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Castrei meu gato e ele morreu

 
Carla Moreira
Por Carla Moreira, Médica veterinária. 23 julho 2024
Castrei meu gato e ele morreu
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A utilização da cirurgia de castração como método de controle populacional possui diversas vantagens, como por exemplo, o fato de o procedimento ser realizado uma única vez e causar rápida perda irreversível da capacidade reprodutiva, além da melhora no comportamento dos animais.

No entanto, assim como todo procedimento cirúrgico, a castração possui riscos e também desvantagens. Tudo deve ser analisado com a ajuda do médico veterinário, que saberá explicar os pontos fortes e fracos desse método de esterilização.

Se você castrou seu gato e ele morreu ou se você está com dúvidas em castrar ou não o seu bichano, não deixe de aproveitar as informações que o PeritoAnimal disponibiliza neste artigo! Fique por dentro do assunto e saiba como ajudar o seu amigo sempre que ele precisar. Boa leitura!

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Índice
  1. Castrei meu gato e ele morreu. Por quê?
  2. Quais as complicações mais comuns em gatos após castração
  3. Cuidados com gato depois de castrar
  4. Com que idade devo castrar meu gato

Castrei meu gato e ele morreu. Por quê?

A castração em gatos é uma cirurgia que, em regra, deve ser realizada com o animal saudável, sendo necessária a realização de exames pré-cirúrgicos para verificar o estado de saúde do gato. Animais enfermos só devem ser castrados caso haja indicação do veterinário, que explicará os riscos do procedimento aos tutores.

Caso o animal venha a óbito após a cirurgia de castração, a causa deverá ser investigada, pois esse não é um acontecimento comum nesse tipo de procedimento. Hemorragias e infecções não devem ocorrer em cirurgias que foram realizadas da forma correta, e o melhor meio de garantir que o animal seja castrado da forma correta é procurando um profissional habilitado, que é o médico veterinário.

Quais as complicações mais comuns em gatos após castração

A cirurgia de castração em gatos machos, por ser uma técnica operatória relativamente simples, é realizada com frequência por práticos ou profissionais que não empregam os princípios fundamentais da técnica cirúrgica asséptica. A falta de atenção à higiene e à hemostasia adequada dos vasos pode resultar em complicações pós-operatórias importantes, como infecção, hemorragia e até óbito do animal. Após a castração, existem três complicações mais comuns:

  1. Hemorragia: o repouso é uma recomendação que sempre deverá ser seguida, para evitar que ocorram hemorragias. Durante a cirurgia de castração, os vasos sanguíneos presentes no cordão espermático são ligados, evitando que fiquem sangrando após serem cortados. Geralmente, as ligaduras são bem firmes, mas o repouso é necessário para uma cicatrização perfeita. Além disso, outros vasos menores podem sangrar caso o bichano não fique quietinho após a cirurgia.
  2. Dor: uma boa cicatrização sem dor está diretamente relacionada ao repouso e à administração correta dos analgésicos. Mais uma vez destacamos a importância de deixar o animal em local restrito, para que não consiga fazer estripulias após a cirurgia. A movimentação excessiva pode causar dores, assim como a lambedura do local, já que o animal vai querer limpar todo o resíduo de medicamento da ferida cirúrgica. Essa questão mostra a importância do uso do colar elizabetano após o procedimento cirúrgico, para evitar contaminações e traumas no local da castração.
  3. Infeção: a lambedura da ferida cirúrgica é uma fonte importante de infeção, pois a boca do gato possui vários tipos de bactérias que podem colonizar o local. Impedir que o animal fique lambendo o local é fundamental para a boa cicatrização da lesão, além de evitar que o gato lacere tecidos e arranque pontos.
Castrei meu gato e ele morreu - Quais as complicações mais comuns em gatos após castração

Cuidados com gato depois de castrar

O primeiro e mais importante cuidado com o gato após a castração é não deixá-lo sair de casa, pois o bichano estará se recuperando de um procedimento que exigiu anestesia geral, além de precisar de repouso e da administração de medicamentos. A única maneira de se garantir que o animal tomará seus remédios nos horários certos é mantê-lo em casa, pois não dá para confiar na pontualidade dos gatos que gostam de passear na rua, não é mesmo?

Outro cuidado importante é evitar que ele fique lambendo a ferida cirúrgica, o que pode feito com o uso de colares, tanto o elizabetano (abajur) quanto o colar cervical. Gatos são pouco tolerantes ao uso de colares, mas seu uso é de extrema importância. O tutor deverá ficar atento se o bichano está conseguindo se alimentar enquanto usa o acessório de proteção, pois pode sentir dificuldade para ter acesso às vasilhas de água e comida. Caso isso aconteça, o colar pode ser retirado algumas vezes ao dia, mas sempre sob supervisão de alguma pessoa durante todo o tempo.

Com que idade devo castrar meu gato

Geralmente, a castração é feita após o animal completar o sexto mês de vida. No entanto, a cirurgia pode ser realizada a partir da sexta semana de vida, conforme alguns estudos na área. O procedimento realizado nessa fase mais precoce de vida é chamada de castração pediátrica ou pré-púbere, sendo praticamente semelhante ao procedimento que é feito nos adultos.

Apesar disso, há algumas controvérsias entre os veterinários, pois existem resultados bons e ruins, a anestesia pode ser um pouco mais delicada devido à pouca idade do animal e sua incapacidade em metabolizar o fármaco utilizado e a maior dificuldade em se realizar uma cirurgia em um animal muito pequeno.

De qualquer forma, o mais importante é que a castração seja realizada antes da puberdade, nos casos em que os tutores desejam eliminar o comportamento territorialista do bichano, como marcar o território com urina (urinar em locais inapropriados na casa), sair para procurar fêmeas e brigar com outros gatos.

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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Bibliografia
  • Jesus, A.S. Castração em Cães e Gatos: quando realizar, técnicas, benefícios e riscos. UniAGES, Centro Universitário, 2021. Disponível em file:///C:/Users/carlamoreira/Downloads/Monografia%20Alexandre.pdf. Acesso em 11/06/2024.
  • Oliveira, K.M. et al. Estudo comparativo entre três técnicas abertas de orquiectomia em gatos. Acta Scientiae Veterinariae, 2010. Disponível em https://www.redalyc.org/pdf/2890/289021835012.pdf. Acesso em 12/06/2024.
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