Doenças respiratórias

Fluidoterapia em cães - O que é, como fazer e efeitos colaterais

 
Carla Moreira
Por Carla Moreira, Médica veterinária. 7 janeiro 2025
Fluidoterapia em cães - O que é, como fazer e efeitos colaterais
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A água corporal é responsável pelo transporte de várias substâncias dentro das células. Além disso, age como lubrificante em algumas partes do corpo, reduzindo o atrito. A quantidade de água no corpo pode chegar a 60% de seu peso, ou seja, um cachorro de 10kg de peso corporal possui aproximadamente 6kg de água.

O bom funcionamento dos rins também depende do aporte de água que eles recebem, o que mostra a grande necessidade de ingerir água para uma boa saúde do organismo. Caso a quantidade de água ingerida pelo cachorro seja menor que a quantidade perdida pelas funções corporais, acontece o que chamamos de desidratação.

Desidratações leves possuem como mecanismo de compensação a sede, para que a água seja reposta no corpo. Em desidratações mais graves, o indicado é a realização da fluidoterapia, para corrigir também os desequilíbrios dos eletrólitos.

Existem várias vias de administração de fluidos para reposição, mas todas devem ser acompanhadas pelo médico veterinário, já que exigem conhecimento sobre o assunto e muito cuidado durante o procedimento. Ficou interessado no assunto? Então aproveite este artigo que o PeritoAnimal elaborou sobre fluidoterapia em cães. Boa leitura!

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Índice
  1. O que é a fluidoterapia em cães?
  2. Quando é recomendado fazer fluidoterapia em cães?
  3. Posso fazer fluidoterapia em cães em casa?
  4. Como fazer fluidoterapia em cães?
  5. Efeitos colaterais da fluidoterapia em cães

O que é a fluidoterapia em cães?

A fluidoterapia é a reposição de líquidos e eletrólitos no corpo do animal que se encontra desidratado. O nível de desidratação deve ser avaliado pelo médico veterinário, assim como as quantidades de eletrólitos necessárias para o bom funcionamento do corpo. O exame clínico associado a exames laboratoriais fornecem informações sobre o nível de desidratação no cachorro.

A reposição de líquidos e eletrólitos pode ser realizada por algumas vias principais:

  • Oral: é a via mais fisiológica e segura, devendo ser empregada em pacientes sem vômito, mesmo naqueles que estão recebendo fluido por outras vias. No entanto, caso o cachorro esteja vomitando, essa não é a via recomendada, nem mesmo para administrar medicamentos.
  • Enteral: utilizada para animais que estejam em um quadro clínico estável, supondo que não haja perda de líquidos. Nesse caso, é utilizado um tubo que passa pelo nariz e vai até o esôfago, para que sejam administradas soluções de manutenção.
  • Intravenosa: é utilizado um cateter introduzido nas veias periféricas ou na jugular. Essa via deverá ser utilizada somente pelo médico veterinário, pois exige técnica e cálculo das quantidades de fluidos a serem administrados.
  • Subcutânea: não é indicada para pacientes com desidratação moderada a grave, pois sua absorção é mais lenta que a via intravenosa. Essa via exige cuidados adicionais quanto à escolha do fluido a ser administrado e dos eletrólitos, pois pode causar necrose ou reações indesejadas.

Quando é recomendado fazer fluidoterapia em cães?

A fluidoterapia é recomendada quando a ingestão de líquidos é menor que as perdas corporais, ou seja, o cachorro não consegue repor a água perdida apenas com a ingestão de líquidos. Algumas dessas ocasiões são doenças com vômito e diarreia, onde ocorre grande perda de líquidos e eletrólitos.

Nesses casos, o cachorro deverá ser avaliado pelo médico veterinário para que seja feita a estimativa da desidratação e escolhida a via de reposição. Exames laboratoriais auxiliam na detecção de alterações nos eletrólitos, permitindo que sejam calculadas as reposições corretas.

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Posso fazer fluidoterapia em cães em casa?

A fluidoterapia por via oral pode ser feita em casa, mas com a orientação do médico veterinário. Lembrando que nesse caso, o cachorro não pode estar vomitando, pois a administração de líquidos de nada adiantará. Ao utilizar essa via de administração de fluidos, é preciso considerar o tamanho do estômago do cachorro, para que não fique cheio demais e estimule o vômito. Outro cuidado a ser tomado é não administrar rapidamente, pois o animal pode aspirar o líquido e desenvolver uma pneumonia.

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Como fazer fluidoterapia em cães?

A fluidoterapia é calculada de forma criteriosa pelo médico veterinário, considerando parâmetros clínicos e laboratoriais. A velocidade da infusão dos líquidos também deverá ser estimada e observada durante todo o processo, para que o cachorro não tome líquidos a mais ou a menos.

O processo de reposição de líquidos deverá ser realizado em clínicas e hospitais veterinários, já que é um procedimento invasivo e deve ser feito por profissionais habilitados.

Efeitos colaterais da fluidoterapia em cães

Caso a fluidoterapia seja realizada em casa e por via oral, os riscos são praticamente inexistentes, pois essa via de administração de líquidos é muito segura.

No caso de fluidoterapia por outras vias, como a intravenosa, existe a possibilidade de administrar muito líquido e causar um edema pulmonar no cachorro. Além disso a administração de eletrólitos em excesso pode desencadear vários problemas como arritmia cardíaca e convulsões.

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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Bibliografia
  • Hlavac, N.R.C. Fluidoterapia em pequenos animais. Seminário de Pós-graduação em Ciências Veterinárias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2008. Disponível em https://www.ufrgs.br/lacvet/site/wp-content/uploads/2020/11/fluidoterapia_peq_anim.pdf. Acesso em 09/12/2024.
  • Domingues, M.G. Fluidoterapia em cães e gatos: revisão de literatura. Universidade Federal de Uberlândia, Faculdade de Medicina Veterinária, 2020. Disponível em https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/30336/3/FluidoterapiaEmC%C3%A3es.pdf. Acesso em 09/12/2024.
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