Os gatos sentem falta dos donos?
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Dos muitos mitos que circulam sobre os gatos, talvez o mais conhecido seja aquele que lhes atribui uma grande independência. Isto significa que pessoas sem escrúpulos não têm remorsos quando se trata de abandoná-los à sorte em qualquer rua, tomando por certo que eles serão capazes de sobreviver sem o apoio humano. Porém, isso não é bem assim. Os gatos são animais domésticos, ou seja, dependem dos tutores. É por isso que, como veremos neste artigo do PeritoAnimal, os gatos sentem falta dos tutores e do lar deles.
Como o gato reconhece o seu dono (ou melhor, seu tutor)?
Os gatos são animais de inteligência notável que, tal como os cachorros, evoluíram em conjunto com a espécie humana. Assim, embora mantenham algumas características, digamos, selvagens, que nos fascinam, eles também desenvolveram um lado doméstico a partir do qual estão conectados com a sua família humana. Os gatos se relacionam conosco usando todos os seus sentidos e, com tudo isso, eles inventam uma imagem e elaboram suas memórias.
Além disso, eles são muito apegados às suas rotinas e é fácil que se estressem por mudanças que nos parecem insignificantes. Portanto, os gatos reconhecem perfeitamente tanto a sua família como o seu ambiente. Os gatos sentem falta dos seus donos e, de forma geral, da casa deles, se forem separados dos mesmos. Por esta razão, também são animais que não reagem bem a mudanças ou a estarem longe dos seus tutores quando os mesmos vão de férias, por exemplo. Se este é o seu caso e você quer saber se os gatos sentem falta dos tutores para que você possa organizar as suas férias sem perturbar o bem-estar dele, não perca o artigo: "Vou de férias - onde deixar o meu gato?"
Os gatos sentem falta dos tutores?
Os gatos sentem falta dos seus donos e da sua casa a tal ponto que podem chegar a deixar-se morrer quando são abandonados, como bem sabem as associações de proteção animal que recolhem felinos nessa situação. Nem todos, mas uma percentagem considerável destes animais sofrem tanto com o abandono que são dominados pelo estresse. Eles param de beber e comer e acabam por adoecer e morrer.
Se compreendemos a importância que as rotinas têm para esta espécie e tivermos a oportunidade de ver a reação de um gato antes de uma modificação do seu ambiente, como pode ser a chegada a casa de outro gato, é fácil compreender o estresse que faz o animal perder todas as suas referências tanto de lugar como de figuras de apego, já que os gatos, embora não da mesma forma que os cães quando por não serem animais de matilha, estabelecem uma ligação importante com o seu humano de referência. Numa família, esta pessoa é normalmente aquela que lhe dedica mais tempo, que o alimenta, que brinca com ele, etc. O gato, por outro lado, mostra a sua dedicação ao se esfregar na pessoa e ronronar, principalmente. Outros gatos vêm correndo para a porta assim que o seu cuidador chega a casa e o recebem, também, com miados de saudação.
Assim, em geral, os gatos escolhem seus tutores, ou gostam mais de uma pessoa, dependendo do vínculo que estabelecem.
Um gato esquece o dono ou tutor?
Os gatos lembram dos seus antigos donos ao longo das suas vidas. Graças ao vínculo estabelecido e à capacidade cognitiva que demonstram, são capazes de fixar a memória da pessoa com quem vivem e de mantê-la durante anos. É por isso que, quando são separados delas, os gatos podem sentir falta das pessoas e ser tão afectados pelo abandono. Felizmente, embora nunca esqueçam a sua antiga família, muitos são capazes de aceitar fazer parte de outra e ser felizes novamente.
Embora os gatos não se esqueçam, podemos notar que, com a idade, eles perdem as faculdades cognitivas. É o mesmo processo que também pode afetar os seres humanos de uma forma inevitável quando associado ao envelhecimento. Nestes casos é possível que reparemos que estão deslocados, que os seus padrões de descanso e atividade são alterados, que perdem o apetite, que deixam de se limpar, etc. Em qualquer caso, mesmo que você suspeite que as mudanças se devam à idade, deve consultar um veterinário para descartar que sejam provocadas por alguma doença física tratável.
Adaptação de um gato em uma nova casa
Como já dissemos, os gatos sentem falta dos seus donos e lembram-se deles ao longo da vida, mas é possível adoptar um gato adulto, mesmo que seja idoso, e que ele se adapte a um novo lar. Para isso, é essencial oferecer o que é conhecido como um ambiente enriquecido, no qual ele pode realizar as atividades típicas da espécie, como brincar, escalar, arranhar, subir a lugares altos a partir dos quais pode cuidar do seu território e, claro, dormir e descansar, melhor ainda se ele estiver tomando sol. Uma ou duas caixas de areia, água limpa e fresca sempre disponível e alimentos de boa qualidade, bem como desparasitação, vacinas e check-ups veterinários relevantes, são as chaves para garantir uma boa vida para eles.
Depois, é apenas uma questão de ter paciência, não forçar o contacto e dar espaço ao pet para se adaptar à sua nova casa e estabelecer um novo laço felino-humano com você. No começo, se o vemos estressado, podemos usar feromonas calmantes para tentar tranquilizá-lo. Oferecer comida como recompensa pode fazer com que ele associe o tutor com elementos positivos. Em associações e canis de proteção animal é possível escolher, entre um grande número de gatos, aquele que nos parece mais adequado às nossas condições de vida.
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- Morris, Desmond. (1988). Observe a su gato. Barcelona. Plaza y Janés.