Platinosomose felina - O que é, sintomas, diagnóstico e tratamento
Ver fichas de Gatos
A platinossomose é uma doença com distribuição mundial, ocorrendo mais frequentemente em regiões de clima tropical e subtropical, sendo endêmica no Brasil. O agente causador da doença é o Platynossomun spp., um trematódeo que parasita os ductos biliares e a vesícula biliar de gatos. Ele apresenta em seu ciclo de vida uma grande variedade de hospedeiros intermediários, como moluscos terrestres, lagartixas, sapos e isópodos terrestres, o que dificulta o controle da doença.
O gato infectado pode apresentar uma variedade de sintomas ou pode, simplesmente, ser assintomático, o que dificulta muito o diagnóstico pelo veterinário. Por isso, o tutor precisa evitar que o bichano pratique sua caça com lagartixas, o que nem sempre é fácil. Além disso, a doença possui tratamento e cura, quando diagnosticada a tempo. Se você ficou curioso para saber mais sobre a platinosomose felina, não deixe de ler este artigo até o final! Boa leitura!
O que é a platinomose felina ou doença da lagartixa em gatos?
A platinossomose ou doença da lagartixa no gato é uma doença causada por um parasita chamado Platynosomum spp., um trematódeo da família Dicrocoeliidae, que tem como hospedeiros definitivos os felídeos, mas também pode parasitar primatas e aves silvestres. Animais que possuem o hábito de se alimentar de répteis ou anfíbios são mais susceptíveis. Acomete principalmente o fígado e os ductos biliares, mas pode ser eventualmente encontrado também no intestino delgado, ductos pancreáticos, pulmões e outros tecidos.
Como o gato pode pegar platinomose felina?
Os gatos adultos com acesso à rua e que possuem o hábito de caçar são mais predispostos a contraírem a doença. Os gatos adultos são os hospedeiros definitivos, ou seja, estão infectados pelo parasita adulto. Consequentemente, são eles que eliminam, juntamente com as fezes, os ovos do parasita, contaminando o ambiente. Para que o parasita tenha seu ciclo completado, ele necessita da participação de diferentes hospedeiros intermediários, como moluscos terrestres, isópodos terrestres e lagartixas do gênero Anolis ou sapos do gênero Bufo.
Os ovos que estão no ambiente são ingeridos por moluscos terrestres, primeiros hospedeiros intermediários. O miracídeo sai do ovo pelo opérculo, penetra no tecido do molusco e leva 28 dias para atingir a maturação. A partir disso, ocorre o desenvolvimento do esporocisto mãe, que originará vários esporocistos filhos migratórios contendo cercárias no interior. Os esporocistos filhos saem do molusco para o solo e são ingeridos por isópodos terrestres, segundos hospedeiros intermediários, nos quais ocorre a maturação da cercária para metacercária, fase já infectante para os felinos.
Esses crustáceos são ingeridos por pequenos vertebrados, como lagartixas e sapos, classificados como os terceiros hospedeiros intermediários. Neles, as metacercárias ficam encistadas no sistema biliar, até a ingestão pelo hospedeiro definitivo. Após a ingestão do vertebrado pelos felinos, as metacercárias encistadas são liberadas, migram para o ducto biliar comum e atingem o sistema biliar, onde se transformam em adultos sexualmente maduros em quatro ou cinco semanas, completando o ciclo. O homem pode entrar acidentalmente no ciclo, o que faz com que a platinossomose seja considerada uma zoonose. Nos humanos, a doença consiste na presença de trematódeos no trato biliar e predispõe ao desenvolvimento de neoplasias.
Sintomas da platinomose felina
Os sintomas podem variar de acordo com a gravidade do caso e sua duração. Os principais sintomas são:
- Falta de apetite;
- Letargia;
- Perda de peso sem motivo aparente;
- Distensão abdominal (geralmente causada pelo aumento do fígado);
- Vômito;
- Icterícia e alteração da consistência das fezes.
Em casos mais graves, os sintomas costumam ser a associação da icterícia com a alteração nas características das fezes, que podem apresentar muco. Infelizmente, é nessa fase em que a maioria dos gatos não resiste e morrem. Por isso que o diagnóstico precoce é tão importante!
Tratamento de platinomose felina
Os medicamentos para o tratamento da platinossomose serão escolhidos de acordo com a gravidade da doença, que quanto mais cedo for diagnosticada, melhor será o prognóstico do bichano. O anti-helmíntico de escolha para o tratamento da platinossomose é o praziquantel, muito encontrado em lojas de produtos especializados para pets. A dose utilizada é de 20mg/kg por via oral, sendo recomendada a sua administração de 3 a 5 dias consecutivos, mesmo que apenas uma dose seja eficaz em alguns animais.
Remédios caseiros para a platinossomose felina
Infelizmente, não existe tratamento caseiro para a platinossomose felina. O que pode ser feito no ambiente é evitar o contato dos gatos com as lagartixas e outros possíveis hospedeiros do Platynossomun spp., evitando também que o gato tenha acesso à rua, local mais propício à caça.
Como prevenir a platinomose felina?
A prevenção da platinossomose felina nem sempre é uma tarefa fácil, pois gatos com acesso à rua costumam caçar bastante. Mesmo os gatos confinados podem encontrar uma lagartixa e se infectar com o parasita. A dedetização do ambiente pode ser uma boa alternativa, sempre tendo o cuidado de não intoxicar os gatos.
Evitar que os gatos tenham acesso à rua também é uma maneira de evitar o contágio, assim como não levar os gatos a passeios em regiões endêmicas, e se o gato viver em regiões tropicais, deve-se realizar uma administração trimestral de praziquantel. Outro cuidado é realizar exames de fezes periódicos e manter a carteira de vacinação e vermifugação do seu gato em dia e, em caso de suspeita da doença, peça ajuda do veterinário.
Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.
Se pretende ler mais artigos parecidos a Platinosomose felina - O que é, sintomas, diagnóstico e tratamento, recomendamos que entre na nossa categoria de Doenças parasitárias.
- Almeida, E.K.C. Platinossomose Felina. Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos – UNICEPLAC, 2021. Disponível em https://dspace.uniceplac.edu.br/bitstream/123456789/1847/1/Emily%20Kathllen%20Costa%20de%20Almeida.pdf. Acesso em 22/02/2024.
- Ferraz, A. et al. Platinossomose em felinos domésticos no município de Pelotas, RS, Brasil. Veterinária e Zootecnia, 2021. Disponível em https://rvz.emnuvens.com.br/rvz/article/view/540/311. Acesso em 22/02/2024.
- Zwiernik, A. et al. Platinossomose – “Fascíola Hepática dos Gatos”. Boletim Veterinário Unicruz, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2021. Disponível em https://home.unicruz.edu.br/wp-content/uploads/2021/09/Platinossomose-com-ficha-catalogr%C3%A1fica.pdf. Acesso em 22/02/2024.