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Síndrome hepatocutânea em cães – Sintomas e tratamento

Síndrome hepatocutânea em cães – Sintomas e tratamento
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A síndrome hepatocutânea em cães é uma doença dermatológica cuja origem está relacionada ao funcionamento do fígado. Por isso, em alguns casos, é complicado diagnosticar e entender exatamente o que está acontecendo com nosso cachorrinho.

Neste artigo do PeritoAnimal, abordaremos o tema síndrome hepatocutânea em cães – sintomas e tratamento. Confira!

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Índice

  1. O que é síndrome hepatocutânea canina?
  2. Sintomas da síndrome hepatocutânea em cães
  3. Causas da síndrome hepatocutânea em cães
  4. Diagnóstico da síndrome hepatocutânea em cães
  5. Tratamento da síndrome hepatocutânea em cães
  6. Como prevenir a síndrome hepatocutânea em cães?

O que é síndrome hepatocutânea canina?

A síndrome hepatocutânea canina é definida como uma patologia cutânea associada a um problema interno, especificamente, a uma doença hepática grave. Em outras palavras, o animal apresenta lesões na pele cuja origem é um mau funcionamento do fígado.

Esta síndrome geralmente ocorre em cães de meia-idade e idosos. Em muitos casos, está relacionada ao uso de um medicamento para o tratamento da epilepsia idiopática: o fenobarbital. No entanto, se o seu cão estiver sob cuidados regulares do seu veterinário de confiança, doenças hepáticas geralmente são detectadas a tempo. Por outro lado, não há predisposição por sexo ou raça; no entanto, um estudo mais recente sugere que a raça shih-tzu pode ter uma tendência acima do normal a desenvolver sintomas semelhantes à síndrome.

Sintomas da síndrome hepatocutânea em cães

Um aspecto muito interessante a ser destacado deste síndrome é a ausência de sintomas relacionados a problemas no fígado. A única manifestação é a nível dermatológico, sendo que, em muitos casos, pode ser tratada como uma simples infecção bacteriana, sem resolver a doença. Alguns dos sintomas mais proeminentes da síndrome hepatocutânea em cães incluem:

  • Eritema;
  • Erosões;
  • Crostas;
  • Coceira leve;
  • Ulceração das almofadas plantares (sintoma muito característico);
  • Nódulos fibrosos.

Todas essas lesões costumam aparecer nos seguintes lugares:

  • Parte frontal do nariz;
  • Orelhas;
  • Cotovelos;
  • Tornozelos;
  • Esterno;
  • Abdômen;
  • Pescoço;
  • Almofadas plantares, principalmente.
Síndrome hepatocutânea em cães – Sintomas e tratamento - Sintomas da síndrome hepatocutânea em cães
Imagem: portalveterinaria.com

Causas da síndrome hepatocutânea em cães

Problemas no fígado são a principal causa da doença pois, a partir da sua falta de funcionalidade, uma série de eventos ocorrem em cascata, levando ao desenvolvimento da síndrome hepatocutânea. Primeiramente, surge a doença hepática, que pode ser causada por degeneração, cirrose ou inflamação crônica do órgão. Uma vez que a doença se desenvolve, o fígado deixa de desempenhar suas funções normalmente, resultando, entre outras coisas, em alterações metabólicas como diabetes.

As diferentes deficiências funcionais do órgão resultam na falta de aminoácidos essenciais, zinco ou ácidos graxos esterificados. Tudo isso afeta a estrutura da pele, pois ela não pode se regenerar normalmente. Como consequência, a doença hepática se manifesta como ulcerações e necrose do tecido epitelial, além de uma resposta exagerada a agressões externas na pele (traumatismos, cortes, erosões).

Esse conjunto de lesões é chamado de dermatite necrolítica superficial. No entanto, esse quadro dermatológico pode ser causado por outras doenças além da síndrome hepatocutânea. Tumores do pâncreas endócrino (glucagonoma e insulinoma) ou a predisposição genética dos shih-tzu podem causar lesões semelhantes. Portanto, um diagnóstico detalhado para descartar outras causas é crucial.

Diagnóstico da síndrome hepatocutânea em cães

Primeiramente, ao observar o quadro do paciente, podem-se considerar três doenças além da síndrome hepatocutânea: pênfigo foliáceo, reação adversa a medicamentos e linfoma cutâneo de células T. Portanto, é necessário seguir um protocolo diagnóstico para determinar a causa da doença. Vejamos:

  • Hemograma: podem ser identificados sinais de anemia crônica não regenerativa;
  • Bioquímica sérica: existem marcadores de lesão hepática, como fosfatase alcalina (ALP), ácidos biliares pós-prandial, diminuição da albumina e aumento da glicose (em menor proporção). Esta é uma das etapas mais importantes;
  • Ultrassonografia abdominal: podem surgir sinais de degeneração ou inflamação hepática;
  • Biópsia cutânea: na análise histológica, observam-se anormalidades nas diferentes camadas da epiderme.

As lesões visíveis a olho nu e ao microscópio, juntamente com o restante dos exames mencionados anteriormente, permitem confirmar a doença.

Tratamento da síndrome hepatocutânea em cães

Uma vez diagnosticada a doença, o tratamento da síndrome hepatocutânea canina é direcionado tanto para corrigir tanto o problema dermatológico quanto o hepático. Em geral, observa-se o seguinte passo a passo:

  • Primeiramente, é necessário identificar a causa do problema. Por exemplo, o fenobarbital, utilizado em pacientes epilépticos, pode ser substituído por outros medicamentos menos agressivos para o fígado;
  • O próximo passo é a administração de uma ração com alto valor nutricional. As principais empresas de alimentos para animais de estimação têm várias linhas que podem atender a essas exigências, inclusive rações específicas para animais com condições hepáticas. Também é possível seguir uma dieta caseira, desde que seja estabelecida por um veterinário especializado em nutrição;
  • Em caso de diagnóstico de diabetes mellitus, uma ração específica para esta doença pode ser muito útil;
  • Com o objetivo de conter a doença hepática, podem ser administrados protetores como antioxidantes ou vitamina E;
  • Por fim, a administração semanal de aminoácidos por via oral ajuda na recuperação favorável das lesões cutâneas. Para essas lesões, também podem ser realizadas lavagens com clorexidina, caso haja tendência à infecção. Explicamos como utilizar a clorexidina em cães no artigo "Clorexidina para cachorros - Usos, doses e efeitos colaterais". Confira!

Como prevenir a síndrome hepatocutânea em cães?

O prognóstico da doença varia significativamente. Na maioria dos casos, depende das condições do fígado no momento do diagnóstico. Se a condição for moderada e reversível, o tratamento pode ser eficaz. Por outro lado, se o fígado estiver no limite funcional, o prognóstico é muito desfavorável.

Por esse motivo, nos casos em que o fenobarbital é usado para tratar a epilepsia idiopática, é recomendável realizar exames hepáticos periodicamente, sempre com supervisão veterinária. Em outros casos, a detecção da doença através das lesões cutâneas é mais comum. Por isso, em situações de problemas dermatológicos que não respondem ao tratamento convencional, é aconselhável consultar um veterinário especializado em dermatologia. Dessa forma, é possível obter um diagnóstico mais preciso da síndrome hepatocutânea em cães.

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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Bibliografia
  • Ferrer, L. Síndrome hepatocutáneo canino: ¿sabrías diagnosticarlo? Disponible en YouTube: https://youtu.be/br927DV0WNU?list=PL2ei0XoSJZ26cvuOUSWKApU3CyqRQJ83S
  • Hall-Fonte, D. L., Center, S. A., McDonough, S. P., Peters-Kennedy, J., Trotter, T. S., Lucy, J. M., ... & Weinkle, T. (2016). Hepatocutaneous syndrome in Shih Tzus: 31 cases (1996–2014). Journal of the American Veterinary Medical Association, 248(7), 802-813.
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1 comentário
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Eliana Ramalho
Pela primeira vez li este artigo. E depois de 12 anos de busca para cuidar e tratar minha lhasa, acho que descobri o problema verdadeiro.
Já passei com dermatologista e gastei com tratamento e produtos caros e sem efeitos.
Através desta página, tenho real argumento para mostrar para o veterinário o que sempre desconfiei ser.
O problema é dentro para fora.
Muito obrigada.
Imagem: portalveterinaria.com
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