Atrofia progressiva da retina em gatos
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Os gatos são animais fascinantes em vários aspectos. Um deles são os olhos, sempre atentos, de cores variadas e pupila em feixe, que pode ficar fininha como um fio de cabelo caso receba muita luz. A coloração dos olhos é dada pela íris, que varia em tonalidades e cores nos gatos, deixando os olhos dessa espécie deslumbrantes.
Mas, apesar de toda essa beleza, os gatos também apresentam doenças nos olhos, que podem levá-los à cegueira dentro de pouco tempo. Doenças hereditárias, como a atrofia progressiva da retina, podem afetar a visão do dos gatos ainda jovens. Algumas patologias são mais comuns em determinadas raças, o que não exclui a possibilidade de ocorrência em gatos sem raça definida e de outras raças.
O tutor deve ficar sempre atento à mudança de comportamento do gato, pois, muitas vezes, os sintomas são sutis ou imperceptíveis. Os animais se adaptam bem à baixa visão, ficando acostumados com a disposição dos móveis, dificultando a identificação de problemas de visão por seus tutores. Neste artigo, falaremos sobre a atrofia progressiva da retina em gatos, uma doença sem cura, que progride para a cegueira.
Índice
O que é atrofia progressiva da retina em gatos?
A atrofia progressiva da retina, também conhecida como retinopatia hereditária, é uma doença causada pela degeneração das células da retina, que progride para a cegueira, quase sempre bilateral. A patologia é mais comum em cães, mas também pode ocorrer em gatos, sendo primeiramente descrita nesta espécie em um gato da raça abissínio.
No início da doença, os bastonetes são mais afetados, que são células fotorreceptoras responsáveis pela captação de estímulos luminosos em baixa intensidade de luz e pela percepção do movimento, gerando déficit visual noturno. Com a evolução do processo de atrofia, os cones também são acometidos, que são fotorreceptores retinianos responsáveis pela captação de estímulos luminosos de maior intensidade e pela percepção das cores, afetando assim a visão diurna.
Apesar de afetar mais algumas raças de gatos, não existe predisposição sexual. Inicialmente ocorre a perda da visão noturna, evoluindo para a perda da visão diurna. Estudos indicam que inicialmente o gato apresenta perda apenas da visão periférica, mas à medida que a doença progride, ocorre um defeito em que várias cores são percebidas incorretamente e menor reflexo pupilar, evoluindo para a perda completa da visão.
O que causa atrofia da retina em gatos?
A atrofia da retina em gatos é uma doença genética hereditária, ou seja, passa dos pais para os filhotes. A primeira degeneração de retina felina molecularmente caracterizada ocorreu na raça abissínio, podendo ser comparada à Amaurose Congênita de Leber, um tipo de atrofia de retina ou retinose pigmentar, que é a forma que a oftalmologia médica se refere à atrofia progressiva de retina em pessoas.
Alguns estudos indicam que a atrofia progressiva da retina em gatos também pode ser causada pelo uso excessivo e indiscriminado do antibiótico enrofloxacina. Nesse caso, a retinopatia é chamada de “retinopatia tóxica” e serve como principal diagnóstico diferencial para a atrofia progressiva de retina de caráter hereditário. O histórico do animal ajudará na definição da causa correta da doença.
Sintomas de atrofia da retina em gatos
No início da doença, os sintomas são muito discretos, não sendo percebidos pelos tutores. Com o passar do tempo, o gato vai perdendo a visão noturna, o que já pode ser estranhado pelas pessoas que convivem com o animal. Após essa fase, à medida que a atrofia da retina vai evoluindo, o animal vai perdendo a visão diurna também, ficando mais quieto, mais assustado e até mesmo mais agressivo. O nível de agressividade pode aumentar à medida que o gato perde a visão e torna-se muito assustado com barulhos e pessoas que se aproximam dele.
Alguns animais podem se chocar com frequência nos móveis da casa, além de se movimentarem com muita cautela. Ocorre também uma dificuldade progressiva de se desviar de obstáculos e relutância para saltar em locais mais altos. Com o passar do tempo, o animal vai se acostumando com a disposição dos móveis no ambiente, o que facilita sua sobrevivência. Água e comida devem ficar sempre em locais de fácil acesso e não devem ser alterados, para que o bichano possa se alimentar adequadamente.
Tratamento para a atrofia progressiva da retina em gato
Infelizmente, a atrofia progressiva da retina não possui tratamento eficaz para evitar a cegueira no gato. A cegueira é inevitável e a única opção é tentar retardar essa perda visual o máximo possível, com o uso de antioxidantes, como luteína, licopeno, vitamina C e vitamina E, selênio e zinco. No entanto, essas substâncias ainda não possuem eficácia comprovada contra a doença.
Acredita-se que a suplementação com vitaminas diminua a incidência do estresse oxidativo fisiológico, causado pelo envelhecimento, pela exposição à luz ultravioleta e pelo próprio metabolismo celular, além de retardar o estresse oxidativo causado pela atrofia progressiva da retina. Porém, por ser uma doença progressiva e degenerativa, quando são diagnosticadas já em estágio avançado, não há tratamento possível, sendo necessário apenas realizar o acompanhamento da evolução da doença.
Como prevenir a atrofia progressiva da retina em gatos?
Não existe uma medida que seja eficaz para evitar a atrofia progressiva da retina em gatos. O que deve ser feito, principalmente quando se trata de animais que serão comercializados, é que se tenha a ética de retirar animais com a doença da reprodução. Isso evitará que os filhotes desenvolvam a doença posteriormente e propaguem a genética da patologia.
Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.
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- Tolfo. F.M. et al. Atrofia progressiva da retina (APR) em gato SRD jovem: relato de caso. Salão do Conhecimento, UNIJUÍ, 2022. Disponível em file:///C:/Users/carlamoreira/Downloads/22245-Texto%20do%20artigo-56309-1-2-20221018.pdf. Acesso em 19/19/2023.
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