Tumor intestinal em cães: tipos, sintomas e tratamento

Um tumor ou neoplasia é definido como o crescimento desorganizado de células que ocorre como consequência de uma mutação genética. Essa mutação pode ser induzida por diferentes fatores (como radiações, produtos químicos, hormônios, etc.), mas na maioria das vezes tem uma origem idiopática (ou seja, uma origem desconhecida).

Um tumor intestinal é um tipo de tumor que se origina nas células que compõem o intestino, seja no intestino grosso ou no delgado. Dependendo do tipo ou linhagem de célula que se prolifera, o tumor será de um tipo ou outro.

O tumor intestinal em cães costuma aparecer na média de idade de 6 a 9 anos. Nos cães, esse tipo de tumor é pouco frequente, pois representa menos de 10% das neoplasias totais nesta espécie, mas, quando surge, muitos deles tendem a ser tumores malignos.

Como já mencionamos, dependendo do tipo ou linhagem celular que se prolifera, o tumor será de um tipo ou outro. No intestino delgado, os tumores mais comuns são:

• Carcinomas: tumores malignos que têm sua origem em células epiteliais;
• Linfossarcomas: tumores malignos que têm sua origem nos linfócitos.

No intestino grosso, os tumores mais comuns são:

• Adenomas: tumores benignos que têm sua origem em células epiteliais;
• Carcinomas: tumores malignos que têm sua origem em células epiteliais;
• Linfossarcomas: tumores malignos que têm sua origem nos linfócitos;
• Leiomiossarcomas: tumores malignos que têm sua origem em células musculares;
• Tumores estromais: tumores malignos que têm sua origem em células mesenquimatosas.

E se você tiver dúvidas sobre se realmente se trata de um tumor intestinal, aqui mostramos todos os tumores: "Tumor em cachorro: tipos, sintomas e tratamento".

O diagnóstico de um tumor ou câncer intestinal em cães é baseado nos seguintes pontos:

• Diagnóstico clínico: com base na sintomatologia, que será diferente nos tumores do intestino delgado e nos do intestino grosso;
• Diagnóstico por imagem: é importante saber que, neste tipo de tumores, a radiografia oferece pouca informação. A ultrassonografia, no entanto, pode ajudar a orientar o diagnóstico, pois pode mostrar um aumento da espessura da parede intestinal e, em algumas ocasiões, há uma linfadenopatia associada (ou seja, os linfonodos próximos ao tumor estão aumentados de tamanho);
• Diagnóstico histopatológico: por meio da coleta de uma amostra de tecido (biópsia) e sua análise microscópica. A amostra ou biópsia pode ser obtida de duas maneiras: por endoscopia ou por laparotomia exploratória. Na endoscopia, uma câmera é introduzida via oral ou retal (dependendo de se a amostra deve ser retirada do intestino delgado ou do intestino grosso). É uma técnica menos invasiva, mas não pode ser utilizada em todos os casos, pois nem todos os trechos do intestino são acessíveis por endoscopia (apenas o início do intestino delgado e o final do intestino grosso). Quando o tumor está localizado em um trecho do intestino que não é acessível, deve-se realizar uma laparotomia exploratória, que consiste em uma cirurgia para abrir a cavidade abdominal, explorá-la e coletar amostras. Sem dúvida, a análise histopatológica é o exame diagnóstico de escolha, pois é o único que permite conhecer a origem exata do tumor, seu grau de malignidade e as características invasivas nos tecidos ao redor;
• Diagnóstico molecular: recentemente, surgiram novas técnicas de diagnóstico, como a PCR (Reação em Cadeia da Polimerase), que permitem detectar genes tumorais.

O tratamento do tumor no intestino do cão deve ser planejado levando em consideração duas condições:

• O tipo de tumor: sua localização, se é um tumor localizado ou difuso, se há metástases em outros órgãos, etc. Dependendo disso, pode-se considerar um tratamento cirúrgico ou quimioterápico;
• E o estado geral do paciente: uma vez que apenas pacientes estáveis podem se submeter a tratamento, seja cirúrgico ou quimioterápico.

Cirurgia

É o tratamento de referência para tumores bem localizados e sem metástases. Também pode ser realizada como tratamento paliativo em pacientes em que o tumor obstrui o intestino, mesmo que já tenha sofrido metástase para outros órgãos.

Sempre que possível, deve-se tentar realizar uma ressecção curativa, o que significa que o tumor deve ser removido com uma margem de segurança de 4 cm ao redor.

Quimioterapia

Pode ser utilizada de duas maneiras:

• Como complemento à cirurgia, quando não é possível realizar uma ressecção curativa;
• Como tratamento único em tumores em que a ressecção cirúrgica não é viável (como no linfoma).

Geralmente, são empregados protocolos com múltiplos medicamentos, como o conhecido protocolo Wisconsin-Madison.

A expectativa de vida de um cão com tumor intestinal depende de diversos fatores, como:

1. O tipo de tumor e sua localização;
2. O grau de malignidade;
3. A tendência ou não de se espalhar para outros órgãos (metástase);
4. O estado geral do animal: que dependerá do quanto o tumor está avançado e da existência ou não de outras patologias concomitantes;
5. O tratamento: cães que não se submetem a nenhum tratamento têm uma expectativa de vida mais curta do que aqueles que recebem um tratamento específico (mesmo que este não seja curativo).

A seguir, mencionamos o prognóstico dos tumores intestinais mais frequentes em cães:

• Adenocarcinoma: o prognóstico varia conforme sua localização. Quando afeta o intestino delgado, a expectativa de vida é de 4 a 18 meses, enquanto no intestino grosso a expectativa é maior, com uma média de 2 a 4 anos após a cirurgia;
• Leiomiossarcoma e tumor estromal: geralmente têm um bom prognóstico se puderem ser extirpados cirurgicamente. A expectativa de vida nesses casos costuma ser de 3 anos;
• Linfoma: o prognóstico depende em grande parte do grau de diferenciação e do grau de malignidade. Nos linfomas mal diferenciados e de alto grau, a sobrevida costuma ser inferior a 3 meses. No entanto, nos linfomas bem diferenciados e de baixo grau, a expectativa de vida pode chegar a 2 anos. No caso do linfoma do intestino grosso, o prognóstico é especialmente bom, com sobrevida de até 6 anos após um protocolo adequado de quimioterapia.

Se você observar qualquer um dos sintomas de tumor intestinal em seu cão, não hesite e procure rapidamente um veterinário. Agir a tempo também influencia no prognóstico da doença.

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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