Cólica em cavalos - Sintomas e tratamento
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A cólica equina é a causa número 1 da mortalidade em cavalos e muitos tutores de cavalos têm que lidar com ela em algum momento, pois é a doença mais comum de um cavalo adulto. A síndrome de cólica equina é definida como uma dor abdominal que pode ter diferentes origens.
O cavalo é um animal hipersensível e as manifestações externas das cólicas podem ser impressionantes. Algumas especificidades do cavalo podem complicar a situação: um cavalo não pode vomitar, então o alimento que chegou ao estômago é forçado a continuar sua passagem no trato digestivo. Além disso, certos parasitas como os estrôngilos causam um estreitamento das artérias do sistema digestivo, o que pode agravar a situação.
Felizmente, menos de 10% dos cavalos com cólicas requerem cirurgia. Em qualquer caso, a síndrome de cólica equina é uma das mais importantes patologias equinas devido a sua gravidade e frequência. Neste artigo do PeritoAnimal vamos te contar tudo o que você precisa saber sobre as cólicas em cavalos.
O que causa cólica em cavalos?
A cólica é uma emergência, já que 5% das cólicas são muito graves e podem causar a morte do cavalo. 90% das cólicas são de origem digestiva e apenas 10% são extradigestivas, por exemplo, podem ser de origem uterina ou urinária. Compreender os gatilhos da cólica em cavalos é essencial não apenas para um bom tratamento, mas também para prevenir a cólica e minimizar o risco.
Quando a causa é digestiva, a cólica pode ser decorrente de compactação, que é um acúmulo de alimentos que forma um tampão, dilatação de órgãos, deslocamento ou torção intestinal. Estas patologias digestivas podem dever-se a uma mudança na alimentação, à falta de água ou ao estresse.
- A causa mais frequente de cólica em cavalos é o parasitismo: a migração de larvas de estrongilídeos danifica a parede intestinal rica em vasos sanguíneos. Esses vasos ficam obstruídos e param de irrigar adequadamente o intestino, o que causa dor no cavalo. Suspeita-se que platelmintos também possam causar cólicas. Você desparasitar o seu cavalo regularmente 2 a 4 vezes por ano, alternando os produtos para não criar resistências.
- Alguns cavalos têm cólicas com frequência, enquanto outros nunca.Se o seu cavalo é propenso a cólicas, você precisa reavaliar sua dieta, exercícios e estilo de vida. Por exemplo, um cavalo teve cólicas repetidamente por algumas semanas. Conversando com os tutores, o veterinário percebe que os problemas começaram após mudanças na alimentação do estábulo: a qualidade do feno não era adequada para este cavalo.
- A transição alimentar é muito importante se sofrer uma alteração. Seu sistema digestivo contém uma flora composta por boas bactérias e enzimas que são diferentes dependendo da dieta do cavalo. Uma mudança de alimentação muito rápida não permite que o cavalo se adapte e não consegue digerir os alimentos corretamente, o que causa diarreia, cólicas intestinais e cólicas. Pense em fazer a mudança gradualmente em alguns dias, pelo menos.
- A causa pode estar na água: é importante garantir que o cavalo tenha sempre acesso a água fresca e limpa. No inverno, dependendo da região, é preciso verificar se o cano por onde sai sua água não congela. A falta de água causa desidratação que afetará primeiro os órgãos do aparelho digestivo, neste caso as fezes ficarão duras e secas, o trânsito digestivo ficará mais lento. Se você perceber que esta foi a causa, não dê muita água ao cavalo sedento: é melhor que você dê a ele água morna em várias vezes. De fato, uma grande quantidade de água de uma só vez ou água muito fria pode causar cólicas. Lembre-se também de que um cavalo acostumado a beber no balde não entende diretamente como funcionam os bebedouros automáticos: você terá que ensiná-lo e controlar o que ele bebe observando o medidor de água em sua caixa aumentar.
- Muitas cólicas não ocorreriam se o cavalo estivesse no pasto: se o cavalo estiver em um estábulo, ele deve fazer muito exercício e você deve garantir que ele coma fibras suficientes e em pequenas refeições frequentes. Na verdade, o cavalo tem um estômago pequeno e é melhor para ele comer pelo menos duas vezes ao dia do que apenas uma ou mesmo que você possa alimentá-lo três vezes. Por outro lado, verifique regularmente o estado dos seus dentes: dentes em mau estado não permitem uma boa mastigação e podem ser um fator de risco.
Existem muitas outras causas de cólicas em potros, éguas gestantes ou garanhões, porém não são tão conhecidas. Aplicando estas dicas você poderá reduzir o risco de cólicas em seu cavalo e caso ele sofra de cólicas você saberá como reconhecê-la.
Sintomas de cólica em cavalos
A cólica ou síndrome de cólica equina é definida como uma dor abdominal, geralmente de origem intestinal, e com menor frequência sua causa pode ser renal. Os sensores de dor ultra-sensíveis nos intestinos reagem ao menor desconforto, que pode ser expresso de diferentes maneiras, dependendo do cavalo.
A intensidade dos sintomas não está necessariamente relacionada à gravidade do problema: certos cavalos são muito expressivos que os demais, enquanto alguns tentam esconder seu desconforto. Alguns sinais devem chamar sua atenção e fazer com que você suspeite de cólicas nos cavalos:
- Falta de apetite, mas com a barriga inchada, podendo estar letárgico ou, pelo contrário, agitado, mas desatento com seu entorno.
- O cavalo fica anormalmente inquieto: se deita e se levanta com frequência, ou pode abaixar a cabeça olhando para o chão como se quisesse agachar-se.
- Fica com um olhar ansioso, pode bocejar ou levantar seu lábio superior mostrando a parte interior e a mucosa do lábio superior.
- Um cavalo com síndrome de cólica equina também pode gemer, ficar com as orelhas para trás e suar sem motivo.
- Em geral, pode ocorrer uma mudança de comportamento no cavalo
Não é raro que um cavalo com cólicas fique em posição de urinar, mas não urine: é por isso que os tutores frequentemente chamam o veterinário dizendo que o cavalo não consegue urinar. Geralmente, nesses casos não há problema de micção, mas sim a síndrome de cólica equina.
Outro dos sintomas de um cavalo com cólica é que ele ele arranha o chão de forma inusitada com suas patas dianteiras, rola de forma inusitada para tentar aliviar sua dor e deita-se de costas, o que tende a aliviar especialmente os potros. O equino olha para sua barriga e flancos, pode até bater na barriga com uma de suas patas traseiras. As fezes podem ser moles ou inexistentes, em alguns casos o cavalo entra em choque: as extremidades ficam muito frias, as mucosas ficam azuladas e o pulso é acelerado.
Esteja ciente de que a cólica em cavalos pode gerar agressividade no animal: ele pode dar patadas ou de repente cair no chão, por isso não deixe as crianças perto de um cavalo com cólica.
Conheça curiosidades sobre os cavalos neste outro artigo.
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Tipos de cólicas em cavalos
As cólicas em cavalos usualmente são classificadas em duas categorias: cólica primária ou verdadeira ou cólica secundária ou falsa.
- Cólica primária ou verdadeira: é aquela causada pela distensão do intestino ou do estômago. Neste caso, pode ocorrer o acúmulo de alimento, gás ou líquido, ser estática, com distensão periódica local, espasmos e aumento dos movimentos peristálticos do intestino.
- Cólica secundária ou falsa: tem origem em intoxicações alimentáres, no peritônio, baço, rins, ou outros órgãos internos.
Entre os tipos de cólicas em cavalos mais comuns, estão:
- Cólica por gases: causada pelo estiramento do intestino grosso, o que provoca dor abdominal.
- Cólica de impacto: na maioria das vezes há uma obstrução no intestino grosso, por causa de uma sobrecarga de alimento fibroso não-digerível.
- Cólica por parasitas (lombrigas grandes): é causada quando o cavalo está com muitos parasitas, como os vermes nematódeos Parascaris equorum.
- Cólica por espasmo ou espasmódica: causada pelo acúmulo de gás dentro do aparelho digestivo.
- Deslocamento ou torção gástrica: também chamada de vólvulo, surge quando o intestino do cavalo fica em uma posição anormal no abdômen.
- Colite: surge a partir da inflamação do intestino grosso.
Cólicas em cavalos: quando chamar o veterinário?
As cólicas em cavalos são sempre uma emergência: notifique o veterinário imediatamente para que ele possa examinar o animal e determinar a causa, a fim de intervir o mais rápido possível.
Embora algumas condições, como a prisão de ventre, possam ser apenas um desconforto temporário, a reação do cavalo sugere uma complicação grave. É importante aliviar a dor do equino para que ele não se machuque e não caia: você deve chamar o veterinário o mais rápido possível para administrar um sedativo.
O que fazer com o cavalo com cólica enquanto espero o veterinário
Um cavalo com cólica que está deitado ou se contorcendo pode aumentar o risco de ruptura ou torção intestinal. Se ele não estiver em pé, o exame e a intervenção do veterinário serão limitados. Uma dica importante é andar com o cavalo: acompanhe-o se ele concordar com uma caminhada tranquila, isso promove a motilidade do sistema digestivo e estimula o trânsito intestinal e pode ajudar a expelir os gases.
Tenha em mente que uma parte importante das mortes de cavalos devido às cólicas é devido ao cavalo dobrar brutalmente suas patas dianteiras devido à dor aguda e cair violentamente no chão duro, o que pode causar ruptura gástrica: é por isso que se o cavalo não quer se levantar após um pouco de insistência, é melhor não forçá-lo.
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Tratamento da cólica em cavalos
O que fazer quando o cavalo está com cólica? Primeiro, o veterinário fará um exame geral do cavalo para avaliar parâmetros como:
- Frequência cardíaca
- Frequencia respiratória
- Temperatura retal
- Temperatura de suas extremidades
- Coloração das membranas mucosas
- Nível de desidratação
- Sons abdominais
Ele também pode realizar um exame retal para determinar a posição, tamanho e mobilidade dos órgãos. Assim, poderá determinar a presença de algo obstruindo o intestino, acúmulo de gases ou uma área dolorida.
Em alguns casos, o veterinário pode realizar uma entubação nasogástrica com sonda: vai passar a sonda por uma narina até chegar ao esôfago e depois ao estômago. Desta forma, ele pode determinar se o estômago está sobrecarregado com água e comida e proceder à sua descompressão. Também permite introduzir medicamentos diretamente no estômago.
Feito o diagnóstico de cólica no cavalo, o veterinário decide se o cavalo pode ser tratado ali mesmo ou se deve ser transferido para uma clínica caso seja mais grave, podendo então fazer exames de sangue. Se a cólica for tratável no local, o veterinário dará ao seu cavalo um analgésico para aliviá-la.
Depois que o veterinário sair:
- Observe o cavalo por vários dias para observar uma possível recorrência, especialmente quando o analgésico passar.
- O cavalo ficará em jejum por um tempo antes de voltar a alimentá-lo progressivamente. O tempo de jejum e descanso do cavalo depende do veterinário: você deve seguir seus conselhos e indicações.
- Não basta que seu cavalo volte a comer e evacuar: todos os parâmetros determinados pelo veterinário durante o exame do cavalo devem retornar aos valores normais para considerar que a cólica foi resolvida.
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Pode dar buscopan para cavalo?
O Buscopan é um remédio para cólica bastante utilizado em humanos e também foi adotado para uso veterinário. Muitos tutores se perguntam se pode dar buscopan para cavalo e a resposta é sim. O Buscopan pode aliviar as cólicas causadas por gases, inflamação do intestino, obstrução gastrointestinal, entre outros.
O indicado é o Buscopam Composto para uso veterinário, uma solução injetável que deve ser aplicada por via intravenosa. A dosagem indicada pelo fabricante deve ser seguida e, claro, antes de comprar a medicação, você deve conversar com o veterinário.
Como dar Buscopan para cavalo?
Usualmente, os médicos veterinários indicam 5 ml de Buscopan Composto para cada 100 kg de peso do cavalo. A dose máxima recomendada para potros é de 10 ml, enquanto a dose máxima para cavalos adultos varia entre 20 e 30 ml.
Agora que você já sabe o que fazer quando o cavalo está com cólica, recomendamos este outro artigo no qual falamos sobre as doenças mais comuns nos cavalos.
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Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.
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- CAMPELO, Jairo; PICCININ, Adriana. Cólica Equina. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária. Ano VI, n. 10, 2008. Disponível em: <http://www.faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/K2zHbx7QrPNAPld_2013-5-29-10-40-19.pdf>. Acesso em 11 de janeiro de 2023.