Os peixes têm língua?

A língua é um órgão de natureza muscular que se encontra na boca de muitos animais vertebrados, sendo usada para perceber o sabor graças às papilas gustativas que possui e também para engolir os alimentos. Nesse sentido, com base nesse significado, podemos afirmar que os peixes realmente não têm uma língua, mas possuem uma estrutura que se assemelha a esse órgão, embora com características diferentes. Portanto, em vez de língua, os peixes têm o basihial, que se forma a partir da cartilagem inferior da boca.

Todos os peixes têm língua?

Em geral, todos os peixes têm uma estrutura semelhante à língua. Eles podem ou não ter mandíbulas, dependendo do grupo a que pertencem, mas o mais comum é que as tenham. Os peixes que não possuem mandíbulas pertencem a uma linhagem antiga de vertebrados com várias características peculiares e distintas. Nesse sentido, os peixes com mandíbulas são os que possuem o basihial, que desempenha uma função que veremos a seguir.

Por outro lado, os peixes sem mandíbulas, como os peixes-bruxa, possuem estruturas com movimento horizontal e projeções dentárias que usam para capturar alimentos. Além disso, eles têm uma placa cartilaginosa que podem estender e retrair, a qual é equipada com dentes córneos que ajudam a levar o alimento até a faringe, funcionando de maneira semelhante a uma língua, embora com uma constituição diferente.

Nos peixes, encontramos o basihial, que consiste em uma estrutura óssea localizada na parte inferior da boca. Embora em aparência seja semelhante à língua de outros animais vertebrados, como já mencionamos, essa estrutura não possui constituição muscular, nem papilas gustativas, portanto, os peixes não sentem o sabor dos alimentos. Além disso, o basihial não é capaz de fazer tantos movimentos como a língua.

Já foi proposta a hipótese de que esse órgão evoluiu nos peixes para proteger a aorta ventral, que está localizada próxima à boca nesses animais.

Atualmente, sabemos que o processo de mastigação é diferente entre os peixes e os mamíferos, principalmente devido à forma como utilizam a língua, ou no caso dos peixes, o basihial. Nesse sentido, a língua ossuda dos peixes é usada para direcionar o alimento para trás, enquanto nós, mamíferos, a usamos para posicionar a comida no lugar correto e triturá-la adequadamente.

Diversas espécies de peixes têm um padrão de mastigação que começa com o basihial posicionado para cima. Em seguida, o músculo esternotiróideo é ativado para retrair a "língua" para dentro da boca e, em seguida, movê-la novamente para a frente e para cima, retornando à sua posição inicial. Nesse contexto, a língua dos peixes tem a função de transportar rapidamente o alimento através da boca enquanto é triturado. Além disso, a língua também direciona oxigênio pela água para as brânquias, permitindo que o peixe respire. Dessa forma, há um movimento constante de ida e volta na cavidade bucal do peixe. Explicamos em detalhes o processo de respiração dos peixes no artigo "Como os peixes respiram: explicação e exemplos".

Por outro lado, algumas espécies de peixes, especialmente os peixes ósseos, têm o basihial equipado com dentes, que os ajudam a prender as presas que capturam. Lampreias, que são membros dos peixes sem mandíbula, também possuem dentes córneos, semelhantes aos peixes-bruxa, que usam para raspar o alimento (geralmente carniça) com a capacidade de projetar uma estrutura que se assemelha a uma língua - algo que nem todos os peixes podem fazer.

Portanto, podemos ver que, embora os peixes não tenham uma língua como a de outros animais, isso não representa uma limitação para se alimentarem adequadamente. Além do basihial, eles desenvolveram estratégias muito eficazes para se alimentarem, dependendo do grupo ao qual pertencem. Alguns aspiram ou sugam a água, fazendo com que as presas sejam direcionadas diretamente para a boca, enquanto a água flui para as brânquias, auxiliando na respiração.

Outras espécies com maior comportamento predatório, como os tubarões, possuem dentes especializados para capturar e dilacerar as presas, muitos deles sendo superpredadores nos ecossistemas marinhos. São tão eficazes que os dentes podem ser substituídos se forem perdidos. Saiba mais sobre o assunto no artigo "Quantos dentes tem um tubarão?".

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