Cachorro pode comer alho?

A resposta é clara: o alho faz mal para cachorro e, portanto, não é um alimento adequado para os cães, pois contém uma série de compostos altamente tóxicos para o organismo desses animais. Tanto é assim, que uma pequena quantidade de alho fresco (apenas 5mg de alho por kg de peso corporal) é suficiente para desencadear um quadro de intoxicação em cães. Além disso, o efeito depende da dose, ou seja, quanto maior a quantidade de alho ingerida, mais grave é a intoxicação.

Também é importante destacar que existem certas raças especialmente predispostas à intoxicação por alho, como é o caso do jindo, o akita inu e o shiba inu. Isso parece estar relacionado às altas concentrações de potássio e glutationa reduzida que essas raças asiáticas têm.

Deixamos aqui outros "Alimentos proibidos para cães".

O alho está na lista de alimentos proibidos para cães, mas por que ele é prejudicial para esses animais? Como já foi mencionado, o alho contém uma série de compostos que são tóxicos para o organismo dos cães. Esses compostos, pertencentes ao grupo dos organossulfóxidos, são:

• Propenil tiossulfato de sódio.
• Propenil trissulfeto.
• Propenil tetrasulfeto.
• Propenil pentassulfeto.
• Propenil tiossulfonato.
• Vários ésteres que contêm enxofre.

Após a ingestão de alho, os organossulfóxidos são rapidamente absorvidos pelo trato intestinal e se degradam, gerando agentes oxidantes altamente reativos. Esses agentes interagem com os glóbulos vermelhos do cão, causando lesões oxidativas que acabam levando à lise (ruptura) dos glóbulos vermelhos. Como consequência, ocorre uma anemia hemolítica com uma marcada formação de corpos de Heinz e metahemoglobinemia.

Além disso, os compostos tóxicos do alho são potentes relaxantes cardíacos e do músculo liso, vasodilatadores e hipotensores. Em casos graves, a anemia hemolítica pode desencadear uma insuficiência renal aguda, que pode ser fatal para o animal.

Você viu que cachorro não pode comer alho e é importante destacar que a intoxicação por alho geralmente não se manifesta imediatamente e nem nas primeiras horas após a ingestão, e os primeiros sinais clínicos costumam demorar entre um a cinco dias para aparecerem. Por isso, em alguns casos, pode ser complicado correlacionar os sintomas de intoxicação com o consumo de alho.

A intoxicação por consumo de alho é caracterizada pelo aparecimento de uma série de sinais clínicos típicos de um processo anêmico, tais como:

• Palidez das mucosas.
• Taquicardia (aumento da frequência cardíaca) e taquipneia (aumento da frequência cardíaca).
• Letargia.
• Fraqueza.
• Intolerância ao exercício.
• Ofegar.
• Urina escura, avermelhada ou marrom (devido à presença de hemoglobina na urina).

Além disso, é possível que apareçam sinais gastrointestinais como vômito, diarreia e dor abdominal. Nos casos mais graves, pode observar-se icterícia (mucosas amareladas) e insuficiência renal, podendo até resultar na morte do animal se não for iniciado tratamento a tempo.

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Assim que você suspeitar ou detectar que seu cão tenha comido alho, embora seja um quantidade pequena, é importante procurar imediatamente uma clínica veterinária.

Embora não exista um antídoto específico para tratar a intoxicação por alho, será imprescindível instaurar uma terapia adequada para evitar a absorção da toxina e tratar os sintomas associados à intoxicação.

No caso da ingestão recente de alho, pode ser recomendável induzir o vômito ou realizar uma lavagem gástrica para evitar que a toxina que ainda está presente no sistema digestivo seja absorvida. Também pode ser indicada a administração de carvão ativado.

Se várias horas se passaram desde a ingestão e os primeiros sinais intoxicação já apareceram, será necessário instaurar uma terapia de suporte para reduzir os efeitos oxidativos sobre os glóbulos vermelhos e prevenir a lesão renal. Essa terapia pode incluir:

• Oxigenoterapia.
• Fluidoterapia com soluções cristaloides.
• Vitaminas antioxidantes, como a vitamina E e vitamina C.
• Transfusão sanguínea em caso de animais com uma anemia severa.

O prognóstico da intoxicação dependerá da severidade da anemia e se ocorre ou não a insuficiência renal, contudo geralmente o prognóstico é bom se tratado com rapidez e com um tratamento precoce.

Por fim, é importante destacar que, diante da suspeita de um quadro de intoxicação, nunca se deve administrar remédios caseiros e muito menos induzir o vômito sem a prévia recomendação de um profissional veterinário, porque essas práticas podem representar riscos para o animal e até mesmo complicar o quadro de intoxicação.

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