Collie de pelo longo

O collie de pelo longo e o collie de pelo curto compartilham a mesma história, e ainda hoje, são considerados uma única raça pelo American Kennel Club. A Federação Cinológica Internacional, por outro lado, trata esses cães como duas raças diferentes.

Ambos os cães são originários das terras altas da Escócia, onde serviram como cães pastores. Antigamente, esses cães eram menores e menos estilizados, mas na segunda metade do século XIX eles chamaram a atenção dos fãs de exposições caninas e da Rainha Vitória. Foi então que, por meio de cruzamentos criteriosamente escolhidos, foi alcançado o tipo atual da raça. Em 1886 já havia um padrão racial.

Nas décadas de 1940, 1950 e 1960, o collie se tornou uma das raças de cães mais populares do mundo ocidental. Isso devido à fama conquistada por Lassie, o personagem canino criado por Eric Knight, que foi protagonista de romances, radionovelas, filmes e séries de televisão. Essa popularidade teve um declínio posteriormente, mas até hoje o collie continua sendo um cachorro conhecido e muito apreciado como animal de estimação.

O corpo deste cão é um pouco mais longo do que alto, o peito é profundo, as costas são fortes e o lombo ligeiramente levantado. As pernas são fortes e musculosas, mas não grossas.

A cabeça do collie de pelo longo tem formato de cunha truncada e um contorno liso. Embora afine gradualmente desde as orelhas até a ponta do nariz, o collie não tem um focinho pontudo. O nariz é preto, os olhos são médios, amendoados e de disposição oblíqua. Os olhos são castanho-escuros, exceto nos espécimes de coloração melro-azul, nos quais um ou ambos os olhos podem ser total ou parcialmente azuis ou manchados. As orelhas são pequenas e ficam voltadas para trás quando o cão está em repouso, mas semieretas quando está atento.

A cauda do collie é longa e chega pelo menos à altura do jarrete (área que corresponde ao tornozelo humano). Quando o cão está em repouso, ela pende para baixo, mas sua extremidade fica ligeiramente curvada para cima; quando o cão está ativo, a cauda fica levantada, mas nunca acima das costas. Por outro lado, a pelagem do collie de pelo longo é, sem dúvida, a característica mais bela da raça. É um pelo muito denso que se adapta ao contorno do corpo. A camada externa é lisa e áspera, enquanto a interna é macia, lanosa e tão densa que quase esconde a pele. Pode ser de cor zibelina com branco (tons que vão do dourado claro ao mogno escuro, com partes brancas), tricolor (preto, castanho e branco) e azul melro (predomina o azul prateado claro, salpicado e jaspeado de preto).

Os machos atingem uma altura na cernelha entre 56 e 61 centímetros, enquanto as fêmeas atingem uma altura entre 51 e 56 centímetros. O padrão da raça não indica um peso ideal, mas esses cães costumam pesar entre 23 e 34 quilos.

Eles cães são gentis, afetuosos, inteligentes e sensíveis. São animais dóceis, não tendem a ser agressivos e precisam de muito exercício físico e mental, além de companhia, para serem felizes.

Como tendem a ser cães sociáveis, os collies de pelo longo tendem a se dar bem com pessoas, cães e outros animais de estimação. Naturalmente, isso só acontecerá se os cães forem socializados corretamente, pois caso contrário, eles podem ser tímidos e reservados.

Os collies perdem pelo regularmente, embora nas épocas de queda, que ocorrem duas vezes ao ano, no hemisfério norte, e em diferentes momentos do ano, no hemisfério sul, este fato fique mais pronunciado. Portanto, cuidar da pelagem não é complicado, mas exige tempo. É necessário escovar e pentear esses cães entre duas e três vezes por semana. Não é bom dar banho com muita frequência, uma vez que o banho faz a pelagem perder os óleos protetores e só é necessário quando o cachorro está sujo.

Esses cães precisam de muito exercício, portanto, além das longas caminhadas diárias, você deve garantir que passem algum tempo brincando. Os esportes caninos como o agility ajudam a gastar as energias acumuladas do collie, mas se você tiver a oportunidade, a melhor opção é praticar o herding (pastoreio). O collie de pelo longo também precisa passar a maior parte do tempo acompanhado, uma vez que não suporta permanecer sozinho por muitas horas.

Devido à sua natureza sociável, esses cães podem se adaptar à vida em apartamentos, desde que tenham a oportunidade de praticar exercícios regularmente ao ar livre e fazer três longas caminhadas por dia. No entanto, eles vivem melhor em uma casa com quintal. Embora lidem bem com climas temperados e frios, é melhor que vivam dentro de casa e usem o quintal apenas para se exercitar. .

Os collies também são excelentes alunos e respondem muito bem ao adestramento, desde que este seja realizado de maneira adequada. Nesse sentido, o mais aconselhável é o adestramento com clicker ou por meio de reforço positivo, quem além de serem métodos mais amigáveis para o cachorro, proporcionam um estímulo mental que não pode ser obtido com os métodos tradicionais.

Em geral, esses cães não apresentam problemas de comportamento quando recebem a socialização adequada e adestramento básico em obediência canina. Contudo, podem latir muito.

Os collies podem ser excelentes animais de estimação se receberem bastante exercício físico, estimulação mental e companhia. Normalmente são companheiros perfeitos para pessoas de qualquer idade, desde que estas tenham a força e a energia necessárias para acompanhar o ritmo dos exercícios. Eles tendem a se dar bem com crianças, mas não é aconselhável que sejam animais de estimação de crianças muito pequenas, que tendem a, sem querer, maltratar os animais.

Talvez devido à criação intensiva e não planejada que a raça teve no auge de sua popularidade, o collie de pelo longo está sujeito a algumas doenças caninas hereditárias. Entre todas, as mais comuns são as seguintes:

• Anomalia do olho do collie (AOC)
• Torção gástrica
• Distiquíase
• Surdez

Para detectá-las a tempo, caso ocorram, o mais aconselhável é seguir as orientações do veterinário e comparecer às revisões periódicas conforme o especialista indicar. Além disso, é necessário manter em dia o calendário de vacinação e desparasitação para evitar que contraíam doenças contagiosas, como a raiva ou o parvovírus.