Papiloma canino: sintomas e como tratar
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A papilomatose canina, também chamada de verruga, é uma doença infectocontagiosa de evolução benigna, causada por um vírus. Geralmente o aspecto das lesões chama a atenção das pessoas, pois afetam principalmente a mucosa oral e a pele, sendo bastante visíveis e trazendo prejuízo estético ao animal, além de grande desconforto. O vírus pode contaminar cães de qualquer idade e sexo, não havendo preferência por raças e nem por época do ano. A transmissão da doença acontece por meio de contato direto e indireto, ou seja, quando cães infectados têm contato com outros saudáveis ou estes com objetos contaminados pelo vírus.
A doença pode se manifestar por grande dificuldade de mastigar e ingerir os alimentos, salivação excessiva, mau hálito e sangramentos na boca. O diagnóstico deverá ser realizado pelo médico veterinário, assim como o tratamento recomendado e seu acompanhamento. Por ser uma doença frequente nos cães, o PeritoAnimal elaborou este artigo sobre o papiloma canino, com detalhes sobre sua causa, tratamento e prevenção. Aproveite para ficar por dentro!
O que é papiloma canino?
A papilomatose canina, doença onde aparecem verrugas no cachorro, é causada por um vírus do gênero Lambdapapillomavirus, família Papilomavirus. O agente causador é espécie-específico, ou seja, infecta somente cães. A ocorrência acontece em todos os estados do nosso país, não havendo nenhuma influência do clima no desenvolvimento viral. Os papilomas orais em cães caracterizam-se por presença de massas salientes, únicas ou múltiplas, de tamanhos variados, que inicialmente apresentam-se com aspecto liso e aderidos em regiões cutâneas e mucocutâneas, mas com a evolução rápida da doença, tornam-se com aparência rugosa (semelhante a “couve-flor” ou “verruga”) e pedunculadas.
Essas massas pedunculadas podem se desprender da pele ou da mucosa, resultando em sangramentos no local, o que deve ser tratado rapidamente para evitar o aparecimento de miíase na região exposta, complicando o quadro. Caso isso aconteça, limpe bem o local do sangramento com soro fisiológico e leve o cachorro para ser acompanhado pelo médico veterinário, que saberá como conter a hemorragia e tratar as outras lesões. Nunca tente arrancar as verrugas, pois isso pode causar muita dor ao animal, além de sangramentos e infecções.
Como curar papiloma em cachorro?
A papilomatose apresenta aspecto remissivo naturalmente de 4 a 8 semanas, entretanto em pacientes imunossuprimidos ou debilitados por doenças como erliquiose, cinomose e parvovirose pode se tornar crônica e adquirir aspectos de malignidade. O tratamento para a papilomatose viral canina não está indicado quando houver uma pequena quantidade de papilomas no animal, pois a doença é autolimitante e os animais tornam-se imunes à doença. Lembrando que o cachorro deverá ser acompanhado pelo médico veterinário durante todo o curso da doença, para não correr o risco de acontecer uma piora do quadro.
Na maioria dos casos, ocorre uma regressão espontânea das lesões, sendo o tratamento indicado se os papilomas forem persistentes ou quando as lesões forem grandes ou numerosas a ponto de causarem obstrução da faringe, dificuldades para se alimentar devido a lesões na boca e por razões estéticas.
Ainda não existe um tratamento considerado ideal, necessitando de estudos mais aprofundados. No entanto, geralmente é realizada a remoção cirúrgica das lesões, eletrocauterização e congelamento por meio de criocirurgia como tratamento de escolha para lesões muito numerosas. A produção de vacinas vem sendo estudada há algum tempo, mas encontra dificuldades pela incapacidade do vírus de se replicar em cultivos celulares e de tecidos. As vacinas podem ser produzidas com o uso de papilomas cutâneos do próprio animal, mas ainda são necessários estudos para que a eficácia seja comprovada.
Como evitar papilomas em cães?
A prevenção da papilomatose é controversa, pois existe uma variedade de medicamentos descritos para tal, mas nenhum deles mostrou-se comprovadamente seguro e altamente eficiente com reprodutibilidade de resultados. Diante disso, a melhor forma de se prevenir a doença é evitar o contato de animais saudáveis com animais infectados, assim como seus objetos, como camas, cobertas, comedouros e outros utensílios.
O vírus é altamente contagioso, penetrando na pele ou mucosas através de pequenos arranhões, cortes ou lesões superficiais, onde passa a se replicar, infectando o tecido epitelial. Por isso, evitar o contato é a forma mais segura de prevenir a doença.
Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.
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