Medicamentos

Clindamicina para gatos: doses, usos e efeitos colaterais

 
Laura García Ortiz
Por Laura García Ortiz, Veterinária em medicina felina. 5 dezembro 2025
Clindamicina para gatos: doses, usos e efeitos colaterais
Gatos

Ver fichas de  Gatos

A clindamicina para gatos é um antibiótico do grupo das lincosamidas utilizado para tratar infecções bacterianas e algumas por protozoários, como a toxoplasmose. O mecanismo de ação deste medicamento consiste em inibir a síntese de proteínas das bactérias, o que faz com que seu crescimento seja interrompido e, em alguns casos, pode até as eliminar. É eficaz contra bactérias gram-positivas que geralmente estão envolvidas em feridas infectadas, infecções cutâneas, infecções dentárias, abscessos por mordidas e osteomielite.

É comercializada em vários formatos e, embora geralmente seja bem tolerada, às vezes podem ocorrer efeitos colaterais. Continue lendo este artigo do PeritoAnimal para saber mais sobre clindamicina para gatos: doses, usos e efeitos colaterais.

Também lhe pode interessar: Clindamicina para gatos: uso e doses
Índice
  1. O que é a clindamicina para gatos e como ela funciona?
  2. Para que serve a clindamicina em gatos?
  3. Dose de clindamicina para gatos
  4. Efeitos colaterais da clindamicina em gatos
  5. Precauções e contraindicações da clindamicina em gatos
  6. Alternativas à clindamicina em gatos

O que é a clindamicina para gatos e como ela funciona?

A clindamicina é um antibiótico bacteriostático do grupo das lincosamidas, por ser um análogo clorado da lincomicina que age inibindo a síntese de proteínas bacterianas mediante sua ligação reversível à subunidade 50-S do ribossomo, impedindo a tradução dos aminoácidos ligados ao RNAt e evitando assim o alongamento da cadeia peptídica. Por isso, apresenta um efeito bacteriostático porque detém a multiplicação bacteriana e, em algumas ocasiões, também pode exercer um efeito bactericida quando administrada na concentração adequada.

Também é eficaz contra o Toxoplasma gondii, o protozoário causador da toxoplasmose felina.

Para que serve a clindamicina em gatos?

A clindamicina é usada na espécie felina para o tratamento de feridas infectadas e abscessos causados por bactérias sensíveis ao antibiótico, ou seja, bactérias gram-positivas como Staphylococcus spp. e Streptococcus spp., assim como bactérias anaeróbias. Além disso, por ser uma lincosamida, é utilizada para tratar infecções resistentes à penicilina, eritromicina e cefalosporinas. Também se mostra eficaz contra o protozoário Toxoplasma gondii.

De fato, as infecções mais frequentes nas quais este medicamento costuma ser utilizado nos gatos são as dentárias, como gengivite, periodontite ou abscessos dentais. No entanto, também pode ser útil em feridas profundas, infecções de tecidos moles, da pele e em casos de osteomielite.

Dose de clindamicina para gatos

Para os felinos, a dose de clindamicina mais empregada é a utilizada nas infecções bucais, que pode ser de 11 mg/kg a cada 24 horas ou 5,5 mg/kg de peso a cada 12 horas, durante cinco dias. Se for utilizada clindamicina para a toxoplasmose felina, a dose é de 25 a 50 mg/kg, dividida em duas administrações diárias durante 14 a 21 dias, conforme o caso.

Efeitos colaterais da clindamicina em gatos

A clindamicina é um antibiótico útil em felinos, mas pode provocar efeitos colaterais, assim como qualquer outra medicação. Especificamente, os principais efeitos colaterais que podem aparecer em um a cada dez gatos tratados com o antibiótico são:

  • Vômitos;
  • Diarreia;
  • Alteração da flora gastrointestinal.

O gato também pode ter perda de apetite, salivação excessiva, dor abdominal, letargia e prisão de ventre.

Além disso, a clindamicina pode favorecer a hiperproliferação de organismos não sensíveis, como clostrídios e leveduras resistentes, pelo que se devem tomar as medidas necessárias se isto ocorrer. Embora seja raro, também pode ocorrer uma reação alérgica à clindamicina, que provoque inchaço do focinho, urticária, coceira e dificuldade respiratória.

Precauções e contraindicações da clindamicina em gatos

Assim como ocorre com outros medicamentos, antes de empregar este antibiótico em um gato é preciso considerar suas contraindicações e precauções, que são as seguintes:

  • Não utilizar em gatos com hipersensibilidade conhecida à clindamicina, à lincomicina ou a algum dos excipientes;
  • Usar após avaliação de benefício-risco em gatas gestantes e lactantes, assim como em machos reprodutores;
  • Não usar em gatos com diarreia severa antes do tratamento, pois pode piorar o quadro;
  • Não usar em infecções causadas por bactérias não sensíveis ao antibiótico, como algumas infecções urinárias ou respiratórias;
  • Administrar duas horas após sais e hidróxidos de alumínio, do complexo alumínio-magnésio-silicato ou do caulim, já que podem reduzir a absorção gastrointestinal das lincosamidas, como a clindamicina;
  • Não usar em combinação com outros antibióticos como macrolídeos (azitromicina, eritromicina, etc.) ou cloranfenicol, pois pode se tornar menos eficaz ao competirem todos pelo mesmo sítio de ligação na subunidade 50S;
  • Usar com precaução em gatos com doença renal ou hepática, uma vez que são os órgãos que eliminam e metabolizam o medicamento;
  • Não suspender o tratamento antes do tempo, pois pode haver perda da eficácia, levando ao possível surgimento de resistências antimicrobianas.
Clindamicina para gatos: doses, usos e efeitos colaterais - Precauções e contraindicações da clindamicina em gatos

Alternativas à clindamicina em gatos

A clindamicina é muito eficaz especialmente para as infecções bucais e para a toxoplasmose felina, mas se pode considerar alternativas conforme o quadro a ser tratado, sempre realizando um antibiograma para determinar o melhor tratamento. Algumas opções são:

  • Para infecções dentais, dependendo da bactéria responsável, podem ser empregados amoxicilina-ácido clavulânico, doxiciclina ou metronidazol, e inclusive cefalexina ou cefovecina por meio de injeção de longa duração;
  • No caso de abscessos ou feridas infectadas, assim como para infecções cutâneas ou de tecidos moles, podem ser utilizadas cefalosporinas, amoxicilina-ácido clavulânico ou doxiciclina, conforme o tipo de bactéria;
  • A alternativa mais empregada à clindamicina no caso da toxoplasmose é pirimetamina + sulfadiazina, embora requeira controles veterinários periódicos;
  • Por fim, para infecções ósseas ou profundas, a escolha sempre depende da cultura e do antibiograma, mas podem ser empregadas cefalosporinas de primeira ou terceira geração, amoxicilina-ácido clavulânico ou doxiciclina.

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

Se pretende ler mais artigos parecidos a Clindamicina para gatos: doses, usos e efeitos colaterais, recomendamos que entre na nossa categoria de Medicamentos.

Artigos relacionados
Escrever comentário
Adicione uma imagen
Clique para adicionar uma foto relacionada com o comentário
O que lhe pareceu o artigo?
1 de 2
Clindamicina para gatos: doses, usos e efeitos colaterais