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Dexametasona para gatos - Dosagem e efeitos colaterais

 
Maria Besteiros
Por Maria Besteiros, Auxiliar técnica veterinária. 17 maio 2023
Dexametasona para gatos - Dosagem e efeitos colaterais
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A dexametasona é um medicamento muito conhecido utilizado tanto na medicina humana como na veterinária. Sua presença nos kits de primeiros socorros incentiva alguns tutores a administrá-lo ao seus gatos em situações que eles mesmos usariam. Mas isso é um grave erro.

Pode dar dexametasona para gatos? Neste artigo do PeritoAnimal explicaremos todas as contraindicações e efeitos colaterais que a dexametasona pode ter nos felinos. Daí a importância de limitarmos o seu uso às recomendações do veterinário.

Índice

  1. O que é a dexametasona?
  2. Usos da dexametasona em gatos
  3. Dosagem de dexametasona paragatos
  4. Contraindicações da dexametasona para gatos
  5. Efeitos colaterais da dexametasona em gatos

O que é a dexametasona?

A dexametasona é um conhecido glicocorticoide sintético que deriva do cortisol e é capaz de manter uma ação prolongada. Destaca-se por sua potência anti-inflamatória. Entre outros efeitos, provoca um aumento de glicose no sangue e de glicogênio no fígado, diminui a reação vascular que causa a inflamação, inibe a liberação de histamina ou de ACTH e reduz a produção de anticorpos. Além de ser usado na medicina humano, podemos dar dexametasona para gatos por ser um medicamento que contribui para a melhoria dos sinais clínicos que o gato apresenta, mais do que sua cura. Por isso o veterinário prescreverá outros medicamentos e medidas destinadas a combater a causa de sua doença.

Quando é administrada de forma subcutânea ou intramuscular, é absorvida muito rapidamente, em questão de minutos, e se distribui pelos tecidos. É excretada pela urina e pela bile. A dexametasona para gatos pode ser encontrada em formato injetável ou em comprimidos mastigáveis.

Usos da dexametasona em gatos

A dexametasona para gatos, como já mencionado, se destaca por seu efeito anti-inflamatório, mas também antialérgico e imunodepressor. Por isso é utilizada, sobretudo, nos seguintes casos:

  • Processos inflamatórios.
  • Alergias.
  • Traumatismos.
  • Choque e colapso circulatório.

Também pode ser utilizada nas articulações, o que impõe sua prática imobilização durante um mês e a impossibilidade de realizar uma cirurgia durante dois meses.

Dosagem de dexametasona paragatos

A dosagem de dexametasona para gatos só pode ser determinada pelo veterinário, pois é necessário levar em conta a doença do gato, seu estado de saúde, seu peso, bem como a formato do medicamento escolhido. Como exemplo, se optarmos pela dexametasona injetável, que pode ser administrada de forma intramuscular, intravenosa ou intra-articular, a dose seria de 0,1-0,3 mg por cada kg de peso vivo.

Como pode ser observado, o fabricante recomenda um intervalo de doses que considera seguras e eficazes. Somente o profissional veterinário, reiteramos, pode decidir a adequada para nosso gato. Sempre se buscará a menor dose possível e durante o menor tempo possível, mantendo seu efeito benéfico. Por isso, é frequente que o veterinário tenha que ir ajustando a dosagem. Por último, se recomenda administrar durante o período da tarde.

Contraindicações da dexametasona para gatos

Embora existam alguns casos em que não é recomendado utilizar a dexametasona em gatos, a decisão sobre sua administração ou não dependerá exclusivamente do veterinário. Nos casos abaixo, não se recomenda o uso da dexametasona, mas se o animal está numa situação de emergência, é muito possível que o profissional considere sua administração. São eles:

  • Imunodepressão.
  • Diabetes mellitus.
  • Nefrite crônica, que é uma inflamação renal.
  • Insuficiência renal.
  • Insuficiência cardíaca.
  • Osteoporose.
  • Doenças causadas por vírus quando estão ativos no sangue.
  • Infecções sistêmicas causadas por fungos.
  • Patologias de origem bacteriana se o gato não estiver recebendo o tratamento antibiótico correspondente.
  • Úlceras tanto no trato gastrointestinal como na córnea.
  • Glaucoma, uma grave doença ocular.
  • Demodicose, que é uma doença parasitária causada pele ácaro Demodex.
  • Queimaduras.
  • Fraturas, infecções das articulações causadas por bactérias ou necrose óssea, é desaconselhável a administração intra-articular.
  • Gatas na gestão, pois pode causar má formações nos fetos, abortos, partos prematuros ou difíceis, morte dos gatinhos, retenção da placenta ou metrite, que é a inflamação do útero. Também pode afetar a produção de leite durante o período de lactação.
  • Gatos muito velhos, desnutridos ou com hipertensão. Além disso, tem efeito sobre o crescimento, daí a precaução com os espécimes mais jovens.
  • Claro, se suspeitarmos ou soubermos que o gato é alérgico a dexametasona.

Além disso, é importante levar em consideração a interação que pode ocorrer entre a dexametasona e outros medicamentos. Por isso, sempre informe ao veterinário a respeito de qualquer medicamento que estiver dando ao gato, caso ele não saiba. Por exemplo, devido ao efeito imunossupressor da dexametasona, não se pode combiná-la com as vacinas nem ser dada nas semanas seguintes da vacinação. Ela também interage com a insulina.

Dexametasona para gatos - Dosagem e efeitos colaterais - Contraindicações da dexametasona para gatos

Efeitos colaterais da dexametasona em gatos

O consumo de dexametasona pode provocar síndrome de Cushing, também conhecida como hiperadrenocorticismo iatrogênico. Trata-se de uma doença que desencadeia sintomas como ganho de peso, fraqueza, perda de massa muscular ou osteoporose. Para tentar evitá-la, ao finalizar o tratamento se recomenda retirar a dexametasona de maneira gradual. Também se procura evitar seu uso prolongado para minimizar os riscos. Por outro lado, é relativamente fácil e rápido observar os sinais, como os seguintes, quando o medicamento é administrado de forma sistêmica:

  • Poliúria, que é um aumento na quantidade de urina evacuada.
  • Polidipsia ou o aumento da ingestão de água.
  • Polifagia, que implica um elevado consumo de comida.
  • Hipopotassemia, que é uma diminuição nos níveis de potássio no sangue, especialmente em gatos que estão em tratamento com diuréticos que favorecem a excreção de potássio.
  • Calcinose cutânea, doença de pele que produz um depósito anormal de cálcio no tecido subcutâneo.
  • Úlceras gastrointestinais, sobretudo se é usada ao mesmo tempo que algum AINE.
  • Possível atraso na cicatrização de feridas.
  • Em alguns casos, retenção de líquidos.
  • Aumento de tamanho do fígado, o que é conhecido como o nome de hepatomegalia. Também aumentando as enzimas hepáticas.
  • Pancreatite.
  • Hiperglicemia, que é um valor de glicose no sangue considerado acima do normal.

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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