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Hérnia diafragmática em gatos - Sintomas e tratamento

 
Laura García Ortiz
Por Laura García Ortiz, Veterinária especializada em medicina felina. 6 dezembro 2021
Hérnia diafragmática em gatos - Sintomas e tratamento
Gatos

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Os gatos podem ter uma hérnia diafragmática. Neste quadro, o conteúdo intestinal entra na cavidade torácica devido a uma falha na continuidade do diafragma, que pode ser congênita ou traumática. Como resultado, os gatos afetados apresentam sintomas derivados da compressão do pulmão e do coração. O diagnóstico é feito por exames de imagem e o tratamento é cirúrgico.

Continue lendo este artigo do PeritoAnimal para conhecer mais sobre a hérnia diafragmática em gatos, seus sintomas e tratamento.

Índice

  1. O que é uma hérnia diafragmática em gatos
  2. Causas da hérnia diafragmática em gatos
  3. Sintomas da hérnia diafragmática em gatos
  4. Tratamento da hérnia diafragmática em gatos

O que é uma hérnia diafragmática em gatos

A hérnia diafragmática ocorre quando há uma descontinuidade no diafragma devido a um defeito neste músculo, que permite a protrusão de órgãos gordurosos ou abdominais como fígado, baço, estômago ou intestino para a cavidade torácica, onde encontramos, entre outras estruturas, os pulmões e o coração.

O diafragma é um músculo fino envolvido na respiração. Permite uma pressão negativa quando se contrai e a curvatura de sua cúpula é reduzida, recuando sua parte central, o que aumenta o volume da cavidade torácica e permite que os pulmões se expandam para realizar a respiração. Ele está localizado entre a cavidade torácica e abdominal, agindo como um separador e evitando que os órgãos abdominais entrem na cavidade torácica.

Tipos de hérnia diafragmática em gatos

As hérnias diafragmáticas em gatos podem ser de dois tipos:

  • Hérnia diafragmática traumática: após um golpe, queda ou briga, podem ocorrer danos internos, entre o rompimento do diafragma, causando uma hérnia e comunicação entre a cavidade torácica e abdominal.
  • Hérnia diafragmática peritoneopericárdica congênita: ocorre uma comunicação duradoura entre a cavidade pericárdica (camada que envolve o coração) e o peritônio (camada que recobre as vísceras abdominais), que geralmente é de origem congênita. Isso significa que os gatos nascem com essa hérnia que, em muitos casos, não é observada de forma sintomática. Em casos sintomáticos, geralmente são observadas alterações do fígado e da vesícula biliar.
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Causas da hérnia diafragmática em gatos

Enquanto as hérnias diafragmáticas que os gatinhos apresentam ao nascer são de origem congênita, aquelas que aparecem após o nascimento são de origem traumática. Em gatos, são mais frequentemente causadas ​​por um acidente, como uma queda de grande altura, um atropelamento ou uma batida com a borda de uma superfície.

Deve-se considerar que o diafragma em gatos jovens é uma estrutura fina e ainda pouco desenvolvida, por isso seu rompimento é mais frequente e mais fácil, podendo gerar a descontinuidade que permite a passagem dos órgãos abdominais para o tórax e causar uma hérnia.

Sintomas da hérnia diafragmática em gatos

Gatos com hérnia diafragmática geralmente apresentam sinais clínicos respiratórios, variando de dificuldade respiratória leve a disfunção respiratória significativa com dispneia grave e lesões como disfunção da parede torácica, presença de ar, fluido ou vísceras no espaço pleural, edema pulmonar, disfunção cardiovascular e choque.

Os gatos geralmente apresentam respiração costal, com arqueamento máximo das costelas e recolhimento do ventre. Pouco mais de 10% dos gatos têm arritmias cardíacas. Outros sinais clínicos incluem os seguintes:

  • Borborigmos torácicos (rugidos/barulhos)
  • Sons cardiorrespiratórios reduzidos.
  • Vômitos.
  • Anorexia.
  • Regurgitação.
  • Disfagia.
  • Icterícia. É a coloração amarelada das mucosas que pode ocorrer se a hérnia estiver presente no fígado, pois produz insuficiência hepática.

Diagnóstico de hérnia diafragmática felina

O diagnóstico é feito por radiografia de tórax para visualizar órgãos herniados na cavidade torácica e avaliar a gravidade da hérnia. O ultrassom será usado em alguns casos para diferenciar os órgãos abdominais e a ausculta torácica para avaliar os sons produzidos. Geralmente, o som abafado dos batimentos indica que o baço e o fígado foram deslocados. Quando há líquido na cavidade pleural e o som é timpânico, os órgãos herniados geralmente são o intestino e o estômago.

Tratamento da hérnia diafragmática em gatos

As hérnias diafragmáticas congênitas podem ser operadas ou não, dependendo dos sintomas e/ou disfunção orgânica do gato. Por outro lado, nas hérnias diafragmáticas traumáticas, somente com a cirurgia reconstrutiva do diafragma é possível resolver a sintomatologia.

Cirurgia e pós-operatório da hérnia diafragmática em gatos

Para realizar esta intervenção cirúrgica, é necessário utilizar sedação e anestesia geral. Isso não é indicado nos casos em que o gato está muito enfraquecido ​​após o trauma, uma vez que pode piorar e isso aumenta o risco. Por isso, a primeira coisa a fazer é estabilizar o gato por meio de oxigenoterapia, toracotomia para extração de líquido ou ar do espaço pleural e tratamento médico.

A operação visa reconstruir o diafragma e retornar as vísceras herniadas à sua posição normal dentro da cavidade abdominal. Depois disso, os gatos devem ser hospitalizados por um curto período de tempo e medicados para controlar a dor e a inflamação. Embora existam complicações recuperáveis, como pneumotórax ou edema pulmonar, geralmente os gatos operados de hérnia diafragmática têm uma alta taxa de sucesso e a recuperação é rápida.

Agora que você já viu o que é a hérnia diafragmática em gatos, conheceu seus sintomas e tratamento, recomendamos que assista ao vídeo a seguir do canal do PeritoAnimal no YouTube em que mostramos as 10 doenças mais comuns em gatos:

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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Bibliografia
  • Harvey, A., Tasker, S. (eds). (2014). Manual de Medicina Felina. Ed. Sastre Molina. L ́Hospitalet de Llobregat.
  • KNIJNIK, Luisa Recondo. Hérnia diafragmática peritoneopericárdica em pequenos animais. Disponível em: <https://lume.ufrgs.br/handle/10183/200121#:~:text=A%20h%C3%A9rnia%20diafragm%C3%A1tica%20peritoneoperic%C3%A1rdica%20trata,o%20interior%20do%20saco%20peric%C3%A1rdico.>. Acesso em 12 de novembro de 2021.
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