Gato mordido por cachorro: o que fazer?

Está com dúvidas se o gato foi mordido pelo cachorro? Caso você não presencie a mordida ou a possível briga, é adequado observar com mais atenção se o gato está muito quieto, claudicando ou lambendo alguma região específica. Geralmente as feridas resultantes de mordedura mostram-se com perfurações (às vezes bem próximas, de acordo com a distância entre os dentes caninos do cachorro agressor), arranhões, edema e hematoma. Ferimentos mais antigos podem apresentar sinais de infecção, como mal cheiro, secreção purulenta e inflamação.

Os ferimentos após uma briga entre um cão e um gato podem gerar consequências graves e até mesmo morte. Algumas lesões podem ser visíveis pelo tutor, como perfurações, avulsões e esmagamentos de tecido. No entanto, ferimentos muito graves podem ocorrer em órgãos internos, sem que o animal manifeste algum sintoma imediato.

Dentre essas lesões internas, podemos citar: lacerações de órgãos abdominais e torácicos, traumatismo na medula espinhal, perfurações torácicas, hérnias diafragmáticas e diversas fraturas ósseas. Vamos explicar o que acontece em cada um desses casos:

Lacerações de órgãos abdominais e torácicos

A depender do porte do cachorro, o gato pode ser abocanhado e sacudido com muita força, o que fará com que estruturas internas se rompam, como o fígado e o baço. Além disso, durante uma briga, o cão pode jogar o gato contra algum objeto e o impacto dilacerar órgãos. Nesses casos, se ocorrer a ruptura de algum vaso sanguíneo calibroso, o animal poderá morrer de hemorragia interna em apenas alguns minutos. Por isso, o procedimento mais adequado é levar o gato ao veterinário para que sejam realizados exames que detectem sangramentos internos e alterações em órgãos abdominais e torácicos.

Traumatismo da medula óssea

Impactos externos na coluna vertebral e medula espinhal podem resultar em fratura, subluxação, luxação vertebral, hemorragia, hematoma, edema medular, lesões compressivas, laceração medular ou das raízes associadas, resultando em disfunções neurológicas em diferentes graus. As sequelas dessas lesões podem ser devastadoras, como perda parcial ou completa das funções motoras, sensoriais e viscerais. As consequências do trauma na medula espinhal em animais de companhia, dependendo do segmento lesionado, podem ser a incapacidade permanente, morte ou eutanásia.

Perfurações torácicas

Um gato mordido por um cachorro na região torácica pode ter como resultado uma perfuração, causando lesões pulmonares e cardíaca, acompanhadas de hemorragia. O quadro pode ser tão grave que o animal morre de choque hipovolêmico em pouco tempo. Outra complicação de uma perfuração no tórax de um gato por mordida de cachorro é o piotórax (acúmulo de pus na cavidade torácica), decorrente da introdução de bactérias oriundas da boca do cão agressor. Os animais afetados geralmente apresentam respirações superficiais e rápidas, febre, depressão, anorexia, perda de peso, desidratação e mucosas pálidas.

Hérnia diafragmática

A hérnia diafragmática traumática é uma ruptura no diafragma, por onde alguns órgãos abdominais podem se deslocar para a região torácica, sendo uma condição de urgência. A abertura no diafragma ocorre geralmente em suas porções musculares e os órgãos comumente herniados são: fígado, intestino delgado, estômago, baço, omento e pâncreas. O gato apresentará sintomas de acordo com os órgãos que forem deslocados, no entanto, sempre ocorre dificuldade respiratória, intolerância ao exercício, mucosas pálidas ou cianóticas (arroxeadas).

Fraturas ósseas

Dependendo do tipo de trauma e de sua intensidade, várias fraturas ósseas podem acontecer durante uma briga entre um cão e um gato. Fraturas nos ossos da região pélvica são bem comuns nesses casos, também acontecendo no fêmur, úmero, tíbia e mandíbula. Os sintomas mais comuns são: claudicação, dor, edema e impotência funcional do membro fraturado. Animais com várias fraturas ou politraumatizados podem ter danos nos tecidos moles adjacentes, formação de hematomas e hemorragias no foco da fratura.

Caso o gato seja atacado por um cachorro, é necessário que se tenha muito cuidado para tentar separar a briga. Os cães podem se confundir e agredir a pessoa que tentar intervir na confusão. Caso o gato esteja com algum membro dentro da boca do cachorro, evite puxá-lo, pois isso poderá causar lesões graves e até mesmo a morte do bichano. O ideal é que se tente abrir a boca do cachorro e retirar o gato sem maiores traumas.

Não é indicado tentar separar a briga com as mãos ou os pés, pois você pode ficar gravemente ferido. Deve-se colocar algum objeto para formar uma separação entre eles, uma espécie de barreira física, e só então segurar um dos dois. Se achar que não será possível realizar o procedimento sozinho, peça ajuda a outra pessoa, pois enquanto alguém fica segurando a barreira, a outra pessoa pode capturar o gato e retirá-lo do local.

Lesões pequenas e arranhões podem ser tratados em casa, caso não haja outra complicação. As feridas devem ser lavadas com soro fisiológico em abundância, com posterior aplicação de pomada ou spray com antibiótico. Mas cuidado! Sempre é indicado levar o gato para uma avaliação do veterinário, pois podem existir ferimentos internos graves e até mesmo hemorragia.

Não existem remédios caseiros para mordidas de cachorro em gatos. O que existem são cuidados emergenciais que podem ser tomados logo após o acidente, como limpar os ferimentos com soro fisiológico, conter a hemorragia de lesões na pele ou na musculatura com panos limpos, fazendo compressão no local, e manter o animal confortável caso esteja fraturado. A avaliação do veterinário é extremamente necessária e deve ser realizada o mais breve possível.

E agora que você já sabe o que fazer se o gato for mordido pelo cachorro, recomendamos o vídeo a seguir em que te contamos como apresentar e aproximar um cão e um gato:

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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