Curiosidades do mundo animal

Peixes agnatos ou sem mandíbula - Características e exemplos

 
Peixes agnatos ou sem mandíbula - Características e exemplos

Os peixes agnatos surgiram há cerca de 470 milhões de anos. Embora a maioria deles tenha se extinguido, ainda existem alguns tipos que se alimentam de uma maneira singular. É possível encontrá-los em águas ao redor de todo o mundo e, além disso, eles compartilham poucas características com outros animais marinhos.

Neste artigo do PeritoAnimal apresentamos os peixes agnatos ou peixes sem mandíbula - características e exemplos. Descubra quais são eles!

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Índice

  1. O que são peixes agnatos
  2. Características dos peixes agnatos
  3. Lampreias: o que são e características
  4. Lampreias marinhas
  5. Lampreias de rio
  6. Outras espécies de lampreias
  7. Myxini: o que são e características
  8. Espécies de myxini
  9. Outras espécies de myxini
  10. Ostracodermes: extinto peixe sem mandíbula
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O que são peixes agnatos

Antes de mostrar as espécies de peixes agnatos que existem, é necessário definir o que eles são. Tratam-se de peixes sem mandíbula da era Paleozoica. Surgiram no planeta há 470 milhões de anos e começaram a extinguir-se há 370 milhões de anos, embora ainda existam algumas espécies sobreviventes.

Os peixes agnatos são o terceiro grupo incluído na classificação comum dos peixes. Junto com eles, estão os:

Quando os primeiros vertebrados começaram a aparecer, inicialmente desenvolveram-se os peixes que hoje conhecemos como agnatos. Com o tempo, foram desaparecendo para dar lugar a espécies com formações ósseas mais definidas e resistentes. Os primeiros destes foram os condrictes e, posteriormente, surgiram os peixes ósseos.

Características dos peixes agnatos

Já vimos que o grupo que engloba os peixes sem mandíbula é conhecido como "agnato", cujo nome científico é Agnatha. Agora, vamos ver suas principais características. Na antiguidade, a morfologia dessas espécies era muito variada, embora compartilhassem o fato de estarem entre os primeiros vertebrados, terem estruturas externas semelhantes a armaduras, além de nadadeiras em algumas espécies. As características dos peixes agnatos atuais são semelhantes, pois compartilham mais do que apenas o fato de não terem mandíbula.

Uma característica comum é a aparência semelhante à das enguias, ou seja, corpo alongado e sem escamas ou nadadeiras, além de uma pele mucosa e olhos sensíveis à luz. O esqueleto é cartilaginoso e não possui região occipital, enquanto as brânquias têm forma de bolsa.

Os agnatos parasitam outras espécies de peixes ou se alimentam de carniça com métodos particulares, como a sucção. Atualmente, sobrevivem duas classes de agnatos ou peixes sem mandíbula:

  • Lampreias (41 tipos)
  • Myxini (31 tipos).

Lampreias: o que são e características

As lampreias (Hyperoartia) são peixes sem mandíbula. O corpo é semelhante ao das enguias: alongado, flexível e fino. Elas podem viver em água doce ou salgada, dependendo da subespécie.

A boca da lampreia é circular e cheia de ventosas, com as quais se adere às espécies que parasita, como tubarões e mamíferos marinhos. Dentro da boca, a lampreia apresenta dentes cônicos e uma língua adaptada para raspar os tecidos; essas estruturas permitem que ela faça uma ferida na pele de suas presas e sugue o sangue que constitui sua alimentação.

Uma característica curiosa deses peixes agnatos é que as lampreia-de-bolsa desenvolvem uma bolsa abaixo dos olhos durante a época de acasalamento. Embora a função exata ainda seja desconhecida, esta poderia ser uma estrutura necessária para revolver o leito marinho e preparar o ninho.

Dentro do grupo de lampreias, existem dois tipos: lampreias marinhas e lampreias de rio.

Peixes agnatos ou sem mandíbula - Características e exemplos - Lampreias: o que são e características

Lampreias marinhas

Estes peixes agnatos são aqueles habitam os mares e oceanos de todo o mundo. Entre elas, é possível mencionar as seguintes espécies:

Lampreia chilena

A lampreia chilena (Mordacia lipicida) é um peixe agnato endêmico da costa do Chile. Mede até 54 cm e possui uma bolsa desde a região cervical até as brânquias, além de um olho grande localizado na região lateral-dorsal.

Durante o inverno, a lampreia chilena se afasta das águas frias da costa e migra para o mar. A imagem mostra uma lampreia chilena.

Lampreia-de-bolsa

A lampreia de boca larga (Geotria australis) habita os oceanos Índico, Pacífico e Atlântico, além de estar presente nos países que compõem o Círculo de Fogo. Mede até 60 cm e desenvolve uma bolsa sob os olhos, aparentemente projetada para construir o ninho.

Essa espécie de lampreia se alimenta de peixes teleósteos. Apesar de viver no mar, durante o período de acasalamento, ela se aproxima dos rios para depositar seus ovos.

Peixes agnatos ou sem mandíbula - Características e exemplos - Lampreias marinhas
Imagem: fishingadvice.ru

Lampreias de rio

Várias espécies de lampreias passam parte do seu ciclo de vida em rios, enquanto outras só habitam águas doces. Estas são as espécies de lampreias de rio:

Lampreia do rio europeu

Chamada Lampetra fluviatilis, é uma espécie que mede 40 cm e distribui-se nos rios da Europa, onde passa a maior parte da sua vida. No entanto, também vive no mar quando atinge a idade adulta.

Conta com 7 aberturas branquiais e dois olhos bem desenvolvidos. Os seus dentes são afiados e permitem-lhe alimentar-se dos peixes que parasita.

Lampreia-de-riacho

A lampreia-de-riacho (Lampetra planeri) é semelhante à de rio, mas menor. Encontra-se apenas na comunidade espanhola de Navarra e em alguns rios de Portugal.

Uma curiosidade sobre esta espécie de peixe sem mandíbula é que as larvas levam 6 anos para atingir a maturidade sexual. Durante este período, alimentam-se de algas e detritos que encontram no leito dos rios.

Peixes agnatos ou sem mandíbula - Características e exemplos - Lampreias de rio

Outras espécies de lampreias

Existem outras espécies de lampreias distribuídas em mares, rios e oceanos ao redor do mundo. Aqui estão algumas delas:

  • Lampreia de riacho australiana (Mordacia praecox);
  • Lampreia de cabeça curta (Mordacia mordax);
  • Lampreia-marinha (Petromyzon marinus);
  • Lampreia do Pacífico (Lampetra tridentata);
  • Lamprea de Ohio (Ichthyomyzon bdellium);
  • Lamprea do Cáspio (Caspiomyzon wagneri);
  • Lampreia do ribeiro dos Cárpatos (Eudontomyzon danfordi);
  • Lampreia de Vladykov (Eudontomyzon vladykovi).

Myxini: o que são e características

Os myxini, também conhecidos como peixes-bruxa, são outra classe de agnatos ou peixes sem mandíbula que existem. Assim como as lampreias, apresentam um corpo circular e longo coberto por uma camada mucosa. Sua aparência geral é muito primitiva, pois não possuem paladar na boca, mas possuem células receptoras na pele e olhos simples.

Os myxini se alimentam de carniça e vísceras de animais maiores, que podem roer com sua presa viva, já que se introduzem em seus corpos. Como não possuem mandíbulas, possuem uma boca rudimentar com a qual podem aderir a elas, além de uma língua capaz de raspar a pele.

Peixes agnatos ou sem mandíbula - Características e exemplos - Myxini: o que são e características

Espécies de myxini

Entre as espécies de myxini que existem atualmente, encontram-se as seguintes:

Peixe-bruxa de Goliath

Seu nome científico é Eptatretus goliath e é conhecido por uma única observação feita na Nova Zelândia, de onde esta espécie é endêmica. Sabe-se que vive a 811 metros de profundidade e mede 1 metro de comprimento. Outros detalhes sobre seus hábitos são desconhecidos.

Enguia-de-casulo-do-atlântico

Também chamada de mixina-do-atlântico (Myxine glutinosa), vive nas águas que cercam a Península Ibérica, Noruega, Canadá, México e Reino Unido, onde é encontrada entre 40 e 1100 metros de profundidade.

A espécie atinge até 1 metro de comprimento e tem hábitos noturnos. Ela se alimenta de animais mortos ou agonizantes, introduzindo-se em seus corpos para devorar as vísceras.

Peixes agnatos ou sem mandíbula - Características e exemplos - Espécies de myxini

Outras espécies de myxini

Além das mencionadas, existem outras espécies de myxini, como as seguintes:

  • Peixe-bruxa do sul (Myxine australis);
  • Peixe-bruxa do cabo (Myxine capensis);
  • Myxine ios;
  • Myxine garmani;
  • Myxine pequenoi;
  • Myxine circifrons;
  • Myxine jespersenae;
  • Myxine mcmillanae.

Ostracodermes: extinto peixe sem mandíbula

Quando se trata de peixes da classe Agnatha extintos, os ostracodermos (Ostracodermi) estão entre os mais conhecidos. Eles atingiam entre 50 e 60 cm de comprimento e se extinguiram há 350 milhões de anos.

Entre os peixes agnatos, os ostracodermos eram diferentes, pois tinham escamas espessas que formavam um escudo ósseo que os protegia de predadores. Eles estão entre os primeiros vertebrados que apareceram na Terra, embora os agnatos atuais tenham um esqueleto cartilaginoso e não ósseo, por isso também são considerados condrictes.

Agora que você conheceu os peixes agnatos, não perca este outro artigo sobre os peixes de água fria.

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Bibliografia
  • Rodríguez, A.; Bessonart, M. (2007). Agnatos y condrictios. Facultad de Ciencias.
  • Granado Lorencio, C. (2002). Ecología de peces. Universidad de Sevilla.
  • Mincarone, M.M. (2011). Eptatretus goliath. The IUCN Red List of Threatened Species: e.T196023A8994230. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2011-1.RLTS.T196023A8994230.en>. Acesso em 6 de abril de 2023.
  • Mincarone, M.M. (2011). Myxine glutinosa. The IUCN Red List of Threatened Species: e.T196057A8988080. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2011-1.RLTS.T196057A8988080.en>. Acesso em 6 de abril de 2023.
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