnimal explicamos tudo o que você precisa saber sobre o mastocitoma canino, sintomas, tratamento, expectativa de vida e etc.

Índice
  1. Mastocitoma canino: o que é?
  2. Mastocitoma canino: sintomas
  3. Quanto vive um cachorro com mastocitoma canino?
  4. Tratamento mastocitoma canino

Mastocitoma canino: o que é?

Os mastocitomas cutâneos em cachorros são tumores dos mastócitos, que são células com função imunológica. Elas intervêm, entre outras coisas, nos processos alérgicos e na cura de feridas, razão pela qual contêm histamina e heparina. De fato, os mastocitomas liberam histamina, o que se relaciona com o aparecimento das úlceras gastrointestinais, um dos sintomas com os quais os cachorros afetados podem sofrer. Com menor frequência, produzem problemas na coagulação devido à liberação de heparina.

Quanto às causas que explicam seu aparecimento, pode haver um componente hereditário, fatores genéticos, vírus ou traumatismos, mas o certo é que a causa continua sendo desconhecida. Esses tumores afetam igualmente os machos e fêmeas, geralmente a partir dos nove anos de idade.

Mastocitoma canino: sintomas

Os mastocitomas são nódulos que você poderá observar em diversas partes do corpo do seu cachorro, especialmente no tronco, na área perineal e nas extremidades. A aparência, bem como a consistência, são muito variáveis e não dependem do fato de se tratar de tumor maligno ou benigno. Assim, existem os de um nódulo e os de muitos, de crescimento lento ou rápido, com metástases ou sem, etc. Isso indica que, sempre que você encontrar uma lesão deste tipo na pele do cachorro, deve visitar um veterinário para descartar que se trata de um mastocitoma.

O tumor pode se ulcerar, avermelhar, inflamar, irritar, sangrar e perder o pelo, assim como as áreas adjacentes, o que faz com que o tumor pareça aumentar ou diminuir de tamanho. Você pode notar o cachorro se coçando e, como já dissemos, sofrendo com úlceras gastrointestinais que originam sintomas como vômitos, diarreia, anorexia, sangue nas fezes ou anemia.

O veterinário pode confirmar o diagnóstico através de um exame de citologia, tirando uma amostra do tumor com uma agulha fina. Ele também terá que avaliar se há metástase, para que se examine o linfonodo mais próximo, além de exames de sangue, de urina e ultrassonografia do baço e do fígado, que é onde o mastócito canino costuma se estender. Nesses casos, ambos órgãos estão maiores e, além disso, pode ocorrer derrame pleural e ascite. O mastocitoma também pode afetar a medula óssea, mas isso é menos comum.

A biópsia proporciona informações sobre a natureza do mastocitoma, o que permite estabelecer um prognóstico e um protocolo de ação.

Mastocitoma canino: sintomas, prognóstico e tratamento - Mastocitoma canino: sintomas

Quanto vive um cachorro com mastocitoma canino?

Nos casos de mastocitoma em cães, a expectativa de vida vai depender da classificação patológica do tumor, pois há diferentes graus de malignidade, de I a III, que se relacionam com a maior ou menor diferenciação do tumor. Se o cachorro pertence a uma das raças predispostas, além das braquicefálicas, golden, labrador ou cocker, isso contribui para piorar o prognóstico. Uma exceção é o caso dos boxers, porque possuem mastocitomas muito bem diferenciados.

Os tumores mais agressivos são os menos diferenciados, só é possível extraí-los com intervenção cirúrgica, uma vez que se encontram muito infiltrados. A média de sobrevivências nesses cachorros, sem tratamentos adicionais, é de poucas semanas. Poucos cachorros com esse tipo de mastocitoma sobrevivem mais de um ano. Nesses casos, o tratamento será paliativo. Além disso, os mastocitomas que têm origem nos órgãos também apresentam um prognóstico pior[1].

Existe uma outra classificação que divide os mastocitomas em grau alto ou baixo, com 2 anos e 4 meses de sobrevivência. A localização do mastocitoma canino e a existência ou não de metástase também são fatores a considerar.

Por último, é necessário saber que o mastocitoma é imprevisível, o que dificulta na hora de estabelecer um prognóstico.

Tratamento mastocitoma canino

O protocolo de ação depende das características do mastocitoma. Se estamos diante de um tumor solitário, bem definido e sem metástase, a cirurgia será o tratamento escolhido. É necessário levar em conta que as substâncias liberadas pelo tumor podem atrasar a cicatrização de feridas cirúrgicas. É muito importante que a extração inclua também uma margem de tecido saudável. Este tipo de casos têm um prognóstico mais favorável, embora seja possível a recorrência. Além disso, se sobrarem células tumorais, será necessária um nova intervenção.

Às vezes, não será possível deixar essa margem, ou o tumor é grande demais. Nesses casos, além da cirurgia são prescritos fármacos como a prednisona e/ou quimio e radioterapia. A quimioterapia é usada também nos mastocitomas múltiplos ou disseminados.

Leia também: Feridas em cachorros - Primeiros socorros

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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Referências
  1. Ríos, A. (2008): "Mastocitoma canino y felino", Clín. Vet. Peq. Anim., 28 (2), 135-142.
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3 comentários
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Lúcia Helena Stein Guedes
Foi bem esclarecedor eu tenho uma cachorrinha SD por isso não entendi porque os tumores tem maior incidência em cães de raça.
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Claudia
Bom dia, Jéssica. Estava lendo seu depoimento. Estou passando por uma situação semelhante. tenho uma cadelinha de 8 anos, a Hera. Ela é da raça spitz alemão. Está com um nódulo na perninha direita da frente. Fez raios-x, exames de sangue e a veterinária fez punção retirando material para fazer exame citológico. Apalpou novamente o local e disse que se fosse beningno não estaria aderindo ao osso e se as suspeitas se confirmarem terá de fazer cirurgia de amputação do membro. Perdi o chão! Estou apavorada, desesperada. Tenho outros 3 da mesma raça. De todos é ela a mais espoleta de longe. Ela pula e brinca como um macaquinho. Ela pula do chão do meu colo, sobe na minha cabeça, só de imaginar minha princesa sem a perninha... estou desanimada, Jéssica. Além de tudo ela está incluída num processo de inventario, pois foi comprada pelo meu falecido marido que me presenteou. Tenho de manter tudo organizado para prestar contas dos cuidados com ela e os outros. Ela é para mim mais importante do que tudo isso. Não consigo olhar para ela imaginando a Hera sem a perninha. Ela corre, brinca, pula o tempo todo quando me vê, adora colo. O que eu faço??
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Jessica
Gostaria apenas que contar como é a nossa história com a Vicky.
Vicky é uma vira lata caramelo de 8 anos.
Em julho de 2021 levamos ela no veterinário pois vimos um nódulo, após um exame, descobrimos que ela tem mastocitoma, alto grau e agressivo.
Sua primeira cirurgia foi em agosto de 2021, nesta época optamos por não fazer quimioterapia nela, tinha muito medo que a quimio debilitante a minha cachorra.
Em março de 2022, notamos outro nodulo crescendo, fomos ao veterinário e marcamos nova cirurgia, em abril de 2022 ela fez a segunda cirurgia, e optamos pelo tratamento de quimioterapia.
Atualmente, ela já fez 4 sessões de quimioterapia, e ao contrário do que imaginávamos, ela não apresentou qualquer efeito colateral ao tratamento.
Não está debilitada, continua a mesma Vicky de antes, apenas com algumas cicatrizes, mas que são parte da história dela.
Feito alguns exames, enfim, tivemos uma boa notícia, o mastocitoma não afetou nenhum órgão.
Ela segue em tratamento, com remédios e a quimioterapia e assim seguiremos.
Quando me vi com um diagnóstico ruim e artigos que não me davam muita esperança, não me deparei com um comentário que pudesse me tranquilizar, por isso, escrevo este agora.
Se você tem um animal com este diagnóstico, faça o tratamento, não tenha medo.
Rejane
Obrigada pelo relato, espero q o Vick esteja bem. E aproveito para deixar também um depoimento

Tenho uma York q está passando pelo mesmo processo, Mastocitoma de Alto Grau, próximo a cauda.

Tem quase 15 anos, é uma idosinha q engana, lúcida, ativa, alegre e social.

Corremos com o diagnostico ao notar o nódulo nessa região q se camufla com o pêlo e se confunde com contorno do bumbum. Estava nao mais q 2cm.

Por ser uma região que compromete a qualidade de vida, (trato intestinal) a quimio foi recomendada para diminuir o tumor e fazer a cirurgia em conjunto com a eletroquimioterapia se nao houver a possibilidade de margens seguras. Ela está na 1a sessao quimioterapica e nao teve qq intercorrencia, fez os exames investigativos de saúde e está tomando a medicacao necessaria p dimunuir os efeitos colaterais. Seguimos com esperança 🙏
Lais
Minha dog caramelo amada de 3 anos, está com mastocitoma e a cirurgia de retirada será semana que vem. Assim que descobrir o grau vamos tomar decisões a respeito da quimio. Obrigada pelos comentários tranquilizadores - tem sido muito dificil lidar com isso. Saúde para todos vocês e seus doguinhos
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