Como é a mandíbula dos vertebrados que têm dentes?


A mandíbula é uma das estruturas mais fascinantes e fundamentais no reino animal, especialmente nos vertebrados que têm dentes. Essa estrutura complexa e versátil não é essencial apenas para a alimentação, mas também desempenha um papel crucial na comunicação, na defesa e na interação com o ambiente.
Você já se perguntou como foi a evolução da mandíbula dos vertebrados que têm dentes? Neste artigo do Experto Animal, exploraremos em detalhes como é a mandíbula dos vertebrados que têm dentes e suas características. Não perca!
Como se chama a mandíbula dos vertebrados que têm dentes?
A mandíbula dos vertebrados que têm dentes é chamada de mandíbula óssea ou maxilar inferior. Essa estrutura faz parte do aparelho mastigatório e é composta principalmente por ossos que variam conforme o grupo de vertebrados ao qual o animal pertence.
Podemos observar as seguintes diferenças na estrutura:
- Em animais mamíferos: a mandíbula é formada por um único osso chamado mandíbula óssea, que é maior e mais resistente osso da mandíbula inferior. Esse osso abriga os dentes inferiores e se articula com o crânio por meio da articulação temporomandibular, o que permite movimentos complexos para mastigar;
- Em outros vertebrados, como peixes, anfíbios, répteis e aves: a mandíbula pode ser composta por vários ossos. Por exemplo, em peixes ósseos, a mandíbula inferior inclui ossos como o dentário, o articular, o quadrado e o anguloarticular. No caso de répteis e aves, a mandíbula também é formada por múltiplos ossos, embora nas aves esses ossos tenham se modificado para formar o bico.

Evolução da mandíbula dos vertebrados que têm dentes
A mandíbula é uma das inovações evolutivas mais importantes nos animais vertebrados, permitindo que eles explorassem novos recursos alimentares e se diversificassem em diversos nichos ecológicos.
Os primeiros vertebrados, como os ágnatos (peixes sem mandíbulas), não possuíam essa estrutura e se alimentavam por filtração ou sucção. A mandíbula evoluiu a partir dos arcos branquiais dos peixes primitivos, dando origem aos gnatostomados (vertebrados com mandíbulas), que incluem a maioria dos vertebrados modernos.
Nos peixes cartilaginosos (tubarões e raias), a mandíbula é feita de cartilagem e possui múltiplas fileiras de dentes substituíveis. Por outro lado, os peixes ósseos desenvolveram mandíbulas adaptadas às suas dietas: fortes e com dentes afiados em predadores, ou adaptadas para triturar algas em herbívoros. Com a transição para o ambiente terrestre, os tetrápodes (anfíbios e répteis) desenvolveram mandíbulas mais robustas para capturar presas em terra. Répteis, como os crocodilos, têm mandíbulas poderosas para processar alimentos duros.
No caso dos mamíferos, a mandíbula foi simplificada para um único osso (a mandíbula óssea), com uma articulação única que permite movimentos complexos para mastigar. Além disso, desenvolveram dentição heterodonte (dentes diferenciados) adaptada a dietas específicas. Nas aves, embora tenham perdido os dentes, suas mandíbulas se transformaram em bicos especializados para diversas dietas, desde capturar presas até triturar sementes.
Agora que você já sabe como foi a evolução da mandíbula dos vertebrados que têm dentes, vamos ver como ela é atualmente!
Como é a mandíbula em vertebrados que têm dentes?
A mandíbula dos vertebrados que têm dentes é uma estrutura altamente especializada que varia conforme o grupo e suas adaptações específicas. Na maioria dos vertebrados, a mandíbula é formada por ossos.
Nos mamíferos, a mandíbula óssea é o osso principal, enquanto em outros grupos, como répteis e peixes, pode ser composta por vários ossos fusionados ou articulados. Os ossos da mandíbula são projetados para suportar a pressão gerada durante a mordida e a mastigação.
Os dentes estão incrustados na mandíbula e variam em forma, tamanho e função segundo a dieta do animal. Por exemplo, animais carnívoros têm dentes afiados e caninos longos para rasgar carne, enquanto herbívoros apresentam dentes planos e molares robustos para triturar vegetação. Já os onívoros têm uma combinação de dentes afiados e planos para processar tanto carne quanto vegetais. Em alguns vertebrados, como os tubarões, os dentes são substituídos continuamente ao longo da vida. Você pode encontrar mais informações sobre "Quantos dentes tem um tubarão?" aqui.
A mandíbula está articulada com o crânio, o que permite seu movimento. Nos mamíferos, a articulação temporomandibular permite movimentos complexos, como a mastigação lateral e a trituração de alimentos. Em outros vertebrados, como os répteis, a mandíbula pode ter uma mobilidade mais limitada, mas é altamente eficiente para capturar e segurar presas.
Além disso, existem adaptações específicas, como os seguintes exemplos:
- Peixes: as mandíbulas dos peixes costumam ser protráteis, o que lhes permite estender a boca para capturar presas. Alguns peixes, como os baiacus, têm mandíbulas fortes para quebrar conchas e corais;
- Répteis: crocodilos e cobras têm mandíbulas extremamente poderosas. As cobras, por exemplo, podem desencaixar suas mandíbulas para engolir presas inteiras;
- Mamíferos: a mandíbula dos mamíferos é robusta e projetada para suportar a pressão da mastigação. Herbívoros, como os ruminantes, têm mandíbulas adaptadas para moer vegetação fibrosa.
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