Como tirar bicho-de-pé de cachorro + Sintomas e Prevenção

O bicho-de-pé ou tungíase é uma ectoparasitose da pele de pessoas, cães, gatos e outros animais domésticos, associada geralmente a locais com pouca higiene. A doença pode ser causada por duas espécies de pulgas, a Tunga penetrans e Tunga trimamillata. Segundo alguns estudos, a primeira espécie de pulga está disseminada em mais de 70 países em desenvolvimento, enquanto a segunda foi relatada somente no Peru e no Equador^[1].

O parasita é popularmente conhecido no Brasil como bicho-de-pé, pulga de areia, bicho de porco ou jatecuba, e vive em solos arenosos, quentes e secos. Muitas vezes está associado a locais de criação de suínos. A doença é considerada um problema de saúde pública, afetando tanto as pessoas como os animais domésticos.

Neste artigo falamos sobre os tipos de pulgas e como identificá-las.

Imagem: Reprodução/springerlink.com

A pulga passa por quatro estágios de desenvolvimento: ovo, larva, pupa e adulto. Em condições favoráveis de temperatura, umidade e alimentação, e dependendo da espécie, o ciclo vital do ovo ao adulto pode completar-se dentro de três a quatro semanas. O acasalamento geralmente ocorre no animal hospedeiro. Cada pulga, dependendo da espécie, põe seis ou mais ovos em várias posturas, totalizando 500 a 600 ovos em toda sua vida, com apenas um acasalamento inicial. Os ovos normalmente são depositados no ambiente ou no próprio hospedeiro e, por não serem pegajosos, caem no solo. Geralmente eclodem dentro de 2 a 12 dias, dependendo da temperatura e da umidade. Em lugares frios, podem permanecer no estágio de ovo por até um ano.

A Tunga penetrans parasita a epiderme dos membros do homem e animais, espaços interdigitais, cantos das unhas, coxins palmares e plantares, podendo localizar-se, ainda, nos testículos dos cães, causando coceira intensa, dor e áreas ulcerativas com "pontos negros" no centro da lesão. As lesões causadas pelo bicho-de-pé proporcionam condições favoráveis para o surgimento de infecções secundárias, como por exemplo o tétano, gangrena gasosa, entre outras.

O cão que passeia por locais contaminados pode facilmente adquirir a parasitose, mesmo que tenha ido apenas passar um final de semana em alguma área rural. Como o local de preferência da pulga são os coxins e espaços interdigitais, os animais afetados apresentam dificuldade para caminhar e ficar em pé.

Conheça os diferentes tipos de parasitas de cachorros neste outro artigo. Abaixo, deixamos uma foto de bicho-de-pé em um cachorro para que você possa identificar a doença.

Imagem: Youtube/Daniel Pinho

Alguns animais não apresentam qualquer sintoma até que a região afetada comece a se tornar infeccionada por bactérias oportunistas. Mas para identificar que um cachorro está com bicho-de-pé, é bom prestar atenção a alguns indícios:

• A lambedura no local da lesão é comum, pois a tungíase causa uma coceira intensa;
• Alguns cães chegam a morder as patas e causar lacerações;
• O local infectado apresenta-se inchado, quente e bastante dolorido;
• A lesão onde a pulga se aloja apresenta-se como um halo enegrecido;
• Devido à infecção secundária, o animal pode claudicar (ficar mancando);
• Pode mostrar dificuldade para ficar em pé ou encostar o membro afetado no chão;
• E, dependendo do grau da infecção, podemos ter a presença de secreção purulenta.

Abaixo deixamos outra foto de bicho-de-pé na pata de um cão, e se você identificou que o peludo está com este parasita, é hora de saber como tirar bicho-de-pé do cachorro, o que vamos detalhar a seguir.

Imagem: Reprodução/onlinelibrary.wiley.com

O bicho-de-pé deverá ser retirado completamente, para que seus ovos não sejam espalhados pelo ambiente ou infectem outras partes do corpo do animal. Para tirar o bicho-de-pé do cachorro corretamente, é necessário:

• Usar uma agulha estéril, perfurando a pele ao redor da lesão, permitindo a retirada do parasita e seus ovos.
• É importante realizar a limpeza e desinfecção do local antes e após o procedimento.
• Para a cicatrização, deve-se manter a ferida sempre bem limpa e seca, usando pomada com antibiótico.

Pode usar ivermectina para bicho-de-pé em cachorro?

Sim. Em casos de infestação intensa, com vários locais afetados pela pulga, torna-se necessário o uso de um antiparasitário, como a ivermectina, pois a retirada de vários parasitas ao mesmo tempo pode causar lesões muito dolorosas ao animal, que não conseguirá caminhar após o procedimento. Alguns cães necessitarão de anestesia para a retirada dos bichos de pé, sendo indicado procurar um médico veterinário para tal procedimento.

Caso o animal tenha apenas uma lesão e a situação seja emergencial, você pode tentar tirar o bicho-de-pé com uma agulha estéril e fazer a limpeza do local com soro fisiológico e antissépticos. No entanto, não é aconselhável tratar o bicho-de-pé em casa, pois a retirada da pulga e dos ovos da pele do animal pode ser bastante dolorosa.

Além disso, em alguns casos será necessário utilizar anestesia local e sedação. O médico veterinário é a pessoa mais indicada para tratar seu cãozinho, pois ele prescreverá antialérgicos, antibióticos e antiparasitários, a depender do caso.

Cães que moram em regiões de praia, perto de rios ou área rural estão mais vulneráveis a adquirir a doença. A melhor forma de prevenção é evitar que o cachorro transite por locais sabidamente infectados, como pocilgas e locais com piso de terra úmida. Também pode ser feita uma higienização das patas do animal após os passeios por esses lugares.

Agora que você já sabe como tirar bicho-de-pé de cachorros e conheceu seus principais sintomas e riscos associados, não perca o vídeo a seguir no qual falamos os motivos que levam um cachorro a ficar lambendo muito suas patas:

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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