Quanto tempo pode viver um cachorro com demência senil?
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No mundo da veterinária, a demência senil é referida como uma disfunção cognitiva. Na medicina humana, esses termos se diferencial da seguinte maneira: a disfunção cognitiva é uma deterioração progressiva de diferentes funções relacionadas à consciência, porém, a pessoa é capaz de manter uma autonomia e levar uma vida normal sem problemas.
No entanto, a demência senil é uma fase a partir da qual o grau de deterioração cognitiva dificulta o dia-a-dia fazendo com que o indivíduo se torne totalmente dependente de terceiros. Como na veterinária não podemos diferenciar essas fases com tanta exatidão, geralmente costuma-se utilizar ambas terminologias para se referir ao mesmo problema.
Portanto, a disfunção cognitiva é uma doença neurodegenerativa em cachorros mais velhos caracterizada por mudanças no comportamento, relacionadas a um problema cognitivo subjacente e à qual estão associados diferentes padrões de lesões cerebrais. Em resumo, é uma patologia neurológica em que a deterioração cerebral se manifesta como alterações na conduta. Os sinais clínicos mais comuns da demência senil em cachorros são a diminuição da consciência, resposta alterada a estímulos, déficits de aprendizagem, perda de memória, desorientação, alteração na relação com o tutor e outros animais, alterações no ciclo de sono, sujar a casa e alterações na rotina e atividades do animal.
Se quiser saber mais sobre quanto tempo pode viver um cachorro com demência senil, não deixe de conferir este artigo do PeritoAnimal, no qual explicamos quanto tempo podem viver, como aumentar sua expectativa de vida e se podem se recuperar.
Quanto tempo pode viver um cachorro com demência senil?
Não se conhece ao certo qual é a prevalência dessa doença, já que a maioria dos tutores acreditam ser um processo associado à idade e poucas vezes comunicam ao seu veterinário. Além disso, alguns dados apontam para uma epidemiologia de 5% a 41% em pacientes a partir dos 10 anos de idade, sendo mais comum em cães por volta dos 16 anos (61%).
Em relação ao anterior, os cachorros com velhos são os que mais probabilidade têm de sofrer com a doença, além das fêmeas e dos machos castrados (acredita-se que a castração aumenta a prevalência neste grupo já que a expectativa de vida é maior).
Quanto a sobrevida estimada, não se pode dar um número exato, já que é uma patologia que aparece em animais mais longevos e porquê existem múltiplos fatores que interferem na hora de estipular um tempo estimado.
Porém, se um tratamento precoce for iniciado, em uma idade não muito avançada, alguns sintomas clínicos podem melhorar e frear a progressão da doença, portanto em parte é uma forma de prolongar a sobrevivência do animal. Além disso, é muito raro que se estabeleça a demência senil como causa da morte. Por se tratarem de cães idosos, as doenças relacionadas à idade costumam aparecer e atuar como a principal causa de morte.
Como aumentar a expectativa de vida de um cachorro com demência senil?
Agora que você já sabe quanto tempo pode viver um cachorro com demência senil, agora vamos mencionar alguns dos tratamentos mais recomendados para reverter os sintomas e frear a progressão da doença. Em primeiro lugar, alguns estudos trazem dados esperançosos sobre os benefícios do estímulo mental através de jogos, treinamento, exercícios e brincadeiras. Uma dieta balanceada associada à essas atividades podem melhorar a efetividade do tratamento.
As dietas e suplementos alimentícios com ácidos graxos essenciais, antioxidantes e outras substâncias, têm demonstrado ser benéfica na hora de controlar a patologia. Existem duas dietas que têm mostrado efeitos positivos para a melhora da memória e aprendizagem em cachorros. Alguns ingredientes importantes, além dos citados anteriormente são: vitaminas C e E, betacarotenos, selênio e L-carnitina.
A implementação da dieta por si só já traz muitas vantagens, mas se for utilizada em conjunto com a estimulação mental os resultados são maiores. Para cães com dieta específica e obrigatória (devido a alguma doença), existem suplementos em forma de comprimidos que combinam algumas das moléculas citadas, sendo uma forma de tratar a disfunção cognitiva sem deixar de lado outras doenças importantes.
Neste link você encontra mais informações sobre "Demência senil em cachorros: sintomas e tratamentos".
Um cão com demência senil pode se recuperar?
Até o momento, a demência senil só pode ser controlada ou ter a sua progressão reduzida, pois é uma doença neurodegenerativa para a qual não existe um tratamento 100% resolutivo. Em cães mais velhos, observa-se perda de massa cerebral em alguns lobos cerebrais, bem como afinamento das meninges.
Essas lesões são praticamente irrecuperáveis. A perda de neurônios no hipocampo tem sido associada à perda de memória. Este processo não pode ser revertido, uma vez que a maioria dos animais nessa idade perdeu a capacidade de regeneração neuronal. Conforme mencionado na seção anterior, a estimulação mental dos cães permite que eles mantenham esses neurônios do hipocampo por mais tempo.
O estresse oxidativo também prejudica o funcionamento do sistema nervoso central. Com base nesta descoberta, as dietas com antioxidantes são uma das ferramentas mais poderosas que existem para impedir a progressão da doença.
Assim como ocorre no Alzheimer em humanos, em cães o acúmulo de proteínas anormais (substância beta amiloide) tem sido correlacionado com aumento da disfunção cognitiva com maior taxa de acúmulo dessa substância no tecido neuronal. Por fim, microsangramentos ou infartos cerebrais podem ser a causa da doença, principalmente em processos em que a evolução do paciente é mais rápida.
Como sugestão, você pode se interessar pelo seguinte artigo sobre “Alzheimer em cachorros - Sintomas e tratamento”.
Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.
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- Textbook of Veterinary Internal Medicine. 8th Edition.