Penectomia em gatos - O que é, recuperação e riscos

A obstrução uretral em gatos pode ocorrer por infecções do trato urinário, malformações anatômicas, alterações no ambiente e mudanças comportamentais, disfunções neurológicas, plugs, urólitos e traumas, porém cerca de 60 a 85% dos casos é descrito como idiopática (origem desconhecida). A doença do trato urinário inferior dos felinos e a obstrução uretral podem ocorrer em gatos de qualquer idade e sexo, mas está mais relacionada a machos, pois possuem a uretra mais longa e estreita. Animais entre dois e seis anos de idade, castrados, com sobrepeso, sedentários, com consumo de ração seca, sem acesso à rua e que vivem em colônias são os mais acometidos.

Quando obstruídos, os gatos devem ser imediatamente levados ao veterinário, que deverá esvaziar a bexiga do gato por meio de cistocentese (aspirar a urina com o uso de uma seringa, diretamente da bexiga) para evitar a sua ruptura e dar conforto ao animal. Após esse cuidado, será realizada a massagem no pênis do gato, para que seja expelido algum cálculo ou tampão mucoso que esteja obstruindo a uretra. Em seguida, será necessário sondar o gato com uma sonda uretral própria para a espécie e realizar a lavagem da bexiga.

Caso a sondagem não seja possível, o que acontece em gatos que já passaram pelo procedimento outras vezes, o tratamento de escolha será a penectomia, ou seja, a amputação do pênis. Esse tratamento é bastante radical e deverá ser utilizado somente em casos em que não existam outras opções. E lembre-se: somente o veterinário poderá indicar a cirurgia de remoção do pênis, que será realizada sob anestesia geral. O pós-operatório da penectomia é bem delicado e exige atenção e cuidado do tutor.

A penectomia, considerada a última opção em casos de obstrução uretral, é indicada quando não é possível a desobstrução, como em casos nos quais o gato já passou por outros episódios de obstrução uretral, já foi sondado várias vezes e ocorreu uma fibrose no pênis, impedindo a passagem da sonda na uretra. Outra situação ocorre quando não há resposta ao tratamento clínico de cálculos urinários, ou seja, mesmo com a dieta adequada e um maior consumo de água, o gato continua a formar cálculos urinários, sendo necessária a amputação do seu pênis.

Não há contraindicações para a penectomia, mas ela deve ser uma opção considerada somente quando não existem outras ainda viáveis, pois se trata de uma alternativa radical. Para ser indicada, todos os outros tipos de tratamento deverão ser tentados antes, e sem sucesso, para garantir que a penectomia seja realmente necessária.

Os cuidados pós-operatórios são fundamentais para o sucesso da cirurgia. Podem ocorrer várias complicações após o procedimento cirúrgico, como hemorragias, vazamento de urina, infecções, estenose da uretra, incontinência urinária e fecal e prolapso retal. Os cuidados devem incluir limpeza, desinfecção da ferida cirúrgica, repouso, evitar que o animal fique lambendo o local, alimentação adequada e estimular o gato a beber mais água.

Geralmente, em cerca de 15 dias, caso não haja complicações, o animal já estará recuperado e urinando normalmente. O sucesso da cirurgia depende em grande parte de um pós-operatório bem feito. Infecções podem causar problemas graves, prejudicando o resultado da cirurgia e causando até mesmo o óbito do animal. Impedir o acesso à rua é fundamental para garantir que a medicação seja administrada corretamente e que o gato beba a quantidade de água adequada para manter um fluxo urinário adequado, evitando a formação de novos cálculos.

O repouso também é um fator muito importante para o sucesso da cirurgia, pois brincadeiras, pulos e correrias podem resultar em hemorragia pós-operatória. O ideal é deixar o bichano em um local aquecido, bem ventilado e limpo, sem muitos lugares para pular, comida e água com fácil acesso. Com esses cuidados, o seu amigo irá se recuperar rapidamente e voltará a ter uma vida normal e ativa!

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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