Outros problemas de saúde

Meu cachorro morreu do nada: por que e o que fazer?

 
Marta Sarasúa
Por Marta Sarasúa, Etóloga e auxiliar veterinária. 21 julho 2025
Meu cachorro morreu do nada: por que e o que fazer?
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Quem convive com um cachorro sabe que o perder é uma experiência terrivelmente dolorosa, especialmente se o animal morre de forma repentina e não tivemos tempo de nos preparar para sua partida. A morte súbita de um cão é um acontecimento difícil de entender e costuma deixar os tutores cheios de incerteza, tristeza e, em muitos casos, culpa.

Embora não seja o mais comum, os cães, assim como os humanos, podem sofrer alterações fisiológicas repentinas que os levam à morte quando, antes, pareciam saudáveis. Neste artigo do PeritoAnimal, analisamos as principais causas de morte súbita em cães e o que podemos fazer diante desse triste acontecimento, respondendo à dúvida "meu cachorro morreu do nada: por que e o que fazer?".

Índice
  1. O que é morte súbita em cães?
  2. Quais são as causas de morte súbita em cães?
  3. Como sei por que meu cachorro morreu do nada?
  4. O que devo fazer se meu cachorro morrer do nada?

O que é morte súbita em cães?

A morte repentina ou súbita é aquela que ocorre em um animal que não apresentava sintomas prévios e que parecia saudável e em bom estado. Obviamente, é uma morte completamente inesperada e que, muitas vezes, não pode ser prevista, embora em alguns casos existam medidas preventivas para tentar evitar essas situações.

Quais são as causas de morte súbita em cães?

Seu cachorro morreu do nada? As causas mais comuns de morte súbita em cães podem ser as seguintes:

  • Cardiopatias: alterações cardíacas, como cardiomiopatia dilatada, estenose aórtica ou insuficiência cardíaca congestiva, não surgem do nada, mas podem passar despercebidas durante seu desenvolvimento, sem apresentar sintomas evidentes. Um animal cardiopata não diagnosticado pode sofrer uma síncope ou até um choque cardiovascular inesperado, principalmente durante atividades físicas intensas;
  • Intoxicação: cães são animais muito curiosos, especialmente filhotes, e muitos têm o hábito de levar à boca tudo o que encontram, desde plantas até medicamentos ou produtos de limpeza. Esses atos podem passar completamente despercebidos e causar intoxicação no cão que, em casos graves, pode levar à morte de forma relativamente rápida. Descubra os principais tóxicos aqui: "Cachorro intoxicado: sintomas e tratamentos";
  • Torção gástrica: a síndrome de dilatação-vólvulo gástrico é mais comum em cães de porte grande e gigante e consiste em um acúmulo repentino de gás no estômago, provocando sua dilatação e posterior torção, interrompendo a vascularização do órgão e levando o animal à morte em poucas horas. Embora alguns cães sejam mais predispostos que outros, essa síndrome pode ser prevenida evitando que eles façam exercícios intensos logo antes ou após ingerir grandes quantidades de água, ou comida;
  • Choque anafilático: se o cão sofre uma reação de hipersensibilidade muito grave a algum produto, seja alimentar ou não, pode morrer rapidamente se não receber atendimento imediato. Embora sejam raras, algumas reações alérgicas severas são difíceis de prever, já que normalmente o animal já havia sido exposto ao alérgeno antes sem consequências;
  • Tromboembolismo: uma alteração no processo normal de coagulação sanguínea pode causar a formação repentina de trombos, bloqueando veias ou artérias e afetando a irrigação de órgãos e tecidos, o que pode ser fatal se o problema não for resolvido rapidamente;
  • Câncer: um tumor pode passar completamente despercebido e, em determinado momento, causar um problema grave e inesperado. Isso acontece, por exemplo, com hemangiossarcomas que crescem em locais como o baço ou o coração e podem se romper, causando hemorragias internas fatais;
  • Crises neurológicas: patologias como a epilepsia idiopática canina podem se manifestar de forma repentina e causar danos cerebrais graves. Se as crises forem detectadas a tempo, o cão pode viver com tratamento contínuo, mas em casos de ataques muito intensos ou demora no tratamento, o animal pode morrer durante uma crise.

Como sei por que meu cachorro morreu do nada?

Se o seu cachorro morreu de repente, sem motivo aparente, é normal que você queira saber o que pode ter acontecido para evitar que ocorra novamente no futuro. Para isso, será necessário contar com a ajuda de um veterinário, o profissional mais preparado para investigar a morte do animal.

O primeiro passo será fazer uma anamnese completa, ou seja, reunir todas as informações relevantes para o caso, como:

  • Idade do cachorro;
  • Presença de sintomas prévios;
  • Medicamentos que o animal tomava;
  • Acesso a substâncias potencialmente tóxicas;
  • Doenças previamente diagnosticadas;
  • Histórico de vacinação e vermifugação, etc.

Em alguns casos, uma boa anamnese já pode fornecer uma suspeita clara do que aconteceu. No entanto, para confirmar com maior segurança a causa da morte, o veterinário precisará realizar, com a autorização do tutor, uma necropsia do corpo. O estudo do estado dos órgãos e tecidos do cachorro, juntamente com a coleta de amostras e análises laboratoriais, serão fundamentais para chegar a uma conclusão confiável.

Meu cachorro morreu do nada: por que e o que fazer? - Como sei por que meu cachorro morreu do nada?

O que devo fazer se meu cachorro morrer do nada?

Se, infelizmente, seu cachorro morrer do nada ou você o encontrar sem vida em casa, a primeira coisa a fazer é tentar manter a calma, pois só assim você conseguirá pensar e agir com clareza. Aproxime-se do animal e verifique se ele realmente faleceu, checando seus sinais vitais. Algumas alterações repentinas podem deixar o cachorro inconsciente, com batimentos cardíacos e respiração tão fracos que podem dar a impressão de que ele já morreu, quando, na verdade, continua vivo. Se achar que ele ainda pode estar vivo, leve-o imediatamente à clínica ou hospital veterinário mais próximo.

Se confirmar o falecimento, ligue para o seu veterinário de confiança e relate o ocorrido. O veterinário verificará a morte e fará o registro do óbito. Em seguida, ele informará sobre as opções para lidar com o corpo:

  • Cremação coletiva (sem retorno das cinzas);
  • Cremação individual (com retorno das cinzas);
  • Enterro em cemitério de animais, etc.

Se quiser ficar com o corpo para enterrá-lo em um terreno particular, consulte as leis locais, pois isso nem sempre é permitido e pode resultar em multas.

Por último, mas não menos importante, dê a si mesmo o tempo necessário para processar a perda. Busque ajuda e apoio em profissionais, familiares e amigos e, principalmente, não se culpe pela morte repentina do seu cachorro. Entenda que, às vezes, simplesmente não conseguimos prever certas situações e não há nada que pudéssemos ter feito para evitá-las. Confira também nosso artigo sobre "Como explicar a morte de um animal de estimação a uma criança".

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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