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Trilostano para cães - Doses e efeitos colaterais

 
Cristina Pascual
Por Cristina Pascual, Veterinária. Atualizado: 4 setembro 2023
Trilostano para cães - Doses e efeitos colaterais
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Até o final do século passado, o hiperadrenocorticismo ou síndrome de Cushing em cães era tratada com um remédio chamado mitotano, que tinha um grande inconveniente de destruir as glândulas adrenais. No entanto, com a intensa investigação de tratamentos alternativos, conseguiram desenvolver um fármaco mais seguro e eficaz, o trilostano.

Se você deseja saber mais sobre para que serve o trilostano em cães, incluindo sua dose e efeitos colaterais, continue lendo este artigo do PeritoAnimal.

Índice
  1. O que é trilostano?
  2. Para que serve o trilostano em cães?
  3. Dose de trilostano para cachorros
  4. Efeitos colaterais do trilostano em cães
  5. Contraindicações do trilostano para cães

O que é trilostano?

O trilostano é um medicamento análogo dos hormônios esteroides que inibe a enzima encarregada de sintetizar os hormônios adrenais, especificamente o cortisol e a aldosterona. Isto o converte em um medicamento eficaz para o tratamento do hiperadrenocorticismo ou síndrome de Cushing, uma doença endócrina caracterizada pela presença de níveis crônicos e excessivos de cortisol e aldosterona.

Atualmente, o fármaco está disponível em forma de cápsulas de 5, 10, 30, 60 e 120 mg ou, também, em líquido. O preço do trilostano para cães varia em função da concentração.

Para que serve o trilostano em cães?

Você está se perguntando como curar o hiperadrenocorticismo em cães? Pois saiba que o trilostano é o medicamento de escolha pra o tratamento desta doença. De fato, se utiliza como terapia única no caso do Cushing de origem hipofisária, e combinado com a cirurgia no caso de Cushing de origem adrenal.

Dose de trilostano para cachorros

A dose inicial para o tratamento do hiperadrenocorticismo é de 2mg/kg de peso e pode ser administrada a cada 24 horas, embora que para uma melhor resposta é recomendável dividir a dose em duas tomadas ao dia. A partir desta dose inicial deve ser monitorada a resposta do animal e ajustá-la baseada no seguinte:

  • A persistência dos sintomas típicos do Cushing (maior consumo de água, maior produção de urina, maior apetite e ficar ofegante), significa que a dose de trilostano é insuficiente, por isso é necessário aumentá-la.
  • A aparição de sintomas típicos do Addison (síndrome contrária ao Cushing caracterizada por vômitos, diarreia, debilidade, desânimo), significa que a dose de trilostano é excessiva, por isso é necessário reduzi-la.
  • Em casos que não existam sinais clínicos, significa que se alcançou a dose adequada que permite realizar um bom controle da doença.

As revisões para o ajuste de dose devem ser realizadas após uma semana, depois ao completar o primeiro mês, aos três meses e, posteriormente, a cada 3-6 meses. Cabe destacar que os ajustes das doses sempre devem ser prescritos por um profissional veterinário.

Como dar trilostano para cachorros?

Uma vez conhecida a dose, é importante esclarecer como dar trilostano para cachorros:

  • O fármaco se apresenta em forma de cápsulas duras, ou também em líquido, assim deve ser administrado por via oral, com a comida.
  • As cápsulas não devem ser abertas nem partidas, posto que o conteúdo pode produzir irritação da pele e dos olhos.
  • Cabe mencionar que o trilostano tem propriedades antiprogesterônicas, por isso as mulheres grávidas ou com intenção de engravidar devem evitar o contato com as cápsulas.

Efeitos colaterais do trilostano em cães

O trilostano é um medicamento bastante seguro, no entanto, em sua ficha técnica se encontrar algumas reações adversas que convém conhecer:

  • Quando se supera a dose necessária aparecem sinais associados ao hipoadrenocorticismo (síndrome de Addison) como tonturas, letargia, anorexia, vômitos, diarreia. Normalmente, estes sinais são reversíveis com a retirada do medicamento.
  • Em caso de super dose grave pode ocorrer uma crise adisoniana aguda.
  • De forma incomum pode aparecer ataxia (incoordenação), hipersalivação, inchaço, tremores musculares e alterações na pele.
  • Foram mencionados alguns casos isolados de necrose das glândulas adrenais.
  • Foi descrita um número pequeno de casos de morte súbita.

Além disso, convém considerar que o tratamento com trilostano pode desencadear a presença de insuficiência renal ou de artrite.

Contraindicações do trilostano para cães

A administração de trilostano está contraindicada nas seguintes situações:

  • Doença hepática primária.
  • Insuficiência renal.
  • Cachorros de menos de 3 kg.
  • Cachorras gestantes, em lactação, e animais reprodutores.
  • Alergia ou hipersensibilidade ao trilostano ou a algum dos excipientes que acompanham o princípio ativo.
  • Tratamento recente com mitotano: deve ser respeitado um prazo de um mês entre o término da administração de mitotano e o início do tratamento com trilostano.

Além disso, o trilostano deve ser administrado com especial precaução nos seguintes casos:

  • Cachorros de idade avançada: devem ser monitorados os marcadores hepáticos e renais (enzimas hepáticas, eletrólitos, ureia e creatinina) para garantir a insuficiência hepática ou renal, típicas dos cachorros de idade avançada.
  • Diabetes mellitus: a presença concomitante de síndrome de Cushing e diabetes requer uma monitorização específica.
  • Anemia: deve ser monitorado o volume celular sanguíneo e a hemoglobina já que o trilostano pode produzir diminuições importantes destes parâmetros.
  • Tratamento simultâneo com diuréticos poupadores de potássio ou fármacos IECA (inibidores da enzima conversora de angiotensina).

Agora que você sabe o uso correto, dose e efeitos colaterais do trilostano para cães, recomendamos este outro artigo no qual falamos sobre as doenças mais comuns nos cães.

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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Bibliografia
  • Arenas, C.; López, M.; Melián, C.; Pérez-Alenza, Mª.D. (2005). Trilostano. Una nueva opción en el tratamiento del hiperadrenocorticismo. Clin. Vet. Peq. Anim. 25(3): 189-192
  • Agencia Española de Medicamentos y Productos Sanitarios (AEMPS). Ficha técnica o resumen de las características del producto. Vetoryl 5 mg cápsulas duras para perros. Disponível em: <https://cimavet.aemps.es/cimavet/pdfs/es/ft/3991+ESP/FT_3991+ESP.pdf>. Acesso em 13 de outubro de 2022.
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