Tipos de salamandras

As salamandras são um grupo complexo que possui traços peculiares dentro dos anfíbios, como os seguintes:

• Presença de cauda em todas as suas etapas.
• Falta de certos ossos do crânio e não ter ouvido médio, mesmo que não sejam surdas.
• A neotenia (manutenção de traços juvenis na adultez) é uma característica em diversas espécies.
• O corpo alongado e cilíndrico forma um ângulo reto com as extremidades, que com algumas exceções podem ter o mesmo tamanho.

Por outro lado, mesmo que a maioria tenha fertilização interna, em alguns tipos de salamandras é externa. Também apresentam uma variedade de tamanhos, pesos e cores, algumas são venenosas e também diferem no habitat segundo o grupo.

Dependendo do autor, as salamandras se classificam em nove ou 10 famílias, já que alguns separam a família Dicamptodontidae ^[1], enquanto outros a incluem como um gênero chamado Ambystomatidae. Aqui utilizaremos a primeira classificação, que é proposta pelo Sistema Integrado de Informação Taxonômica^[2].

Dentro deste grupo de salamandras se encontram certas espécies conhecidas como axolotes. Esta família se distribui exclusivamente na América do Norte, desde o Alaska até o México. Algumas têm hábitos aquáticos no estado de larvas e terrestres quando adultas, voltando para a água somente para se reproduzir. Por outro lado, algumas se mantém toda a vida na água.

Existem 33 espécies do gênero Ambystoma e 4 do Dicamptodon. Algumas não realizam metamorfose, enquanto outras sim, inclusive dependendo das condições, certas espécies podem ou não passar por essa metamorfose. Um exemplo muito representativo deste tipo de salamandras que não realizam metamorfose é o axolote-mexicano (Ambystoma mexicanum), e uma que realiza metamorfose é o axolote-de-cabeça-chata (Ambystoma amblycephalum).

As salamandras asiáticas são um grupo antigo que se divide em duas subfamílias, Hynobiinae e Onychodactylinae, com um total de 78 espécies. Se falamos do habitat deste tipo de salamandra, saiba que estão distribuídas desde o Afeganistão e Irã até o Japão. Certas espécies são capazes de viver em habitats com temperaturas menores de 0 graus, de forma que se congelam e se mantém latentes. Mesmo assim, algumas, como por exemplo as salamandras com garras, que pertencem ao gênero Onychodactylus, desenvolveram espécies com garras nos dedos.

A forma de alimentação varia dentro deste grupo, porque algumas espécies se alimentam por sucção dentro da água ou usam a língua simulando um projétil. Por serem um tipo de salamandras primitivas, têm reprodução externa.

Na imagem observamos a salamandra-com-garras-de-Fischer (Onychodactylus fischeri).

Imagem: universoanimal.blogspot.com

Este tipo de salamandra é o mais diverso, pois inclui umas 477 espécies distribuídas principalmente na Améria e, com menor número, na Europa e Ásia. Seu nome se deve ao fato de não possuírem pulmões, por isso a respiração é realizada exclusivamente através da pele e pelas membranas presentes na faringe.

São encontradas em diversos tipos de habitats, tais como aquáticos, terrestres, arbóreos e inclusive algumas são escavadoras e outras habitam em cavernas. Podem apresentar tamanhos bem pequenos, como é o caso das espécies do gênero Thorius, que chegam a medir apenas 30 mm de comprimento. São um grupo muito interessante, onde se incluem espécies de salamandras com boa visão binocular, outras, para escapar de predadores, colocam suas extremidades debaixo do corpo e rolam ladeiras.

Um exemplo deste tipo encontramos na salamandra da Sierra de Juárez, com apenas 20 mm de comprimento.

Imagem: colombia.naturalist.org

Para estas salamandras se usam nomes como olmos. Os proteídeos são um grupo pouco diversificado, com umas oito espécies no total e são consideradas salamandras avançadas. Se caracterizam por serem neotenias, contam com brânquias externas espessas e de hábitos aquáticos. Sua reprodução é por fertilização interna.

A maior distribuição é na América do Norte e uma espécie na Europa. Habitam tanto cavernas como fora delas. Dentro dos exemplos do grupo podemos mencionar o Necturus lewisi e o olmo ou proteus (Proteus anguinus). Este último é o que vemos na imagem e, como curiosidade, podemos dizer que este tipo de salamandra não tem olhos.

Provavelmente o grupo mais popular seja o das salamandras desta família, onde também se incluem certas espécies conhecidas como tritões. Estão distribuídas particularmente na América do Norte, Ásia e Europa. Se consideram umas 123 espécies em 21 gêneros. Podem ter hábitos anfíbios, mesmo que algumas permanecem na água, outras somente retornam para se reproduzir.

Muitas têm cores brilhantes que advertem sobre sua toxicidade pela presença de glândulas venenosas na pele, como os tritões Taricha da América do Norte, considerados dentro dos anfíbios mais venenosos que existem. Certas espécies são neotenias, a fertilização é interna e, mesmo que a maioria ponha seus ovos, existem alguns casos vivíparos no grupo, como a salamandra de Atif (Lyciasalamandra atifi). Geralmente, este tipo de salamandra tem um complexo processo de cortejo. A salamandra-comum ou salamandra-de-fogo (Salamandra salamandra) é um dos exemplos típicos do grupo.

Na imagem vemos a salamandra de Atif.

Imagem: panama.naturalist.org

Estas são as mais peculiares de todos os tipos de salamandras, até ao ponto de serem consideradas eventualmente fora do grupo. Não possuem patas traseiras, as da frente são muito pequenas e isto, associado com seus corpos alongados, faz com que se assemelhem à enguias. Também não possuem brânquias externas nem pálpebras e são muito boas escavadoras. A boca tem forma de bico e somente possuem pares de dentes que não estão conectados ao osso da mandíbula. São neotenias, com fertilização externa e podem chegar a medis até 95 cm de comprimento.

Se reconhecem dois gêneros e cinco espécies, das quais habitam exclusivamente no sudeste dos Estados Unidos e norte do México. Um exemplo que temos é a siren intermedia (Siren intermedia).

E aí, qual desses tipos de salamandra você achou mais interessante? Conta pra gente nos comentários! E não perca este outro artigo em que falamos sobre as diferenças entre répteis e anfíbios.

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