Problemas da pele

Tipos de dermatites em pugs

 
Carla Moreira
Por Carla Moreira, Médica veterinária. 17 janeiro 2023
Tipos de dermatites em pugs
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A pele é o maior órgão do corpo e funciona como uma barreira entre o animal e o ambiente. Fornece proteção contra lesão física, química e microbiológica, formando uma barreira protetora sem a qual a vida seria impossível. A dermatite é a inflamação da pele, que pode ter várias causas, como fungos, bactérias, ácaros e processos alérgicos. Áreas quentes e úmidas na pele, tais como dobras, pregas faciais, dobras do pescoço, entre outras, muitas vezes apresentam altas contagens de bactérias, quando comparadas a outras partes do corpo, e estão em constante risco de infecção. E é exatamente isso que acontece com os cães da raça pug.

Apesar do seu temperamento adorável, o pug é um cachorro que exige muito cuidado e dedicação do seu tutor, devido às peculiaridades da raça. Eles estão mais sujeitos a problemas dermatológicos principalmente por causa de suas adoráveis dobras e rugas por todo o corpo, onde se acumulam sujeiras e umidade, sendo difícil a higienização. E não pense que dar banho resolve o problema! O banho, se muito frequente, pode até piorar alguns problemas.

Mas não desista de adotar um cãozinho dessa raça, pois vários problemas de pele podem ser evitados com uma boa higienização e cuidados simples. Se você vive com um pug em casa ou pensa em adotar um, não deixe de ler este artigo sobre os tipos de dermatites em pugs mais comuns. Boa leitura!

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Índice
  1. Quais os tipos de dermatites caninas que afetam os pugs?
  2. Sintomas de dermatites em pugs
  3. Como curar dermatites em pugs
  4. Como prevenir doenças de pele em pugs

Quais os tipos de dermatites caninas que afetam os pugs?

Qualquer cachorro, de raça ou mestiço, pode desenvolver dermatites, mas alguns possuem mais facilidade de contrair doenças de pele, principalmente aqueles que têm pele sobrando, formando dobrinhas e rugas. Dentre as dermatites em pugs que ocorrem mais comumente, estão:

1. Dermatite atópica

A dermatite atópica canina (DAC) é uma dermatose alérgica de pele, de caráter crônico, genética, comum em animais de companhia e que acomete caninos que possuem uma falha na barreira cutânea, ou seja, nos mecanismos de defesa da pele. O principal sintoma é o prurido (coceira) intenso, que pode ser localizado ou generalizado, resultando em lesões secundárias com o envolvimento de bactérias e fungos. O prurido pode se apresentar de forma sazonal ou não, dependendo do tipo de alérgeno envolvido, sendo os locais mais comuns de acometimento as patas, face, virilhas, axilas e orelhas. Os sintomas costumam aparecer nos animais com idade de 6 meses a 6 anos de idade, sendo a maior parte destes na faixa etária de 3 anos de idade.

A tratamento baseia-se no controle de sintomas, como o prurido e as infecções secundárias. Muito importante é a realização de um controle de ectoparasitos, visto que, em parte dos animais acometidos, pode haver dermatite alérgica a picada de pulgas (DAPP) concomitante a DAC.

2. Intertrigo (piodermite das sobras cutâneas)

O intertrigo, também conhecido como piordermite das dobras cutâneas, é uma infecção bacteriana comum da superfície da pele, que ocorre em cães com sobras de pele e por isso é uma das dermatites em pugs mais comuns. Essas dobras cutâneas criam um ambiente úmido, escuro e aquecido, com má circulação de ar e crescimento bacteriano e consequente inflamação. Geralmente envolve as dobras faciais de cães de raças braquicefálicas, dobras labiais de cães com grandes pregas labiais, dobras na cauda (caudas em “saca-rolha”), dobras vulvares de cadelas obesas e com vulvas pequenas e dobras corporais de cães com excesso de pele no tronco ou nas pernas, como shar-pei e pug. A obesidade é um fator que contribui para o desenvolvimento do problema.

Os sintomas mais comuns são inflamações das dobras, que exalam odor fétido, podendo haver escoriações, queda de pelos e edema. O tratamento consiste em limpar a região da dobra cutânea, impedindo o acúmulo de sujeitas e umidade. O uso de xampu com peróxido de benzoíla pode ser benéfico para controlar o problema. Lesões mais graves podem ser tratadas com pomadas contendo corticoides e antibióticos.

3. Seborreia

A seborreia é uma doença crônica da pele de cães, comum em pugs, resultante de um defeito na produção de queratina, com formação de escamas, oleosidade excessiva da pele e da pelagem, odor forte e, algumas vezes, inflamação secundária. Na maioria dos casos, a seborreia é um fator complicador de alguma doença pré-existente (hipotiroidismo, hiperadrenocorticismo, deficiência nutricional, má absorção de nutrientes, doença pancreática etc) ou resposta à agressão externa que altere a proliferação, diferenciação ou descamação da pele.

A seborreia pode ser seca ou oleosa. Na forma seca, ocorre o ressecamento da pele e da pelagem, com descamação e acúmulo de caspas. Já na seborreia oleosa, a pele e os pelos se apresentam gordurosos e com mau odor. A seborreia seca pode ser tratada umedecendo a pele e o pelame com xampus hipoalergênicos e umidificantes, enquanto para controlar a forma oleosa, devem ser usados xampus desengordurantes ceratolíticos à base de peróxido de benzoíla.

4. Hipersensibilidade Alimentar

A hipersensibilidade alimentar que acomete os cães é uma desordem cutânea pruriginosa não sazonal, associada presumivelmente ao material antigênico presente na dieta, e quase que exclusivamente causada por proteínas e peptídeos, que escapam à digestão e são absorvidos intactos através da mucosa intestinal. A reação imunológica presente na alergia alimentar é similar àquela promovida pela defesa do organismo contra agentes infecciosos ou outros que lhe possam causar danos.

O sintoma mais evidente é a coceira intensa, que aparece principalmente nos pés, nas orelhas, na face e nas axilas, de modo semelhante ao que ocorre na atopia, causando intenso incômodo e desconforto ao animal. O tratamento deve incluir a troca da dieta, podendo ser utilizada dieta comercial ou caseira hipoalergênica, corticoides, antialérgicos e ácidos graxos.

Tipos de dermatites em pugs - Quais os tipos de dermatites caninas que afetam os pugs?
Imagem: entomolijournal.com

Sintomas de dermatites em pugs

  • O principal sintoma de dermatite em pugs é a alteração da coloração da pele, que pode se mostrar avermelhada ou escurecida, com escoriações e edema.
  • Algumas lesões podem apresentar infecção bacteriana secundária, com presença de secreção e odor fétido, além de alopecia no pug, que é a perda de pelo em algumas áreas do corpo.
  • A coceira pode ser um indicador importante de que algo de errado está acontecendo na pele do cachorro.

Como curar dermatites em pugs

Alguns problemas de pele não têm cura, mas podem ser controlados de forma eficaz com o tratamento adequado. O animal deverá ser examinado pelo médico veterinário, que avaliará o problema e direcionará o tratamento para a causa específica.

Tipos de dermatites em pugs - Como curar dermatites em pugs

Como prevenir doenças de pele em pugs

A melhor forma de prevenir problemas de pele em pugs é mantê-los sempre limpos, principalmente em suas dobras e rugas, e livre de ectoparasitas. A limpeza diária das rugas pode ser realizada com o auxílio de lenços umedecidos ou algodão. Dieta de boa qualidade também é de grande importância para evitar alergias e intolerância alimentar.

Agora que você já conheceu os tipos de dermatites em pugs mais comuns, não perca o vídeo a seguir no qual detalhamos como cuidar de um pug da melhor forma possível!

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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Bibliografia
  • Fundão, J.M., Almeida,T.O. Dermatite atópica canina, atualizações terapêuticas: revisão de literatura. Disponível em <https://multivix.edu.br/wp-content/uploads/2019/11/dermatite-atopica-canina-atualizacoes-terapeuticas-revisao-de-literatura.pdf>. Acesso em 16/01/2023.
  • Brito, A.C., Amitay, S. Dermatopatias em pequenos animais. Atualização científica Mundo Animal, v.III. Disponível em https://s3-sa-east-1.amazonaws.com/vetsmart-contents/Documents/DC/MundoAnimal/Atualizacao_Cientifica_Volume_III_Dermatopatias_Pequenos_Animais.pdf. Acesso em 16/01/2022.
  • Weis, M. Hipersensibilidade Alimentar em Cães – Revisão de Literatura. Universidade Federal Rural do Semi-Árido, 2011. Disponível em <https://www.equalisveterinaria.com.br/wp-content/uploads/2018/12/HIPERSENSIBILIDADE-ALIMENTAR.pdf>. Acesso em 16/01/2023.
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