Carvão ativado para gatos: como e quando usar
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O carvão ativado é um bom produto para se ter à mão quando se convivemos com animais. Na verdade, é recomendável que você o inclua sempre em seu kit de primeiros socorros. Isso se deve, acima de tudo, ao fato de que o carvão ativado é usado para tratar envenenamentos.
E é por isso que, neste artigo do PeritoAnimal, vamos falar sobre carvão ativado para gatos: como e quando usar, detalhando melhor em que casos é administrado, qual é a dosagem mais apropriada e, em geral, tudo o que você precisa saber sobre carvão ativado. Boa leitura.
O que é carvão ativado
O carvão ativado é obtido de diferentes materiais, portanto, dependendo deles e da técnica utilizada em sua preparação, terá características diferentes. Embora, sem dúvida, a principal delas seja sua enorme capacidade de absorver diferentes substâncias graças a sua estrutura de microporos.
Esta propriedade é o que dá origem ao seu uso mais conhecido, que é o tratamento do envenenamentos. Embora coloquialmente falemos de absorção, na realidade o processo químico que ocorre é conhecido como adsorção, que é a adesão entre átomos, íons ou moléculas de gases, líquidos ou sólidos que se encontram dissolvidos em uma superfície. Assim, o carvão ativado para gato será eficaz quando a substância ingerida estiver no estômago.
Usos do carvão ativado em gatos
Sem dúvida, o carvão ativado para gato envenenado será o uso mais frequente deste produto, embora ele tenha outras aplicações. Também é possível utilizá-lo, sempre seguindo a prescrição do veterinário, para tratar alguns problemas a nível digestivo, como quando o carvão ativado é prescrito para diarreia em gatos.
Em qualquer caso, seu uso se deve à sua grande capacidade de absorver outras substâncias. Isto é o que explica o uso de carvão ativado para desintoxicar os gatos, pois ele funciona ligando-se a produtos tóxicos, evitando que eles sejam absorvidos pelo organismo. Mas tenha em mente que a eficácia também dependerá da substância que o gato ingeriu ou do tempo para iniciar o tratamento.
Assim, se administramos o carvão ativado quando o corpo do gato já absorveu o veneno, ele não terá nenhum benefício. Portanto, se encontramos o felino ingerindo um produto tóxico ou se suspeitamos que ele esteja envenenado, antes de lhe dar qualquer coisa, devemos chamar o veterinário para que ele possa nos dizer como proceder. Especialmente porque antes de usar carvão ativado para gato você deve induzir seu vômito, e esta ação não é recomendada em todos os casos porque, dependendo do veneno ingerido pelo animal, incitar o vômito pode ser totalmente inadequado.
Como provocar o vômito em um gato envenenado
Na internet, você pode encontrar diferentes fórmulas para provocar vômitos em gatos. A maneira mais comum e difundida é utilizando água oxigenada de concentração 3%, oferecendo ao felino meia colher de sopa e podendo repetir a dose outra vez após 15 minutos se na primeira administração não tiver surtido nenhum efeito.
Mas tenção: alguns autores apontam que a água oxigenada pode causar gastrite hemorrágica no gato e água com sal, que é outro remédio muitas vezes recomendado para este fim, pode causar uma hipernatremia, que é uma elevação da concentração de sódio no sangue. Portanto, a única maneira segura de induzir o vômito em um gato é levando-o a uma clínica veterinária[1].
Doses de carvão ativado para para gatos
Uma vez que o gato tenha vomitado, só então chega o momento em que será possível fornecer o carvão ativado de acordo com as instruções do fabricante e o peso do animal. O carvão ativado para gatos pode ser adquirido em comprimidos, líquido ou pó para ser diluído em água, que é a apresentação mais recomendada e eficaz. Em geral, a dosagem varia de 1-5 gramas por kg de peso no caso de comprimidos, ou de 6-12 ml por kg no caso de suspensão. Pode ser dada mais de uma vez se o veterinário assim considerar ou administrada por sonda gástrica.
Se damos o carvão ativado ao gato em casa, devemos também ir ao veterinário, pois é o profissional que tem que avaliar o estado geral do gato e completar o tratamento, que será orientado para eliminar ao máximo o veneno, assim como para controlar os sinais que o animal apresenta.
Nos casos em que o carvão ativado será usado como parte do tratamento de distúrbios digestivos, também cabe ao profissional veterinário decidir a dose mais apropriada de acordo com a situação do gato.
Contraindicações do carvão ativado para gatos
Já vimos como o carvão ativado para gatos pode ser eficaz, especialmente em casos de envenenamento, embora você deva sempre consultar seu veterinário. No entanto, muitas vezes o carvão ativado não é usado porque há vários casos em que não é aconselhável provocar vômitos nos felinos, como nas situações a seguir:
- Quando o produto ingerido é um produto de limpeza, derivado do petróleo ou o rótulo declara que o vômito não deve ser induzido. As feridas na boca podem nos fazer suspeitar que o gato ingeriu um tóxico corrosivo, caso em que você não deve fazê-lo vomitar.
- Se o gato já tiver vomitado.
- Se estiver praticamente inconsciente.
- Se respira com dificuldade.
- Mostra sinais de distúrbios neurológicos, tais como incoordenação ou tremores.
- Quando o gato está com a saúde debilitada.
- Se a ingestão ocorreu há mais de 2-3 horas.
- O carvão ativado não é eficaz com todas as substâncias. Por exemplo, os metais pesados, xilitol e álcool não se ligam a ele. Também não é recomendado para um gato que estiver desidratado ou tiver hipernatremia.
Efeitos secundários do carvão ativado para gatos
Em geral, o carvão ativado não tem efeitos colaterais porque o corpo não o absorve ou metaboliza. O que será possível observar é que as fezes serão afetadas, ficando com uma coloração preta, o que é completamente normal.
Entretanto, no caso de não administrá-lo bem, especialmente com uma seringa, o gato poderia aspirá-lo, o que poderia causar:
- Pneumonia.
- Hipernatremia.
- Desidratação.
E já que estamos falando sobre a saúde dos gatos, talvez você possa se interessar pelo vídeo a seguir que explica quais são as 10 doenças mais comuns em gatos:
Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.
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- Francés y Ruiz. (2016). Novedades en el manejo en urgencias del paciente intoxicado. Argos 180. pp. 36-39.
- Equipo editorial. (2017). Toxicología en pequeños animales. Portal Veterinaria.
- Zeinsteger y Gurni. (2004). Plantas tóxicas que afectan el aparato digestivo de caninos y felinos. Rev. vet. 15.1, 35-44.