Como ocorre a reprodução dos gorilas?



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Os gorilas são um dos primatas geneticamente mais próximos da espécie humana, o que tem despertado grande interesse para a ciência, especialmente nas áreas de genética e evolução. Esses hominídeos habitam densas áreas florestais da África, mas, atualmente, as duas espécies existentes, o gorila ocidental (Gorilla gorilla) e o gorila oriental (Gorilla beringei), estão em perigo crítico de extinção.
Daí a importância do nascimento de cada nova cria. Neste artigo da PeritoAnimal, oferecemos informações sobre a reprodução desses animais. Convidamos você a continuar lendo para saber como os gorilas se reproduzem e nascem.
Como os gorilas acasalam?
Os gorilas se caracterizam por terem uma conduta poligínica, o que significa que não são monogâmicos. Pelo contrário, o macho que consegue se tornar líder, comumente conhecido como costas prateadas, tem a exclusividade de acasalar com todas as fêmeas que formam o grupo familiar. Este macho mostrará sua força e suas habilidades frente aos outros machos, o que resulta atraente para as fêmeas, no sentido de garantir a herança genética de sua descendência.
Esses animais, assim como os humanos, não têm uma época reprodutiva fixa no ano, por isso a cópula pode ocorrer a qualquer momento. As fêmeas têm um ciclo estral de 28 dias. Externamente, não se observa fluxo menstrual e elas são receptivas apenas durante o período de cio. Por outro lado, o comportamento de acasalamento geralmente é iniciado pelas fêmeas, com uma série de aproximações lentas.
Geralmente, o macho responde a esse contato, mas, caso não o faça de forma imediata, a fêmea pode intensificar seu cortejo, dando certos golpes no chão e até mesmo acariciando-o. Os machos também podem ter comportamentos de cortejo e serem eles a mostrar sua disposição perante as fêmeas.
Como curiosidade, os gorilas são capazes de copular frente a frente, uma conduta restrita aos humanos e a muito poucos animais.

Como nascem os gorilas?
Uma vez que a fêmea fica grávida, a gestação dura entre 8,5-9 meses, dependendo do tipo de gorila. Geralmente, o gorila oriental estará no primeiro intervalo e o ocidental no segundo. Após uma gestação, a fêmea não voltará a se reproduzir por pelo menos três anos. Ter uma taxa reprodutiva lenta, juntamente com a timidez desses animais, que evitam contato com os humanos em seu habitat natural, dificulta o estudo desse processo.
O parto dos gorilas costuma ser rápido, no entanto, eventualmente pode se tornar algo complicado e se estender por mais de um dia. A fêmea, geralmente, mostra um comportamento de afastamento do grupo quando inicia o processo e é comum que o nascimento ocorra à noite ou de madrugada, embora a companhia de um membro do grupo familiar ofereça tranquilidade à mãe e, sobretudo, sensação de segurança para a cria.

Quantos filhos um gorila tem?
Nos gorilas, o habitual é que nasça uma cria em cada parto, embora, em casos excepcionais, possam ter gêmeos. Nesse aspecto e na imaturidade com que nascem as crias, são também semelhantes aos humanos. Apesar de um período de gestação próximo de um ano, as crias nascem em um estado bastante imaturo, por isso são muito dependentes de suas mães. Sem os cuidados adequados, é fácil que morram.
Um bebê gorila pesa ao nascer entre 1,3-3 quilos, um peso bastante reduzido comparado ao que esses animais alcançam quando adultos. Infelizmente, existe uma taxa de mortalidade em gorilas recém-nascidos de cerca de 20%. Somado ao seu lento processo reprodutivo, é outro fator que limita a recuperação populacional dessas espécies.

Como é a criação de gorilas?
Os cuidados de um gorila recém-nascido são principalmente responsabilidade da mãe, de quem ele depende completamente. Durante os primeiros meses, ela o transportará sobre o ventre, o que a leva a se deslocar apoiada em apenas três extremidades, pois com uma das superiores ela segura a cria pressionada contra seu corpo. Entre o primeiro e o segundo mês, o pequeno gorila já poderá se segurar sozinho no pelo da mãe por um tempo.
A partir dessa idade, e até aproximadamente um ano, a forma de transportá-lo será alternando entre o ventre e o dorso. Após um ano, para trajetos curtos, a cria se deslocará por conta própria seguindo a mãe. Nos gorilas, a interação mãe-cria é fundamental para o desenvolvimento e a socialização do novo membro do grupo. Mesmo após completar um ano, os gorilas se mantêm ao alcance visual de suas mães, que são muito cautelosas diante de qualquer perigo. À medida que crescem, o contato vai diminuindo.
Por volta dos dois meses, aproximadamente, esses pequenos iniciam brincadeiras com suas mães e, por volta dos quatro meses, com outros membros do grupo, sempre sob a supervisão materna. Aos dois anos, já interagem de forma mais independente com seus familiares, especialmente com seus irmãos ou com gorilas de idades semelhantes, e também com o macho de costas prateadas, a quem começam a se aproximar e com quem até praticam algumas brincadeiras.
Os machos defendem com ferocidade tanto as fêmeas quanto as crias diante de qualquer perigo, como, por exemplo, outro macho que tente assumir o controle do grupo. Geralmente, se isso ocorrer, o novo líder mata os menores para ter seus próprios descendentes com as fêmeas que agora lidera.
A interação social nos gorilas é fundamental para o seu desenvolvimento. Quando os gorilas perdem suas mães ou são criados em cativeiro, sobreviver se torna mais complicado e, além disso, no desenvolvimento, observam-se certas diferenças devido à falta de aprendizados que requerem o contato materno.

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- Abelló, M. (2010). Factores incidentes en la reproducción y desarrollo de los primates en cautividad: conservación “ex situ” de los gorilas occidentales (Gorilla gorilla). Tesis de Doctorado, Universidad de Barcelona. Disponible en: https://www.tdx.cat/bitstream/handle/10803/52079/MTAP_TESIS.pdf;jsessionid=484B8DBF0ED3F134E172B5996448B5D9?sequence=1
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