Sons que cachorros odeiam

Um dos principais sons que pode causar reações muito intensas de medo em cães é o produzido por fogos de artifício e pirotecnia em geral. Trata-se de um som totalmente artificial, de alta intensidade e que, além disso, costuma vir acompanhado de efeitos luminosos que podem confundir o animal. Durante a celebração de certas festas, é muito comum o uso de fogos de artifício e, em algumas ocasiões, são lançados em áreas urbanas, muito perto de casas e edifícios onde vivem animais. Sempre que isso acontece, há muitos casos documentados de cães e gatos que sofrem ataques de pânico, exibindo sinais claros de medo, ansiedade e desconforto, o que pode acabar desencadeando problemas físicos e psicológicos graves.

Aos tutores que vivem em áreas onde o uso de fogos de artifício é comum, geralmente é recomendado que acostumem gradualmente seus peludos ao ruído desde filhotes, para evitar o desenvolvimento de fobias na idade adulta. Mas se o seu já desenvolveu a fobia, recomendamos a leitura de nosso artigo "Cachorro com medo de fogos, o que fazer?".

Assim como acontece no caso dos fogos de artifício, o som dos trovões é um estímulo que provoca medo em muitos cachorros. Além disso, durante uma tempestade, é comum que o grave som do trovão seja acompanhado por ventos fortes, chuva ou raios, o que pode assustar ainda mais os peludos mais sensíveis ou que não estão acostumados a viver esse tipo de situação.

Como se trata de um fenômeno atmosférico natural, é mais complicado prever com segurança quando ocorrerá uma tempestade e, às vezes, ela nos pega de surpresa e não podemos evitá-la. Se o seu cachorro odeia o som dos trovões, recomendamos que coloque a cama do seu cão em um quarto o mais isolado possível, abaixe totalmente as cortinas e coloque uma música suave. Da mesma forma, você pode colocar alguns tapetes higiênicos caso o seu cão precise fazer xixi (e assim evitar levá-lo para fora durante a tempestade) e oferecer alguns petiscos para que ele se sinta mais tranquilo. Se você souber que haverá uma tempestade em breve, também pode se antecipar e colocar feromônios apaziguadores no ambiente para ajudar seu cãozinho.

Ônibus, buzinas, motos... o barulho gerado pelo trânsito costuma ser muito desagradável para qualquer pessoa, por isso é um dos sons que mais incomodam os cães. Os peludos que vivem junto com seus tutores no centro de grandes cidades geralmente estão mais acostumados a esse tipo de ruídos, mas isso não significa que eles não se incomodem em ouvir constantemente os sons de trânsito. Por outro lado, os cães que, durante sua fase sensível de desenvolvimento (de cerca de três semanas a três meses), não foram expostos a esse tipo de situações, são muito suscetíveis a se assustar quando, após esse período, são levados para passear na rua. Por esse motivo, é essencial que o filhote se familiarize com tudo ao seu redor, mesmo que seja saindo para passear nos braços do tutor. Aqui explicamos tudo sobre "Socializar um filhote de cachorro corretamente".

Sabemos que a exposição crônica a ruídos mais ou menos intensos acaba afetando nossa capacidade auditiva e também a dos nossos cães. Por isso, é importante de vez em quando afastar-se da agitação da cidade e sair para passear no campo ou na praia. Seu cachorro agradece!

Nós, humanos, passamos toda a vida ouvindo o barulho da máquina de lavar, do aspirador de pó, da lava louças, etc., e isso não nos parece estranho de forma alguma. Na verdade, estamos tão acostumados que, se não prestarmos atenção, às vezes nem percebemos o som de alguns eletrodomésticos. No entanto, devemos ter em mente que nosso cachorro também vive na mesma casa e é capaz de perceber todos esses sons e mais, pois certas frequências altas que alguns dispositivos podem estar emitindo são captadas apenas pelo cão.

O uso de eletrodomésticos em casa é inevitável, claro, mas por esse mesmo motivo é importante apresentar os sons ao cão, preferencialmente desde filhote, para que ele também se acostume a eles. Por exemplo, é recomendável associar o som do secador de cabelo a experiências positivas para que, no momento de secar o animal após o banho, ele não entre em pânico.

Da mesma forma, para evitar desconfortos desnecessários para seu peludo, aconselhamos colocar sua área de descanso em um local tranquilo da casa e fechar as portas ao ligar dispositivos barulhentos.

Como já mencionamos, os cães podem ouvir frequências sonoras que chegam até 60.000 ou 65.000 Hz, ou seja, sons muito mais agudos do que nós somos capazes de ouvir. Isso significa que, no dia a dia, nossos peludos podem estar percebendo ruídos dos quais nem sequer somos conscientes e, portanto, que não podemos controlar. No entanto, temos controle sobre alguns dispositivos que foram criados especificamente pensando na excepcional capacidade auditiva dos cães. Estamos nos referindo aos apitos, produtos "anti-latidos" e outros dispositivos criados para o adestramento canino. Esses instrumentos baseiam-se na emissão de ultrassons para provocar certas reações nos cães. O principal problema é que, como não podemos ouvir nada, às vezes seu uso passa do limite, causando desconforto significativo nos animais, que geralmente acham esse som agudo desagradável.

Nossa recomendação é não usar esses dispositivos e buscar a ajuda e orientação de um etólogo profissional para lidar com qualquer problema de comportamento ou, simplesmente, para garantir que seu cãozinho receba uma educação de qualidade. Os ultrassons são ruídos que incomodam muito os cães, por isso é preferível evitá-los.

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