É normal o gato vomitar depois de ser castrado?

Sim. O vômito não tem relação com a cirurgia de castração, mas pode estar associado à anestesia. O que pode acontecer também é a indução de uma gastrite medicamentosa com o uso de anti-inflamatórios e antibióticos durante e após a cirurgia. Somado a isso, o animal pode ter ficado muito tempo em jejum, já que não pôde comer algumas horas antes de receber a anestesia e nem no pós-operatório imediato, quando seus reflexos de deglutição ainda não estão recuperados.

Além disso, alguns animais sentem náuseas como um efeito colateral da anestesia, aumentando as chances de vomitar. O uso de medicamentos para proteger o estômago e antieméticos pode ser de grande valia para evitar esse tipo de complicação pós-cirúrgica, evitando que o animal fique desidratado e hipotenso.

Após a castração, os níveis de testosterona diminuem bruscamente, resultando em alterações de comportamento. O gato reduz seu comportamento territorialista e agressivo, parando de marcar território com urina e de brigar por fêmeas no cio. Além disso, ele não sente mais tanta necessidade de sair de casa para namorar, ficando mais caseiro e menos exposto a acidentes e brigas.

No entanto, nem sempre a castração consegue alterar o comportamento do bichano. Gatos castrados nos primeiros dois anos de vida tendem a ter uma alteração de comportamento mais intensa. Após essa idade, pouca alteração será vista caso o gatinho seja esterilizado. Isso acontece porque ele já criou um padrão de comportamento, não sendo guiado somente pela testosterona. Os passeios podem continuar, mas não serão para acasalar, e sim para se divertir, explorar o território, identificar possíveis fontes de comida e até mesmo caçar. O gato é um animal curioso e com muita energia, que geralmente é utilizada para caçar e brincar.

Em apenas algumas horas após a cirurgia, o gato já estará recuperado da anestesia. No entanto, ele ficará mais quieto caso sinta algum desconforto, além do incômodo causado pelo uso de colar elizabetano e de roupa cirúrgica. Após cerca de 7 a 10 dias, os pontos poderão ser retirados, caso haja pontos externos, e o gato estará liberado dos artefatos que o impedem de lamber a ferida cirúrgica. Nessa fase, o gato já voltará a se exercitar com mais intensidade e ficará mais descontraído, voltando a realizar suas atividades normais.

Dentro do período de um mês após a castração, o gato estará com sua rotina reestabelecida, porém mais calmo, sem o estímulo dos hormônios sexuais. Dependendo da idade na qual o gato foi castrado, a alteração de comportamento poderá ser mais intensa. Se o animal for esterilizado antes dos dois primeiros anos de idade, a mudança de comportamento será mais marcante, com diminuição da marcação de território e das brigas por fêmeas no cio.

Em relação à fêmea, é eliminado o comportamento reprodutivo, pois ela não entrará mais no cio e não ficará perambulando pelas ruas à procura de um gato para acasalar. Por esse motivo, a gata ficará mais tempo em casa, mais tranquila e calma, o que pode resultar em aumento de peso devido ao sedentarismo. Os machos castrados também tendem a engordar com o passar do tempo devido à diminuição da atividade física.

As complicações no pós-operatório da cirurgia de castração geralmente são facilmente percebidas, como dor, apatia, falta de apetite, infecções e deiscência de pontos (os pontos se abrem). O gato é um animal extremamente resistente à dor. Quando ele se sente mal, tende a se esconder e ficar quieto, por isso que, quando o tutor percebe que o gato não está bem, ele já está em um estágio mais avançado do problema.

O ideal é ficar sempre alerta às alterações de comportamento do bichano, mesmo que sutis, como se alimentar menos, não querer brincar, esconder-se pela casa, reclamar ao ser tocado, vomitar, apresentar secreções na ferida cirúrgica e não defecar e/ou não urinar. O ato de tentar lamber a cirurgia o tempo todo pode demonstrar que algo está incomodando, como dor, ardência e até mesmo coceira. Isso também pode ser um sinal de alerta para uma cicatrização com problemas. Pequenos sangramentos não devem acontecer, sendo um indício de que uma hemorragia está ocorrendo. Nesses casos, não espere o gato melhorar sozinho! Corra para pedir orientação de um veterinário da sua confiança, pois a vida do bichano pode estar em risco.

Neste artigo explicamos mais sobre Sinais de alerta pós-castração de uma gata.

Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

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