Simbléfaro em gatos: o que é, causas e tratamento
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O simbléfaro em gatos é uma patologia caracterizada pela adesão das conjuntivas bulbar e palpebral, o que prejudica a visão do olho afetado, embora seja comum ocorrer em ambos os olhos. Além disso, essa condição frequentemente aparece acompanhada de outras lesões e danos oculares nos gatos. O simbléfaro costuma ser uma complicação ou consequência de uma conjuntivite em gatos jovens, sendo, na maioria dos casos, causado pelo herpesvírus felino tipo 1. O diagnóstico é clínico, e o tratamento pode ser medicamentoso e/ou cirúrgico. Se você deseja saber mais sobre o simbléfaro em gatos, continue lendo nosso artigo do PeritoAnimal.
O que é o simbléfaro felino?
O simbléfaro em gatos consiste na formação de aderências entre a conjuntiva palpebral e a conjuntiva bulbar, podendo também afetar a terceira pálpebra e a córnea. Isso provoca alterações na visão e na saúde ocular do animal, reduzindo sua qualidade de vida.
Essa patologia ocular costuma afetar ambos os olhos, ou seja, é bilateral. No entanto, geralmente um dos olhos apresenta maior comprometimento do que o outro. Além disso, é um problema comum em filhotes com menos de 5 meses, especialmente naqueles resgatados da rua.
Causas de simbléfaro em gatos
Embora as causas exatas do simbléfaro em gatos não sejam totalmente conhecidas, acredita-se que uma das principais, ou mais comuns, seja a conjuntivite. Essa condição ocorre com frequência em gatos jovens que sofreram uma infecção viral pelo agente causador da rinotraqueíte felina, o herpesvírus felino tipo 1 (HVF-1), que tem tropismo pelo trato respiratório superior dos gatos, provocando sinais oculonasais. Além disso, muitos dos gatos infectados são recém-nascidos com os olhos ainda fechados, tendo sido contaminados através de lágrimas, saliva ou fómites da mãe.
Esse vírus se destaca por sua capacidade de permanecer latente no organismo do animal que superou a infecção, podendo se reativar em situações de estresse ou imunossupressão. Momentos estressantes, como a gestação e, neste caso, a lactação, podem reativar o vírus na gata portadora, transmitindo-o para seus filhotes. Estima-se que 95% da população mundial de gatos já teve contato com o HVF-1, seja por contaminação ou pela vacina trivalente. Desses, 80% dos gatos mantêm o vírus latente no gânglio trigêmeo, com possibilidade de reativação em condições de estresse ou imunossupressão.
Sintomas de simbléfaro em gatos
É bastante comum que um gato com simbléfaro também apresente epífora, caracterizada pelo extravasamento de lágrimas ou lacrimejamento excessivo. Isso ocorre porque as aderências bloqueiam os pontos de drenagem lacrimal, resultando nesse acúmulo de lágrimas. Por outro lado, pode-se desenvolver uma ceratoconjuntivite seca devido ao bloqueio das glândulas lacrimais, o que leva à atrofia progressiva dessas glândulas até que fiquem inativas, desencadeando o problema.
Outros sintomas que um gato com simbléfaro pode apresentar incluem:
- Blefarite
- Progressão e aderência da membrana nictitante
- Ceratite
- Hiperemia ou vermelhidão da conjuntiva
- Úlceras na córnea
- Cegueira
- Incapacidade de movimentar o olho
- Quemoses (inchaço da conjuntiva)
- Blefaroespasmo (piscar involuntário e contínuo)
Por fim, como o simbléfaro frequentemente ocorre como consequência da herpesvirose, podem surgir também outros sinais clínicos, como apatia, febre, espirros, secreção nasal mucopurulenta e anorexia.
Diagnóstico de simbléfaro em gatos
O simbléfaro é raro em gatos adultos e costuma aparecer exclusivamente em filhotes que sofreram alguma infecção conjuntival ou conjuntivite. Assim, para o diagnóstico, é comum encontrar um gato jovem que tenha passado por essa condição. O diagnóstico é clínico, pois a aderência entre as conjuntivas é claramente visível. Por outro lado, em gatos adultos, em vez de desenvolverem simbléfaro após uma infecção viral e conjuntivite, é mais comum o surgimento de hiperemia recorrente da conjuntiva e úlceras dendríticas.
Tratamento para o simbléfaro em gatos
Como o simbléfaro geralmente ocorre como consequência de conjuntivites virais causadas pelo herpesvírus felino tipo 1, não existe um tratamento específico. No entanto, o Fanciclovir é o antiviral que demonstrou maior eficácia e segurança em estudos, com doses de 90 mg/kg a cada 12 horas ou 40 mg/kg a cada 8 horas. A primeira opção é mais conveniente para os gatos, pois implica administrar a medicação duas vezes ao dia em vez de três.
Além do antiviral, o uso de antibióticos de amplo espectro é essencial para controlar as infecções secundárias associadas ao processo, frequentemente causadas por bactérias como Chlamydophila e Mycoplasma. Também é comum a necessidade de tratamentos oculares tópicos com colírios antivirais ou antibióticos.
Nos casos mais graves de simbléfaro, a cirurgia é o tratamento indicado, especialmente quando a visão e a mobilidade do olho estão comprometidas. No entanto, é importante considerar que as córneas dos gatos, em resposta à agressão, podem desenvolver um sequestro corneal, e há uma alta probabilidade de o simbléfaro reaparecer após a cirurgia. Por isso, é fundamental avaliar cuidadosamente o risco-benefício da operação em cada caso.
Quanto tempo dura o simbléfaro em gatos?
O simbléfaro geralmente persiste por toda a vida. Embora possa haver melhora ao tratar a infecção viral, a adesão tende a permanecer de alguma forma. A única solução potencial seria a cirurgia, mas, como mencionado anteriormente, há uma grande probabilidade de recidiva.
Se você notar qualquer um dos sintomas mencionados no seu gato, não hesite e leve-o o quanto antes ao veterinário para obter um diagnóstico adequado. Neste outro artigo, apresentamos mais doenças oculares: "Doenças nos olhos dos gatos".
Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.
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