Cachorro mordendo tudo - 7 motivos!
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Certamente brincar com o seu cachorro é uma de suas atividades favoritas, quer seja um filhote ou um cão adulto. A brincadeira não só reforça o vínculo entre o cão e o ser humano, mas também é um bom exercício para ambos e uma forma de aproveitar o tempo que estão juntos para se divertirem.
Em algumas ocasiões, o cachorro pode morder enquanto brinca. Embora esta situação possa parecer inofensiva, pode tornar-se um problema sério se não for corrigido a tempo, colocando em perigo todos os membros familiares e incluso pessoas desconhecidas quando passeia o cachorro pela rua. Por esta razão, no PeritoAnimal, explicamos porque o meu cachorro morde tanto e o que você deve fazer nesse caso.
Comportamento normal em filhotes
A juventude do filhote é o período de maior atividade da vida do cachorro. Os jogos, as corridas e as brincadeiras ocupam grande parte do dia nesta fase, assim como a exploração e a descoberta de coisas novas. Morder é algo comum e benéfico para os filhotes de cachorro, quer seja entre irmãos da mesma ninhada ou com os seus amigos humanos. É algo positivo e bom.
Quando o cachorro tem mais de 3 semanas de idade, é o momento ideal para começar treinando a inibição da mordedura para evitar que ele continue com este comportamento incômodo, que ao fim de algum tempo se pode tornar um problema. Pode parecer exagerado, mas o que hoje parece engraçado ou insignificante num filhote de cachorro, pode se transformar num comportamento indesejado quando ele atingir a idade adulta.
Um filhote de cachorro precisa de morder porque o crescimento dos dentes e a muda dos mesmos provoca desconforto na gengiva e o filhote tentará aliviar mordendo tudo o que encontre em casa. Para além disso, tal como acontece com os bebés, morder é o jeito que o filhote encontra para explorar o mundo que o rodeia.
Orientações a seguir:
Para começar trabalhando a mordedura no filhote de cachorro é fundamental compreender que o nosso pequenino precisa morder, pelo que se torna essencial que o cachorro disponha de brinquedos ou vários mordedores que sejam resistentes e que ele possa morder à vontade. Cada vez que o nosso pequenino utilizar um dos seus objetos pessoais, será fundamental que o reforce positivamente com um "muito bem", um carinho ou mesmo alguma guloseima.
É muito importante não excitar demasiado o nosso cachorro nos momentos de brincadeira, uma vez que isso aumenta as probabilidades de que ele descontrole a sua mordida. Também não vamos ralhar se acaba mordendo nossas mãos, o castigo inibe o comportamento do cachorro e a longo prazo pode atrasar a sua aprendizagem. Em vez disso, siga estas orientações passo a passo:
- Quando estiver brincando e o seu cachorro morder, emita um pequeno som de dor e, para além disso, pare de brincar durante uns 2-3 minutos.
- Volte a brincar com ele e, se ele continuar mordendo, volte a mostrar dor e se afaste dele mais uma vez. A ideia é que o cachorro associe a mordedura ao fim da brincadeira.
- Continue praticando este exercício e, depois de algumas repetições, utilize os comandos "solta" e "deixa" cada vez que ele morder, assim estará treinando técnicas de obediência básica ao mesmo tempo.
- Ao mesmo tempo, deve reforçar positivamente quando ele brinca corretamente com os seus brinquedos na hora de morder, para que ele associe corretamente aquilo que deve morder.
Para além deste pequeno exercício para parar a mordida, será essencial canalizar o stress do filhote com atividades diárias, horas de sono adequadas e momentos de brincadeira.
O estresse acumulado
Todos os cachorros, tal como os humanos, têm pequenos picos de estresse durante o dia que devem ser canalizados com exercício e atividades. O estresse do cachorro pode aparecer depois de uma luta, depois de ladrar para outro cachorro e até devido ao aborrecimento.
Um cachorro aborrecido, não importa a idade que tenha, fará o que for preciso para gastar toda a energia acumulada, o que se pode traduzir numa forma um pouco violenta ao brincar, quer seja provocando estragos na casa ou mordendo as suas mãos quando se aproximar dele.
Orientações a seguir:
Existem vários métodos para reduzir o estresse do cachorro, como o uso de feromonas sintéticas. Contudo, para conseguir que o nosso cachorro comece mesmo reduzindo os níveis de estresse dele, será fundamental seguir alguns conselhos de bem-estar:
- Evite os estímulos que provocam estresse no cachorro na medida do possível. Se, por exemplo, o seu cachorro reage a outros cachorros, tente passear com ele nas horas mais calmas para evitar que os seus níveis de estresse e ansiedade subam.
- Reforce positivamente comportamentos calmos e relaxados (estar deitado) mostrar tranquilidade, fazer as coisas com calma), tanto dentro como fora de casa. Pode utilizar recompensas (guloseimas), mas o mais recomendável em cachorros muito estressados é utilizar palavras doces em tom agudo como "muito bem" ou "cachorro lindo".
- Faça com que o seu cachorro pratique exercício físico diariamente. Pode utilizar uma bola ou um frisbee para brincar, mas se observar que excita ele demasiado aposte numa excursão pela montanha ou um passeio grande pelo parque.
- Mesmo que possa surpreender, jogos com o olfato cansam muito mais do que o exercício físico, por isso aconselhamos que faça estes pequenos jogos e inclusive que compre um brinquedo de inteligência.
Agora que já conhece algumas orientações para aplicar em cachorros estressados, não hesite em começar praticando, lembrando que começará a observar uma mudança real ao fim e alguns dias.
A proteção dos brinquedos
Alguns cachorros desenvolvem um sentido de posse excessivo relativamente aos objetos que consideram seus, e inclusive em relação a algumas pessoas. Quando isto acontece, não é de estranhar que, durante a brincadeira, o cachorro se comporte de forma agressiva se vê que você agarra algum os seus brinquedos, ou que morda alguma pessoa ou cachorro que se aproxime de um dos seus brinquedos.
Orientações a seguir:
A proteção de recursos é um problema comportamental considerado grave, que deve ser trabalhado por um profissional, como um educador canino ou um etólogo antes que a situação piore. Podemos treinar as ordens "quieto" e "deixa" para poder evitar situações conflitivas, mas o mais certo é que ele precise de sessões de modificação comportamental ou que você retire os brinquedos para evitar entrar em conflito.
O instinto predador dos cachorros
Os cachorros ainda conservam alguns dos comportamentos mais selvagens próprios da sua espécie, e entre eles encontramos o instinto de caça. Até o cachorro que consideramos mais manso o tem, pois isso é algo inerente à sua espécie. Este instinto é visível especialmente durante a brincadeira quando observam objetos e seres vivos em movimento.
Quando o instinto de predador se converte em agressividade predadora, é o momento de avaliar o risco da situação, especialmente se o cachorro começa a atacar ou a se lançar contra bicicletas, crianças. adultos ou outros cachorros.
Orientações a seguir:
Treinar os comandos básicos com o nosso cachorro de forma estrita é fundamental para poder controlar a situação, mas é necessário aplicar sessões de modificação de comportamento para trabalhar a motivação do cachorro, a impulsividade e a agressividade. Apesar disso, o problema pode persistir já que a caça pode ser muito motivadora para ele.
A utilização de um peitoral e trela altamente seguros em espaços públicos é muito importante e não devemos permitir que crianças ou desconhecidos brinquem com o cachorro. Em casos graves, pode ser recomendado o uso de focinheira.
Se você se pergunta "por que meu cachorro come tudo que vê pela frente", confira esse artigo do PeritoAnimal e saiba o que fazer.
A dor do cachorro, motivo frequente de agressividade
Um cachorro que tenha dor pode reagir de forma agressiva em várias circunstâncias, inclusive quando brincamos com ele. Esta deve ser uma das primeiras opções em que pensamos se o cachorro nunca tinha sido violento antes e mostra repentinamente uma atitude agressiva. Especialmente quando manipulamos a zona que está provocando dor ou se quando tocamos com um brinquedo, o cachorro pode reagir de forma negativa e violenta.
Orientações a seguir:
Observe o seu cachorro para ver se realmente ele tem dor e consulte o Médico Veterinário para descartar qualquer doença. Se finalmente descobrir que o cachorro sente alguma dor, evite que as crianças o incomodem e encontre um lugar tranquilo para ele enquanto segue as instruções do Médico Veterinário.
A agressividade por medo
O medo tem diferentes origens no cachorro. O cachorro pode enfrentar uma situação que lhe produz medo, como um ruido excessivo ou um novo objeto, de forma violenta se não consegue escapar para evitar o conflito que lhe está provocando ansiedade. Se, ao ver a linguagem corporal do cachorro , você chegou à conclusão de que ele adota posturas de medo enquanto brincam, é possível que se encontre perante uma agressividade por medo.
Orientações a seguir:
O primeiro passo consiste em identificar o estímulo que provoca medo: o brinquedo em si, a sua mão no ar, um grito, algo que se encontra perto.... Pode demorar algum tempo a identificar o que está provocando medo e uma vez que o identifique será fácil evitar esse elemento e começar o trabalho progressivo com um treinador.
O instinto materno
Uma cachorra que acaba de dar a luz e cuida dos seus filhotes estará mais sensível tanto à presença de estranhos como à da sua família humana. Quando ela está com os filhotes dela e você tenta se aproximar, quer seja para brincar com ela ou fazer um carinho, a cachorra pode pensar que você quer fazer mal à ninhada dela, e é nesse momento que surge a agressividade maternal.
Orientações a seguir:
Não é necessário treinar a aproximação da ninhada, já que dentro de algumas semanas este tipo de comportamento acabará. Contudo, se considerar essa aproximação importante, deverá trabalhar gradualmente:
- Comece por falar com voz pausada e calma com alguma distância, em que a cadela não reaja ou se coloque excessivamente em alerta.
- Impeça que pessoas desconhecidas se aproximem dela e dos filhotes e que as crianças não os incomodem. O ideal é conseguir que a cachorra entenda que você apenas está tentar proteger.
- Atire, desde longe, algumas recompensas saborosas.
- Comece a aproximação lentamente: um passo à frente, um passo atrás enquanto continua a dar recompensas, sempre com uma distância prudente.
- Não seja invasivo e treine este exercício de uma forma diária e, quem sabe, dentro de alguns dias já conseguirá se aproximar dos filhotes, mas é muito importante que a cadela o permita e que esteja tranquila.
- Reforce sempre, mesmo quando a cadela já tolera bem a sua presença.
Por fim, recordamos que o pós-parto não é o momento mais indicado para brincar com a sua cadela, já que muito provavelmente ela recusará para voltar para junto dos seus filhotes.
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