Doenças parasitárias

Dirofilariose canina - Sintomas e tratamento

 
Giselly Lillmans
Por Giselly Lillmans. 18 fevereiro 2019
Dirofilariose canina - Sintomas e tratamento
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O verme do coração, ou dirofilariose canina, é uma doença que pode atingir cães, outros animais domésticos como gatos e furões, e até mesmo pessoas. Costuma ser transmitida através de flebotomíneos infectados que atuam como vetores desta patologia, que é considerada uma das doenças parasitárias mais graves e comuns nos cães.

Como se trata de uma patologia que pode ser assintomática, mas também pode provocar o falecimento do cão, é de vital importância realizar uma medicina preventiva adequada, pois o tratamento do verme do coração é complexo e longo.

Se você quer saber mais sobre esse parasita que pode afetar a saúde de seu cão, continue lendo este artigo do PeritoAnimal, no qual te mostraremos tudo o que você precisa saber o verme do coração em cães, juntamente com os sintomas mais comuns desta doença, o tratamento a ser seguido e as medidas de prevenção: Dirofilariose canina - Sintomas e tratamento.

Índice
  1. O que é dirofilariose canina
  2. Dirofilariose canina: transmissão
  3. Dirofilariose canina: sintomas
  4. Dirofilariose canina: diagnóstico
  5. Dirofilariose canina: tratamento
  6. Dirofilariose canina: prevenção

O que é dirofilariose canina

A dirofilaríase canina é uma doença que foi detectada pela primeira vez em felinos, por volta de 1920. Trata-se de uma doença parasitária provocada por um nematódeo chamado Dirofilaria immitis, que parasita principalmente o coração e as artérias pulmonares dos cães através da irrigação sanguínea. Costumam se acumular no ventrículo direito e nos vasos sanguíneos dos pulmões, onde se desenvolvem até alcançar os 15 ou 30 cm de comprimento.

Essa parasitose dificulta a irrigação sanguínea em pouco tempo, pois sua reprodução é especialmente rápida. De fato, é possível chegar a haver mais de 100 vermes em uma infestação grave avançada.

Os nematódeos adultos se alimentam a partir dos nutrientes presentes no sangue do cão afetado, e podem chegar a viver entre 5 e 7 anos dentro do organismo, até que ocorra a morte por parada cardíaca.

Dirofilariose canina - Sintomas e tratamento - O que é dirofilariose canina

Dirofilariose canina: transmissão

Essa doença é transmitida através de um vetor, como é o caso do flebotomíneo, no entanto, o contágio dos filhotes também pode ocorrer durante a gestação da cachorra.

O vetor geralmente absorve o parasita em sua fase mais jovem, depois de se alimentar do sangue de um indivíduo infectado.No interior do flebotomíneo, ao longo de duas ou três semanas, as larvas irão se desenvolver até se tornarem vermes ainda imaturos. Então, quando o mosquito pica outro indivíduo, transmite os vermes imaturos, e assim começa a doença do verme do coração em um cão que estava saudável.

Os vermes imaturos começam se desenvolvendo nos tecidos do animal infectado e, finalmente, conforme vão se tornando adultos, vão se hospedando no coração e nas artérias pulmonares através da irrigação sanguínea, para continuar seu ciclo de vida. Desde o momento em que os parasitas entram no organismo de um cão até alcançarem sua maturidade podem se passar entre 80 e 120 dias.

É improvável que encontremos vermes adultos de Dirofilaria immitis em cães filhotes com menos de 7 meses, no entanto, podemos encontrar vermes pequenos ainda em processo de maturação, conhecidos como "microfilárias". Isso acontece unicamente em casos de contágio direto, quando a mãe dos filhotes sofre desa doença e, durante a gestação, as microfilárias são transmitidas através da placenta para o organismo dos filhotes em desenvolvimento.

Isso tudo transforma o filhote infectado em um possível transmissor da doença, pois além de experimentá-la, se for picado por um flebotomíneo, este adquirirá os parasitas e poderá transmiti-los para outros indivíduos.

Essa parasitose não afeta apenas os cães, mas também uma ampla quantidade de espécies animais, entre as quais podemos mencionar os gatos, furões, coiotes e até mesmo o ser humano, pois é uma das doenças que os cães transmitem aos humanos e vice-versa. Além disso, atualmente encontra-se espalhada por todo o planeta, com exceção da região antárctica, sendo as áreas úmidas mais propícias no que diz respeito ao risco de transmissão.

Dirofilariose canina - Sintomas e tratamento - Dirofilariose canina: transmissão

Dirofilariose canina: sintomas

Os indivíduos infestados podem ser assintomáticos, ou seja, não apresentar sinais evidentes provocados por essa patologia. É precisamente por esse motivo que a doença do verme do coração só costuma ser detectada quando já está em estado avançado.

Os sintomas mais comuns da dirofilariose canina são:

  • Cansaço generalizado
  • Intolerância ao exercício
  • Aumento do ritmo cardíaco
  • Tosse branda e dificuldade para respirar
  • Hemorragias nasais
  • Sangramentos orais
  • Apatia e depressão
  • Perda de peso
  • Desmaios
  • Anorexia (o cão não quer comer)
  • Ascite
  • Parada cardíaca

É de vital importância ir a uma clínica veterinária se percebermos qualquer um dos sintomas mencionados acima, para poder determinar se a causa se deve à presença do verme do coração ou dirofilariose em cães.

Dirofilariose canina: diagnóstico

É possível diagnosticar a presença do verme do coração no cão através de exames laboratoriais, entre os quais se inclui o exame de sangue que evidenciará a infecção e outros sintomas comuns da doença, como a anemia, problemas de coagulação, problemas renais e transaminases hepáticas elevadas. Essa última ocorre quando os rins e o fígado estão sendo afetados.

Como podem ocorrer falsos negativos, também pode ser necessária a realização de radiografias ou ultrassons que confirmarão a presença do verme do coração no organismo do cão.

Dependendo do estado de desenvolvimento da doença, o prognóstico pode ser muito variável e inclusive reservado.

Dirofilariose canina - Sintomas e tratamento - Dirofilariose canina: diagnóstico

Dirofilariose canina: tratamento

Embora não exista um tratamento geral para tratar a doença do verme do coração, os exames para o diagnóstico ajudarão o veterinário a determinar como o tratamento deve ser realizado, levando sempre em consideração o estado de saúde do paciente e a capacidade do organismo para responder de forma positiva.

No entanto, embora o processo possa ser complicado em alguns casos, é uma doença tratável se for diagnosticada prontamente e realizado um tratamento efetivo para eliminar os vermes adultos e as larvas. Ainda assim, cabe lembrar que em estados avançados pode ser muito difícil de tratar e, em alguns casos, o falecimento do cão é inevitável.

O tratamento costuma ser longo, durando vários meses, e geralmente começa com a administração de medicamentos para expulsar as microfilárias e as larvas do organismo, seguida de várias injeções para eliminar os vermes adultos. Posteriormente, quando essa primeira fase do tratamento tem sucesso, prossegue-se com um medicamento ao longo da vida para matar as microfilárias. Também pode ser necessário administrar medicamentos para tratar os sintomas que o cão está apresentando e fármacos de apoio para os órgãos afetados, incluindo o rim e o fígado.

Finalmente, é necessário fornecer vitaminas e uma alimentação que ajude a fortalecer a saúde do nosso cão, além de instaurar de forma permanente um plano preventivo, para que a infestação não se repita.

É vital que, durante o tratamento de expulsão dos parasitas, o cão afetado tenha muito descanso para evitar obstruções e danos aos órgãos afetados. Quando o cão estiver recuperado, deverá ir retomando a atividade normal de maneira gradual, seguindo as recomendações do veterinário.

É importante lembrar que o tratamento é agressivo, e deixará marcas na saúde de nosso fiel companheiro. Por isso, devemos ajudá-lo a recuperar suas forças e sua saúde uma vez que o tratamento tenha acabado, enquanto durante o tratamento procuraremos reforçar a saúde do cão seguindo os conselhos veterinários que o especialista nos recomendar.

Dirofilariose canina: prevenção

Como se trata de uma patologia parasitária tão grave, que pode além disso afetar outros animais e as pessoas, é de vital importância realizar um plano de medicina preventiva orientado por nosso veterinário de confiança. Dessa forma, se você está se perguntando como prevenir o verme do coração em cães, vamos te explicar abaixo as melhores medidas.

Por se tratar se uma doença assintomática em alguns casos, é muito aconselhável realizar um plano de desparasitação mensal, tanto externa como interna, que nos ajude a prevenir uma infestação do verme do coração no cão. Ainda assim, devemos seguir o calendário de desparasitação de forma estrita, além de ir ao especialista a cada seis ou doze meses para realizar visitas de controle, que garantem o bom estado de saúde do cão e a ausência de doenças parasitárias.

Seguindo os conselhos do nosso veterinário e utilizando produtos de prescrição veterinário, conseguiremos proteger o cão e toda a família. Lembre-se, porque os amamos, os protegemos, desparasite seu mascote! Saiba mais sobre a desparasitação do cachorro no vídeo seguinte:

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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Bibliografia
  • ATKINS, Clarke. DVM, DACVIM, Jane Lewis Seaks Distinguished Professor, Emeritus, College of Veterinary Medicine, North Carolina State University. Heartworm disease in dogs. Disponível em: <https://www.msdvetmanual.com/dog-owners/heart-and-blood-vessel-disorders-of-dogs/heartworm-disease-in-dogs> Acessado em 18 de fevereiro de 2019.
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