Alopurinol para cachorro: doses e efeitos colaterais
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O alopurinol é um medicamento usado na medicina humana para reduzir o nível de ácido úrico no plasma e na urina, porque inibe uma determinada enzima envolvida em sua formação. Na medicina veterinária, neste caso específico em cachorros, é um medicamento utilizado em combinação com antimoniais ou miltefosina para o tratamento da leishmaniose.
Se você quiser saber mais sobre esse medicamento, continue lendo este artigo do PeritoAnimal, no qual falamos sobre o alopurinol para cachorro, seus usos, doses recomendadas e possíveis efeitos colaterais.
O que é alopurinol para cachorro e para que serve?
O alopurinol é um inibidor enzimático que, de maneira mais específica, inibe a enzima que metaboliza a conversão da xantina em ácido úrico. Ele não é utilizado isoladamente, mas atua como adjuvante do principal medicamento leishmanicida, antimonial ou miltefosina, para tentar eliminar completamente o parasita de todos os tecidos. Dessa maneira, o uso de alopurinol em cachorros é reduzido a um: o tratamento contra a leishmania.
Por quanto tempo dar alopurinol para cachorro?
Este medicamento é administrado por via oral e seu tratamento pode durar de 6 meses a um ano. Existem até casos em que um tratamento mais longo é estabelecido. De qualquer forma, é necessária uma revisão e acompanhamento do caso após o estabelecimento do tratamento, levando em consideração que a frequência das revisões será estabelecida pelo veterinário, uma vez que de acordo com a gravidade de cada caso deve ser individualizado.
O tratamento com alopurinol deve ser personalizado de acordo com o paciente. Um exemplo prático seria a miltefosina diária por aproximadamente 1 mês, combinada com alopurinol diário por aproximadamente 8 meses.
Alopurinol para cachorro com leishmania
Como dissemos na seção anterior, o alopurinol é usado no tratamento contra a leishmania. A leishmaniose é uma doença parasitária causada por um protozoário transmitido pela picada de um vetor: o mosquito flebotomíneo. É uma zoonose de distribuição mundial e de natureza grave, portanto, além das medidas de prevenção utilizadas para reduzir sua prevalência (vacinas, coleiras e pipetas repelentes, moduladores de imunidade), todos os cachorros que apresentam a doença devem ser tratados.
Os cachorros doentes são aqueles que apresentam sinais clínicos e a infecção por leishmania é confirmada pelo diagnóstico laboratorial. É uma doença inespecífica, ou seja, pode ocorrer com múltiplos sinais clínicos, por isso é muito importante um bom histórico da epidemiologia do local onde o cachorro vive e seu status de proteção. Alguns desses sinais são: dermatoses com crosta e ulceração, claudicação, sangramento nasal, hiperceratose nasal e das almofadas nas patas, letargia, etc. A doença pode ser classificada como leshmaniose visceral ou leishmaniose cutânea.
É comum que, além da leishmania, o cachorro sofra de outra doença parasitária no sangue pois está intimamente ligada ao nível de proteção antiparasitária do cachorro. Portanto, devemos começar a tratar a leishmaniose quando tivermos um cachorro estável, ou seja, se a doença causou anemia, insuficiência renal, dermatite etc., devemos primeiro tratar essas condições.
A miltefosina e os antimoniais são drogas leishmanicidas (que eliminam o parasita) e sua ação é mais rápida e intensa, enquanto o alopurinol é leishmaniostático (impede a multiplicação do parasita). Por esse motivo, é comum o uso de uma combinação desses medicamentos. No entanto, cada vez mais veterinários preferem procurar alternativas ao alopurinol devido aos efeitos colaterais que esta droga apresenta nos pacientes.
Doses do alopurinol para cachorro
A dose de alopurinol para cachorro estabelecida para o tratamento da leishmaniose é de 10 mg por kg de peso a cada 12 horas, ou seja, duas vezes por dia.
A apresentação farmacológica existente é de comprimidos com 100 mg e 300 mg de alopurinol. Portanto, o veterinário te dirá quantas pílulas você deve administrar de acordo com o peso do seu cachorro. Além disso, lembre-se de que deve ser o especialista quem determina a duração do tratamento, que não deve ser interrompido sem sua aprovação prévia.
Efeitos colaterais do alopurinol para cachorro
São dois os principais efeitos colaterais que o alopurinol pode causar em cachorros durante o tratamento:
- Xantinúria: quando as purinas são degradadas pelas enzimas correspondentes, é formada a xantina, e esta, por sua vez, é transformada em ácido úrico. O alopurinol interfere na transformação da xantina em ácido úrico, que deve ser eliminado na urina, produzindo um excesso de xantina e seu consequente acúmulo.
- Urolitíase: o excesso de cristais de xantina pode produzir agregados com matéria orgânica e formar urólitos (pedras). Esses urólitos são radiolúcidos, ou seja, não são observados com um simples raio-x, e é necessário um raio-x ou ultrassom de contraste para diagnosticá-los.
Os sinais clínicos que podem ser observados com essas doenças são os seguintes:
- disuria (dor ao urinar);
- hematúria (sangue na urina);
- incontinência urinária;
- obstrução urinária;
- dor abdominal.
É possível encontrar alimentos para cachorros feitos especificamente para o tratamento da leishmaniose. Eles são caracterizados pelo baixo conteúdo de purina, impedindo a formação dos cristais de xantina. Além disso, apresentam substâncias que ajudam na proteção das articulações, da pele e da imunidade.
Alternativas ao alopurinol para cachorro
Como mencionamos nas seções anteriores, os efeitos colaterais do alopurinol levaram muitos veterinários a optar por procurar alternativas a esse medicamento. Nesse sentido, um estudo recente[1] confirma que o impromune, um nutracêutico baseado em nucleotídeos é eficaz contra o progresso da leishmania e não gera efeitos indesejados.
A nova tendência do tratamento da leishmania nos leva ao uso desses novos medicamentos que não apresentam efeitos colaterais. A desvantagem é que esse medicamento tem custo mais alto em relação ao alopurinol.
Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.
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- Segarra, S.; Miró, G.; Montoya, A.; Pardo-Marín, L.; Boqué, N.; Ferrer, L.; Cerón, J. (2017). Randomized, allopurinol-controlled trial of the effects of dietary nucleotides and active hexose correlated compound in the treatment of canine leishmaniosis.